Como esquecer o passado em 3 passos.

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Em toda minha vida, nunca me senti tão frágil como se fosse quebrar, passando horas e horas chorando. Chanyeol teve que me suportar, é claro. A única coisa que ele conseguiu fazer com seu jeito desengonçado e quieto, foi tentar me acalmar me dando água e mais tarde, preparando-me um chá bem quente.

O boxeador me entregou a caneca com o chá e sentou-se em uma cadeira em direção a cama, esta no qual eu estava praticamente deitado.

— Pronto, parou de chorar? — Fitou meus olhos inchados e avermelhados, enquanto eu ainda tentava conter os soluços.

Concordei com a cabeça.

— Não é como se o mundo fosse acabar, Baekhyun. Ele só... ele é um porra, entende?

Ri e Chanyeol se sentiu satisfeito em me ver achar graça.

— O que foi? Por que riu?

— Nada, você falando palavrão é engraçado.

— O cacete que é!

Ri de novo e ele sorriu ao encontrar meu ponto fraco.

— Baek? — Suspirou fundo e eu continuei o encarando enquanto tomava alguns goles de chá. — Vocês já tiveram algo? Digo... algum tipo de relacionamento?

Abaixei o olhar, ficando sério.

— Me responda. — persistiu — Eu ouvi quando você disse que gostava dele. Sehun não te olhou com raiva nos olhos igual meus adversários me olham quando estou lutando, aquele olhar foi diferente. Ele parecia...

— Eu sei. — o interrompi — Ele não admite que já gostou de mim.

Chanyeol forçou um riso de deboche.

— Gostou? Não estou falando de passado, estou me referindo ao presente. Ele ainda gosta de você, é óbvio.

O fitei novamente, cerrando os olhos.

— Ele me soca praticamente todo dia, fazer isso é gostar de alguém? Todos dizem que o amor machuca, mas eles não queriam dizer no sentido literal da palavra.

Chanyeol não respondeu, ficou em silêncio, sabendo que eu estava certo. Levantou-se e voltou minutos depois com uma toalha molhada e quente em mãos, e antes de encostar o pano em minha testa, protestei.

— Isso é pra fazer sua dor de cabeça passar. — Explicou.

— Mas eu não estou com minha cabeça doendo.

— Não agora. — disse, colocando a toalha em minha testa e eu acabei deitando para que o pano não acabasse caindo.

— Eu vou ligar para o seu pai, é melhor que durma aqui hoje.

Arregalei os olhos e quando ameacei me levantar para fugir, Chanyeol segurou meus braços sobre a cama, me fuzilando com o olhar.

— Prefere ser baleado com mil e uma perguntas por ele, depois?

Fiquei pensativo e ele encarou isso como algo positivo.

— Mas essa cama é desconfortável — reclamei e Chanyeol sorriu sínico.

— Acha mesmo que eu deixarei você dormir na única cama que possuo? O ringue seria uma ótima opção, o que acha?

Entreabri a boca, pronto para protestar.

— Brincadeirinha! — Riu e saiu enquanto discava alguns números em seu celular.

A canseira por fim, acabou me vencendo e quando menos esperava já tinha me entregado a sonolência, mesmo que aquele colchão não fosse um dos melhores. E o que eu sonhei não fora exatamente algo que minha mente criou, mas sim, com uma mistura absurda de lembranças que eu desejava apagar. Uma lembrança com gosto de primeiro beijo.

CLINCH | ChanBaekOnde histórias criam vida. Descubra agora