Meus olhos traíras foram para Berryan, era automático e incontrolável. Ele me olhava com expectativa por baixo das cortinas que seus cachos formavam, um sorriso medroso e receoso brilhava em minha direção; mas, ao ouvir um suspiro, nossa conexão se quebrou.
Fedore se colocou de pé, e, enquanto passava por mim, vi uma lágrima solitária escorrer por sua bochecha e morrer nas tatuagens do pescoço. Um soluço escapou de sua garganta, e eu segurei seu braço, esperando que ela me olhasse, o que não aconteceu. A mulher permaneceu com a cabeça abaixada, encarando o chão, parecendo agoniada para sair de lá.
- Fedore... - sussurrei.
- Não - falou com o máximo de firmeza que sua voz embargada permitia. - Eu já sabia, Cassie, eu tinha certeza. Não precisa falar mais nada, nem se explicar.
Plantei um selinho em seus lábios, buscando uma despedida, e seu cenho franziu em dor. Saí do transe em que havia ficado somente quando ouvi a porta ser fechada; eu devia ir atrás dela, devia conversar e explicar, mas minha covardia e cansaço não deixavam.
Sabia que minha decisão estava certa, o que eu e Berryan havíamos construído era lindo. Desde o primeiro instante, eu sabia que estava atraída por ele, mesmo que eu tentasse me convencer de que era pelo simples fato dele ter sido o primeiro homem, a primeira pessoa, que eu havia conhecido além de minha mãe.
Mas era ele.
Sempre foi ele.
E eu não tinha mais nenhuma dúvida.
Seu cheiro alcançou minhas narinas antes que eu notasse o quão próximo ele estava. Com um sorriso no rosto, seus olhos brilhavam ao me olhar; meu coração acelerou no mesmo minuto, e eu agradeci por ser impossível que ele o ouvisse.
Sua mão agarrou meus cabelos e me puxou para ele, o gosto de vinho em sua língua me entorpeceu e deixou o beijo ainda mais gostoso, o que eu acreditava não ser possível.
Berryan, aos poucos, foi me conduzindo para a cama, e eu só percebi quando senti a parte de trás de meus joelhos baterem no colchão, me fazendo cair. Sua boca se separou da minha e se encaminhou para meu pescoço, minha pele inteira estava arrepiada com o modo que ele beijava e lambia o local.
- Titus... - gemi seu nome, e ele riu contra meu colo.
Sentada no trono, deixei meu olhar se perder pela sala, observando cada pequeno detalhe dourado espalhado por lá. Lembrar da primeira vez que estive ali foi inevitável; onde eu havia ido parar por causa de um impulso e um plano idiota que, não sei como, deu certo.
Uma tosse baixinha soou pelo lugar e, com um sobressalto, olhei para quem havia tossido. Os olhos castanhos estavam presos nos meus e sorriam junto de seus lábios; o taquicardia que me acometeu foi tão forte que eu me sentia trêmula. Era patético, mas eu não podia evitar o modo que ficava toda vez que Berryan se aproximava.
- Precisamos mesmo fazer isso? - perguntou, gemendo em cansaço. - A fila está enorme!
Eu gargalhei, vendo o homem se aproximar preguiçosamente até me roubar um beijo e murmurar contra meus lábios:
- A gente pode fugir, sabe? - propôs, sorrindo maliciosamente. - Conheço uma caverna maravilhosa...
Fechei os olhos por alguns segundos, sendo capaz de lembrar com perfeição daquela noite e de como me senti.
- Não podemos, o beija-mão já irá começar, stulte - respondi, sua cara de falsa indignação me fazendo rir mais uma vez. - Agora, sente-se - apontei para o trono ao lado do meu -, Berryan, e faça exatamente o que o marido de uma rainha deve fazer: ficar quietinho e parecendo bonito.
Ele gargalhou, jogando a cabeça para trás daquele jeito que eu adorava, e eu precisei me controlar para não avançar em seu pescoço delicioso.
FIM
Muuuuito obrigada por terem dado uma chance ao meu livro, de verdade. Fico muito feliz por ver que chegaram até aqui (e que Cassie ainda está viva kkkk).
Vocês são incríveis, sério.
Espero que tenham gostado!
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Red
FantasyLivro interativo, você faz escolhas pela personagem. Primeiro livro da série Escolhas. Conteúdo adulto. Cassandra sabia do enorme peso que era carregar o sobrenome Red. Já que, por causa dele, ela havia sido forçada a viver reclusa por muitos anos...