Chanyeol estava jogado em sua cama, comendo alguns biscoitos quando eu resolvi sair do banheiro vestindo a roupa ridícula que ele tinha me dado. Minha expressão não era uma das mais felizes. Torci o lábio ao ver que com a claridade do lugar, aquele estilo tinha ficado ainda mais lamentável em meu corpo.
Eu tinha um par de luvas azuis em ambas as mãos e um daqueles calções especiais para lutadores, ou também, conhecido como a parte mais vergonhosa do boxe, e por fim, meu peitoral de fora tomava o ar gelado com descontentamento.
Com o olhar curioso, ele alcançou minha presença de pé em sua direção e praticamente se engasgou com o que viu.
— Pare de rir, idiota. — O adverti.
Ele continuou rindo, jogando o corpo para o lado enquanto se segurava na barriga.
— Você quem escolheu essa merda e agora vem fazer piadinha interna com meu visual?
Chanyeol pausou os risos mesmo com a expressão ainda de deboche.
— Mais respeito com seu mestre. Nada de idiota ou palavreados como merda, ouviu?
— Você também fala palavrão que eu aposto!
— Mas eu tenho vinte e sete anos, é diferente.
Bufei.
— E por que seria?
Chanyeol piscou rápido, tentando buscar por alguma desculpa esfarrapada para se safar.
— Eu já disse que odeio brigar com adolescentes chatinhos. Agora comece com seu treinamento e me deixe comer esses biscoitos em paz.
Revirei os olhos e suspirei alto. O encarei por um tempo.
— O que foi? Já disse que você pode ir treinar.
— Se eu soubesse como fazer isso — eu disse —, faria em casa, nem precisaria acordar cedo pra vir pra cá, sabe?
Chanyeol desviou o olhar e riu de canto. Ainda continuava colocando aquelas porcarias de biscoitos na boca e eu lá, com fome. Mais injusto do que isso, só se ele me dissesse que eu teria que treinar sozinho.
— Você vai treinar sozinho.
Não demonstrei reação, sou do tipo profissional em me irritar internamente.
— Não fique preocupado, é só ir até o heavy bag e dar uns socos, não tem segredo.
Pisquei rápido e olhei ao meu redor tentando planejar uma fuga de última hora.
— Eu tranquei a porta, se é isso que está pensando em fazer.
Droga!
— Acordos são acordos, certo? — comentou Chanyeol, erguendo uma das sobrancelhas enquanto colocava mais um biscoito na boca.
Na verdade, o que se seguiu depois disso não foram momentos que eu me orgulho muito em lembrar. Não eram tão legais na prática os mesmo golpes que eu via em filmes de luta na televisão, pelo contrário, acabou me causando um rosto todo suado, uma barriga reclamando de fome e até mesmo, inúmeras vezes que bati em meu próprio rosto na tentativa de acertar o saco de pancadas.
E logicamente, Chanyeol passou os minutos inteiros apenas me olhando, deitado na cama, rindo de toda aquela minha situação deplorável.
Suspirei fundo ao ouvir sua risada ecoar pelo salão. Fechei meus olhos e bati minha testa sobre o saco de pancadas, refletindo comigo todas as possibilidades de matá-lo sem deixar pistas, ou então, o modo mais fácil de fazer isso sem que eu acabasse sendo espancado antes.
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CLINCH | ChanBaek
RomanceO nome sempre repetido pelos torcedores era o mesmo, Park Chanyeol, o melhor lutador de boxe da atualidade. Era óbvio que eu me lembraria de suas inúmeras tatuagens, de seus olhos intensos e de sua atitude convencida. A tentativa de ir contra todo a...