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Já era possível ver o depósito de onde estávamos, portanto, parei Berryan

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Já era possível ver o depósito de onde estávamos, portanto, parei Berryan. Sem entender, ele se virou, fazendo com que pingos de água voassem de seus cabelos até meu rosto.

- O que houve? - sua voz rouca demonstrava preocupação.

Ele voltou a olhar para o lugar, como se escaneasse o local. E eu ri, entendendo o motivo para seu estado de alerta. Ele achou que eu tinha visto alguma coisa errada.

- Nada aconteceu, Berryan, 'tá tudo bem. - Seus ombros relaxaram, e, aliviado, ele me encarou.

Toquei em sua mão, a deixando pairando no ar, e ele franziu o cenho. Levei minhas mãos até meu cordão, o retirando, e o observei; a pequena e bela pedra escarlate, a mesma que nunca havia deixado meu pescoço desde que a havia ganhado, foi depositada bem no centro de sua palma; por último, puxei o anel de minha mãe, sentindo meu coração ser dilacerado, e o coloquei ao lado da correntinha de prata, fechando seus dedos para que não fosse obrigada a vê-lo por muito tempo.

- Amanhã, entregue para Hawk - ordenei.

- Cassie, você não vai morrer. - Sacudiu a cabeça, nervoso. Parecia querer reafirmar essa sentença até que ela se tornasse real, eu já não tinha tanta confiança. - Não me peça para entregá-lo isso, parece uma despedida e...

- Berryan, stulte, é óbvio que não irei morrer - assegurei, mesmo sabendo que nenhum de nós acreditava em minha certeza. - Não é por isso que estou pedindo para que entregue a ele.

- Não?

- Não. Nighy me terá em suas mãos, é possível que queira roubá-los, e eu não posso deixar que ele pegue as únicas coisas que tenho de meu pai.

Ele assentiu, sem dizer mais nada, e voltamos a caminhar. Sentada na árvore em que estávamos antes, Fedore mantinha a cabeça baixa, o corpo tremendo pelo que eu acreditava ser um choro desenfreado.

Berryan botou a mão em meu ombro, e eu o olhei.

- Vou deixar vocês duas conversarem, mas antes... - Ele me abraçou, levando sua boca até meu ouvido, e murmurou: - Caso a gente não se veja mais antes de você ir. - Me soltou, plantando um doce beijo em meus lábios, e, com os olhos brilhando em lágrimas, entrou no depósito.

Com um suspiro, me encaminhei até Fedore e sentei ao seu lado. A abracei pelos ombros e a puxei para mim, deixando que ela chorasse até se acalmar.

- Se você continuar me consolando dessa forma, vai acabar com a minha pose de durona - brincou, fungando.

- Para falar a verdade, essa "pose" não existe. - Fiz aspas com as mãos.

Ela riu, enxugando os olhos.

- Eu já falei que você não precisa se esconder, não precisa sufocar o que está sentindo - falei, enquanto ela se afastava de meu abraço para que pudesse me olhar. - Não tem nada de errado em chorar, principalmente por uma amiga.

- Eu não posso deixar que ela faça uma loucura dessas...

- E não fará, eu não vou permitir. - Ela franziu levemente o cenho, os cílios molhados batendo na pele abaixo dos olhos com a rapidez que ela piscava.

- Você vai até o castelo, não vai? - Assenti, e ela suspirou.

- Louise não precisará se sacrificar, até porque essa é a minha função. - Ri, amarga.

- Não quero te perder, Cassie - confessou, seus olhos voltaram a lacrimejar.

Meu coração deu um salto no peito, não sabia dizer se era por medo do que estava por vir ou pela declaração de Fedore.

- Vai dar tudo certo - sussurrei, fingindo que estava confiante, mas a insegurança me transbordava, e era impossível que ela não percebesse. - Além do mais, foram vocês que me treinaram, se algo der errado a culpa é de vocês - brinquei, e ela riu novamente.

- Eu devia tentar te impedir, não é? - Seu sorriso morreu. - Mas não seria justo.

Não respondi, apenas segurei em sua mão e dei um leve apertão.

- Quando você vai?

- Vou esperar Hawk e Louise dormirem, amanhã já não estarei mais aqui - respondi.

- Eu vou com você - decretou.

- Não, não vai.

Para que meu plano desse certo, eu precisava ir sozinha e precisava que os quatro estivessem juntos.

- Você não pode ir sozinha, Cassie. É perigoso. - Seu dedão passou a acariciar minha mão, e ela parecia não notar seu movimento, como se fosse inconsciente. - E, além do mais, você nem ao menos sabe como ir para o reino.

- Eu sei para que direção fica, Fedore, e isso é tudo o que eu preciso saber.

- Para de ser teimosa, porra, eu já falei que vou com você. Depois eu volto e me encontro com os cabeças de vento. - Ela apontou para o depósito.

Se você quiser ler a caminhada, vá para o capítulo 18

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Sequiser pular a caminhada, vá para o capítulo 42.

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