Red

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- O que a gente faz agora? - indagou Louise, sua voz ficando ainda mais fina pelo nervosismo.

- Nós vamos ter que invadir o castelo. - Dei de ombros e saí, pegando o caminho de volta ao depósito.

- Eu estava errada. Essa foi a coisa mais estúpida que a senhorita já falou - apontou a ruiva. - É impossível entrar no castelo, Alteza. Todas as passagens estão sendo vigiadas.

- Eu tenho um plano, mas vocês não vão gostar do que vão ouvir - anunciei.

- Eu vou me entregar a ele - declarei.

Havíamos acabado de chegar no depósito, e sentei na mesa junto com eles, suspirando, para dizer o que havia planejado.

- O quê? - Hawk riu, se jogando contra as costas da cadeira.

Ao ver que eu não o segui na risada, seu sorriso morreu. Todos, sem exceção, me olharam com o cenho franzido.

- Você 'tá maluca? - Fedore cruzou os braços.

- É o único jeito de entrar no castelo - respondi, colocando o cotovelo na mesa e apoiando o queixo na mão.

- Direto para o cárcere, só se for.

Encarei Titus, a voz rouca raivosa.

- Berryan... - comecei.

- Não! Isso é suicídio! - exclamou Hawk, me interrompendo.

- Vocês nem me deixaram falar! - falei, o tom de voz mais alto que o normal.

Louise, apesar de demonstrar temer o que viria, concordou e pediu que eles se calassem.

- Vocês mesmos disseram que a segurança está maior, que os guardas estão fortemente armados - continuei, e eles assentiram. - Não há como entrar no castelo dessa forma, certo?

- Certo - concordou Berryan -, mas isso ainda não explica o porquê de você ter decidido se entregar.

- Se eu for pega, a segurança será diminuída. Não faz sentido que ele mantenha todos aqueles homens ali se já não houver perigo.

- Acha mesmo que ele acreditará que a senhorita está sozinha? - Louise mordeu o lábio inferior, receosa.

- Farei com que ele acredite, e vocês confirmarão isso porque irão demorar para invadir o castelo, Nighy precisa achar que já tem tudo sob controle, que eu estarei derrotada. Por isso é essencial que demorem, que deixem para invadir o lugar no último segundo.

Hawk cruzou os braços, respirava com tanta rapidez que eu podia jurar que ele começaria a soltar fogo pelas narinas.

- Vocês dois foram criados no castelo, certo? - Apontei para Ivey e Aymer, mas só a ruiva confirmou. - Vocês conhecem cada pedacinho daquele lugar, quando a guarda diminuir, tenho certeza que conseguirão entrar sem serem percebidos. E, enquanto não entrarem, podem tentar descobrir pelo reino quem faz parte dos Red Rebels, como Francis mandou.

- E se a gente não conseguir? - perguntou Hawk.

- Eu conheço alguém, posso falar com ela - disse Titus.

- Não foi isso que perguntei - cortou Ivey, ríspido. - E se a gente não conseguir invadir o castelo?

- É um risco que teremos que correr.

Os quatro me olharam assustados e desataram a falar.

Sem prestar atenção no que estava sendo dito, passei a brincar com o anel, assistindo a pedra brilhando pelo contato com a luz.

O plano era terrível, eu sabia. A probabilidade de dar errado era maior do que a de dar certo, mas eu não via outra solução. Na verdade, não havia planejamento algum, era apenas contar com a sorte.

A sorte de Nighy abaixar a guarda; a sorte de eu permanecer viva pelo tempo suficiente, o que eu julgava que aconteceria, já que ele, provavelmente, iria querer me torturar; a sorte deles conseguirem entrar no castelo; a sorte deles conseguirem montar um exército para derrotar o homem.

Sorte.

E isso era algo que eu nunca havia tido a meu favor.

- Não! Absolutamente não! - gritou Hawk.

- É uma ideia excelente! - falei, pela décima quinta vez, mas sabia que era mentira.

E eles entraram em mais uma discussão.

Se quiser ler sobre o tempo que ela passará na cela e a sentença de Nighy para ela, vá para o capítulo 26.

Se quiser pular esse tempo para o dia da execução, mesmo que acabe não entendendo algumas coisas, vá para o capítulo 11.