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Dois meses depois

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Dois meses depois

Apesar de já ter sido nomeada como rainha, a coroação deveria ser feita após um período de luto, onde o reino deveria prestar suas homenagens ao antigo rei. Não concordava com esse tempo porque, desde o início, Alfred Nighy não deveria ter assumido o trono, mas, como eu ainda precisava de tempo para me acostumar com minha nova vida e posição, ele veio a calhar.

Aproveitei esse tempo para, junto de Hawk, aprender o básico que precisava saber. E isso estava me matando. Não estava acostumada com uma vida cheia de problemas e responsabilidades, na verdade, antes disso tudo acontecer, o maior problema que eu já havia enfrentado era aprender a caçar; minha agitação atrapalhava porque, tudo que era necessário nessas horas, era ficar extremamente parada para não afastar o bicho.

Permaneci com minha tradição de somente usar roupas vermelhas e, nesse momento, enquanto esperava a hora de minha coroação, não estava diferente. O vestido era vermelho sangue, e eu não pude evitar de lembrar da primeira vez que falei com meus súditos; eu tinha arrepios com a quantidade de sangue quente que estava em meu corpo naquele dia.

- Cassie, 'tá na hora - Hawk anunciou.

Assenti, voltando a me encarar no espelho. Ainda era a mesma Cassandra me encarando de volta, mas eu sentia que eu não poderia estar mais diferente.

Levei minha mão esquerda até os lábios e beijei o anel, a pedra brilhava pelos raios solares vindos da janela.

Passei a mão em meu vestido, como se estivesse desamassando sua saia, e saí do quarto. Durante meu caminho, os funcionários do castelo se curvavam para mim, e, apesar de ser corriqueiro, eu nunca me acostumaria com aquilo.

A cerimônia aconteceria na sala do trono, mas eu deveria entrar pela porta lateral, não a principal. O corredor, que eu não passava desde o dia em que havia matado Nighy, ainda tinha uma mancha no local onde seu sangue derramou. Embora os funcionários tenham limpado diversas vezes, nada foi capaz de tirar todos os resíduos.

Pisei com meu pé direito onde antes havia ficado sua cabeça, ainda sem ter sido decepada, rumando para o interior da sala do trono.

O lugar estava cheio, e se eu dissesse que conhecia metade daquele povo, estaria mentindo. Mulheres nobres usavam vestidos e joias espalhafatosas, buscando mostrar toda a riqueza de seu reino ou de seus maridos; os homens nem disfarçavam o quanto estavam aliviados em não serem obrigados a ouvir suas reclamações e julgamentos, já que elas estavam o fazendo entre elas; o espaço para os líderes religiosos, de todas as religiões que existiam no reino, era o mais vazio, mas o que continha mais respeito; e, por fim, plebeus que haviam tirado a sorte grande de estar aqui, embora eu não achasse que era sorte alguma precisar assistir essa celebração tediosa.

Como eu não havia sido ensinada as práticas religiosas, quando perguntada qual delas seria a utilizada na cerimônia, apenas respondi que seria a mesma de meu pai, mas que queria que todos os líderes religiosos estivessem presentes, afinal, o reino era de todos nós.

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