De olhos fechados a vida desacelera.

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Meu corpo inteiro tremia, minhas mãos se acariciavam para limpar o suor das palmas destas pelo nervosismo em excesso. Existem dias que só desejamos ter o poder de controlar as situações, de conseguir reverter alguns minutos, de calar as vozes em nossos ouvidos e gritar até ficarmos roucos o quão a vida nos faz de palhaços num circo de horrores.

Estive por um bom tempo fitando a televisão desligada, sentado de forma desajeitada no sofá e com o som de carros parando em frente ao salão. Havia me calado, se era esse o intuito de uma força maior que eu me tirar a fala, realmente eu havia perdido para tal. Mas como? Quem?

― Zitao! ― Meus dentes rangeram ao citar aquele nome.

Não! Será mesmo que aquele idiota seria capaz de jogar tudo fora, até mesmo sua própria fama assim, juntamente com a de Chanyeol apenas para ter os holofotes focando em seu inimigo juntamente com ele, num caos compartilhado? Não fazia muito sentido se eu parasse pra pensar.

Numa súbita vontade de espancar tudo, joguei o controle do sofá e fitei os pedacinhos no chão como se tivesse vendo minha imagem muito bem representada ali. Levantei-me em impulso, raspei as chaves da mesa até carregá-las em direção a fechadura. Abri a porta e me deparei com os seguranças plantados em frente desta com os braços cruzados, como se já tivessem noção de minha intenção.

― Senhor Byun...

Meus olhos se cingiram.

― Saíam ― ditei firme e pausadamente ― da minha frente.

Eles não se mexeram, pareciam firmes em me deter.

― Vocês estão surdos por acaso? ― praticamente gritei.

― Ordens de seu pai.

― Como é? ― Pisquei os olhos, descrente.

― Ele ordenou que cuidássemos de você no lugar de Sehun. Estamos apenas cumprindo ordens, senhor, há uma chacina de fotógrafos vindo pra cá.

― E minhas ordens ― alterei minha voz ―, elas não valem de nada? Eu estou mandando que desapareçam da minha frente, eu não vou ficar preso nesse lugar. É assim que a mídia vai adorar me ver, preso e pronto para posar pra eles.

Tentei empurrá-los, contudo, maiores do que eu, não abdicaram, empurraram-me para trás ao perceber que eu estava esboçando-lhes socos, fazendo com que eu me afastasse da porta e desse á eles tempo para trancá-la alguns centímetros afastado de meu corpo.

― Abra a porta, porra!

Silêncio.

Bati inúmeras vezes contra a madeira, minutos se passaram e eu continuei ali, sem me importar que calos se formassem nos meus punhos ou que minha respiração estivesse cansada, sem me importar que aqueles dedos responsáveis por pinturas, estivessem abonando murros sem pausas.

Até que desisti, bati minhas costas contra a porta e me permiti revirar os olhos enquanto soprava o ar em busca de fôlego.

― Garoto? ― A voz abafada atrás da porta fez com que eu ficasse em alerta.

Virei-me e encostei um de meus ouvidos na porta.

― Chanyeol?

― Abra antes que eu arrebente esses caras.

Tentei girar a maçaneta e percebi que haviam a destrancado. Quando o captei com os olhos, Park Chanyeol estava com os dois seguranças embaixo dos braços, num quase mata-leão enquanto eles me olhavam de forma desesperadora. Eu os correspondi com uma sobrancelha levantada, achando divertida a forma como ficaram sem graça.

CLINCH | ChanBaekOnde histórias criam vida. Descubra agora