𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟎𝟏𝟒

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— Há quanto tempo está aí?

— Pouco, há pouco tempo. — Dulce assentiu e seu olhar continuou procurando por algo enquanto novamente engolia o choro. Em passos lentos ele caminhou até ela, apagando a luz, deixando o clarão da lareira iluminar o ambiente.

— Há quanto tempo estava aqui? —Dulce perguntou novamente o olhando nos olhos.

— Tempo suficiente para saber que é hora de seu marido a colocar na cama. — Ela concordou com o olhar ainda no dele, sentiu-se pateticamente solitária, com uma necessidade urgente que ele a tocasse, que a olhasse da maneira como havia a olhado no quarto.

— Não posso lhe dizer o que vim fazer aqui.

— Eu sei que não. — Christopher sussurrou e a pegou em seus braços quando ela o abraçou, a levantando pelas nádegas, a segurando com firmeza enquanto Dulce entrelaçava suas pernas em sua cintura e assim subiam as escadas que os levariam até o quarto onde havia a cama de casal.

Quando chegou lá a depositou no chão e relutante ela o soltou.

— Vá tomar um banho quente. — Ela fez uma careta e ele sorriu. — Sim, eu que mando aqui essa noite e ordeno que tome um banho quente para tirar a friagem. — Ela assentiu, sem muita força e disposição para discutir, enquanto o via tirar um pijama de sua mala fez o mesmo.

— Para onde vai?

— Tomarei banho no outro quarto. — Ela assentiu sentindo ganas de dizer que ele poderia tomar banho com ela.

— Sim... voltará? — Dulce perguntou com a voz mais baixa do que pensou e ele não respondeu, apenas lhe sorriu e saiu do quarto.

Tomou um banho quente e longo, secou-se e colocou a longa camisola, ainda tremendo quando o frio lhe pegou nos braços. Escovou seus dentes e certificou-se que a maquiagem não estivesse borrada em seus olhos. O cabelo pensou em prender e mais uma vez desistiu, os escovou, os deixando soltos em seus ombros em contraste com sua pele alva e levemente salpicada pelas sardas.

Quando saiu não havia ninguém no quarto. Pensou em ir... não, não pensou nada, fechou bem as janelas e ligou o aquecedor, a cama já estava feita e Dulce pode ver o dedo de sua mãe em tal fato.

Estendeu os grossos cobertores por cima do lençol, passou seus cremes como era de costume todas as noites. E esperou... Esperou por algo que não soube ao certo o que era até quando a porta novamente abriu-se, e Dulce soube que talvez por um longo tempo de sua vida, havia esperado por àquele homem.

Estava com os cabelos molhados e desordenados, um pijama que deveria ser da escolha de Pierre que consistia em uma calça de algodão azul escura e uma camisa branca, simples, sem estampa. Podia sentir o cheiro de limpeza, de homem do lugar onde se encontrava. Podia sentir o tremor, o calor, a vontade incontrolável de aferrar seu rosto sobre o tórax dele, o abraçar com força.

Ele adentrou no quarto fechando a porta, a olhando nos olhos em um silêncio bastante significativo, a olhando nos olhos como quem perguntava se ela estava ciente do que aconteceria naquele quarto. Ela assentiu, em silêncio assentiu, levantando-se da cama, caminhando até ele para então trancar a porta.

— Esteja ciente do que fará nesse quarto, Dulce. Quando amanhecer eu serei exatamente o que me pagou para ser. — Murmurou.

Ela assentiu com a cabeça, com seus olhos faiscando pelo desejo evidente nos olhos de Christopher.

— Meu. — Ela sussurrou o tocando nos braços fortes. — Quando amanhecer você será meu. — Completou e suas mãos seguras procuraram a borda da camisa de Christopher e sem pedir permissão a tirou, fascinada com o encaixe profundo e intenso de seus olhares, fascinada por uma ligação que jamais pensara em ter com algum homem. Com um estranho homem, com seu estranho salvador.

Um Lindo HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora