R O S A S S O B R E O C H Ã O

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Narrando - Isabelle

( Querido Diário... )

Pela primeira vez, não havia nada à ser dito. Não sentia mais a necessidade de escrever, como se não quisesse me lembrar do que havia se passado. Ali, sentada sobre a cama do hospital, me despedi daquela garota ingênua e insegura. Aquele espelho à minha frente, não só me mostrava à realidade da minha dor, como as cicatrizes que ainda se encontravam em partes do meu corpo.

- Bom dia, querida! - disse meu pai, ao entrar no quarto de hospital.

- Pai! - O abracei. - Senti tanto sua falta.

- Também senti, querida!

- Podemos ir embora? Não aguento mais ficar aqui. - disse pegando à mala.

- Sim, querida! Vamos? - abriu à porta.

Andamos até o estacionamento, quando fui surpreendida por Rodrigo, que carregava um buquê de rosas...

Narrando - Lara

- Mãe, você acredita que ele é o dono daquela lanchonete? - disse ao telefone do meu quarto.

- Filha, não me diga que está gostando dele?! Até porque, ele não faz o seu tipo.

- Não. Eu não estou afim dele. Mãe, eu tenho cara de namorar atendente de lanchonete?! - desdenhei

- Porque está tão interessada nesse assunto? Filha, eu conheço você. Por esse motivo, sei que no fundo  ele não é somente um atendente, mas dono. E isso faz dele uma exceção.

- Não! Eu não tenho interesse nele.

- Querida, tenho que desligar, preciso resolver alguns assuntos do trabalho; conversamos depois. Se cuida, filha! Beijos, te amo.

Talvez a minha mãe estivesse certa. Talvez eu tivesse "sim" interesse no atendente pobre coitado. Mas não era um interesse que havia nascido, e sim seu jeito de tentar me conquistar todas as vezes que me via.

Ele era tão gato! Confesso, acho que estava criando sentimentos por ele.

Narrando - Thiago

- Simon, acha mesmo que ela possa ter mudado? - perguntei à Simon, que se encontrava no sofá da sala.

- Olha, ela sofreu muito nesses últimos tempos. Foi humilhada em público, sofreu um terrível acidente por conta disso, e não podemos esquecer que sua irmã, foi culpada por tudo isso.

- Eu queria estar lá agora, poder vê-la, senti-lá, levá-la em sua casa. Sei que tudo isso deve estar sendo difícil pra ela, mas sua atitude comigo e sua prima foi desleal. - disse pegando um copo com água sobre à mesa de centro.

- Olha Thiago, acho que deveria dar um tempo pra ela, deixar às coisas se resolverem naturalmente. Deixa ela se recuperar de tudo isso, e verá que tudo vai voltar à ser como antes.

[ Fomos surpreendidos por Lara ]

- Simon - Exclamou - Bom ter você aqui conosco. - disse minha irmã, após descer às escadas.

- Olá, Lara. É sempre bom poder estar entre amigos. - disse Simon

- Você realmente se vê entre amigos? - sorriu ironicamente. - Não seja tolo meu querido, até porque, es muito bonito pra isso. Seja melhor do que meu irmão, que ultimamente vive puxando saco de pessoas que não se importam com o sentimento dele.

- Dá pra você calar a boca? Aliás, o que está fazendo aqui? Ninguém te chamou. - disse irritado.

- Relaxa, maninho! A verdade não só machuca como abre feridas cicatrizadas, com licença. - disse se retirando.

- Ela me irrita, cara. Fica cada dia mais difícil lhe dar com ela dentro dessa casa.

- Calma! Não adianta ficar assim. Nós dois sabemos que isso tudo não é por conta das implicâncias de sua irmã, e sim de Isabelle ter te dado um pé na bunda.

- Pé na bunda? Vlw, obrigado mesmo, me sinto bem melhor por sua sinceridade.

Narrando - Rodrigo

- Rodrigo? Querido? Querido?...

- O que? - disse voltando a mesa do café.

- Filho, você está bem? Parecia distante.

- Sim, estou ótimo! Preciso ir, estou atrasado para à aula. - disse me levantando.

- Rodrigo, você nem comeu nada.

- Não se preocupe, mãe. Qualquer coisa como no caminho.

Eu iria até o hospital. Precisava vê-la, levá-la até sua casa, e estar com ela nesse momento. Talvez não quisesse minha presença, mas precisava tentar.

Passei em uma floricultura, e comprei um buquê de rosas. Segui com meu carro até  o hospital, e por ironia  do destino,  encontrei Isabelle no estacionamento do hospital com seu pai.

- Oi, tudo bem? Soube que hoje era o dia da sua auta? - disse me aproximando.

- O que você quer?

- Nada. Só queria vê-la.

- Então já viu. Pode voltar pra sua vidinha medíocre!

- Porque está me tratando assim? Fiz algo com você? 

- Não seja hipócrita, e não terei que ser rude com você. - disse ela abrindo à porta do carro de seu pai. - Tenho que ir pra casa.

- Você vai à aula hoje? - perguntei.

Entrou no carro sem ao menos um à Deus. Ela estava fria, distante, diferente de tudo que era. Larguei as flores sobre o chão do estacionamento,  me dirigindo ao meu carro...

Continua...

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