O sorriso que iria abrir nos lábios de Christopher, fora substituído pelo olhar de desejo que lançou a Dulce naquele instante. Maldita seja essa mandona e egocêntrica mulher!
— Pegarei minhas coisas, ligue para o hotel e peça para descerem com as malas. — Dulce lhe ditou como uma ordem qualquer, caminhando sobre os saltos e ao chegar no quarto ele notou que ela falava no telefone, e ligava o computador.
— Ligue você e peça. — Christopher disse, sentando-se na cama, vendo a cara de surpresa que ela fazia.
— Ok, não há problemas! — Ela pegou o telefone, pedindo com educação para que fosse enviado alguém para recolher as malas. Desligou em poucos segundos. — Satisfeito? — Perguntou, digitando algo em seu computador.
— Responda-me você, sou eu que sirvo por aqui. — Ele notou a forma como ela empalidecia, não se arrependeu, estava na hora de alguém botar um freio naquela mulher. Dulce não respondeu, sentou-se na cama e seu telefone tocou, logo viu que era Pierre, e a presença dele no quarto pareceu não mais existir.
— Sim, faça-me um favor, peça para o Roberto verificar o número da conta do cliente, receio que seja somente um engano com os dígitos... sim, não é claro... eu estou ciente disso Pierre, mas não me importa, já falei com Roberto sobre isso, já deixei organizado cada contrato, não vamos perder esse merda de transação por um erro de dígitos, diga a ele para deixar de ser inseguro, não o contratei por sua insegurança. — Christopher levantou-se, ciente de que sua presença não adicionava em nada, caminhou até a extensa varanda que dava para o centro total da cidade visto do último andar.
Não podia negar, era uma vista espetacular!
Quantos minutos passou ali apreciando aquele lugar e pensando em sua vida, em sua atual situação não soube dizer. Procurou pensar em Lavínia, mas seu rosto estranhamente estava sendo substituído. Tentou lembrar daqueles olhos tão delicados e gentis, mas outros olhos invadiam, outra boca, outra cor de cabelo.
Fechou os olhos com força suspirando, pedindo perdão a Lavínia por estar esquecendo de seu rosto que sempre fora tão presente em seus pensamentos. Pediu perdão a ela por seu rosto estar sendo substituído pelos traços chamativos de outra mulher, completamente oposta a ela.
— Vamos? — Ouviu atrás de si aquela voz rápida e firme, voz que penetrava em seu corpo e até mesmo poderia ter o poder de alterar seu DNA.
Ela caminhou até ele, notando como os olhos de Christopher encontravam-se estranhos.
— O que foi? — Dulce o tocou no peito, o acariciando ali, com a mão esquerda onde sua aliança brilhava pela noite, assim como a dele.
Christopher fechou os olhos em uma batalha interior, e venceu, venceu os pensamentos de sua cabeça de quando era vestido por Pierre. Aquilo era só mais um programa, nada mais do que só mais um programa.
— Vamos? — Christopher chamou. Ela assentiu, tirando a mão do peito dele, notando que talvez seu gesto pudesse ser mal interpretado. — Você dirige?
Dulce negou com a cabeça, não dirigiria, apenas apreciaria a vista fabulosa que era o caminho até Priori.
— Não, você dirige. — Dulce respondeu e entregou a chaves de seu carro na mão dele, dando-lhe as costas, caminhando com sua irritante elegância e controle até a porta.
Mesmo pela noite, com o seu estralado para iluminar a estrada junto com os altos faróis da Ferrari, o caminho até Priori continuava o mesmo. Os mesmos campos vastos, com a grama crescendo até um ponto em que a visibilidade se tornava nula, as diversas fazendas ao final da vista, as diversas árvores aparadas, algumas em diferentes formatos, outras se faziam tão enormes que para quem não conhecia Priori poderia até ser assustador.
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Um Lindo Homem
Fanfiction+16| Eu não precisava voltar, não precisava me desculpar, deixar tudo e fugir, eu apenas precisava de um motivo, um único motivo... Você! Finalizada em: dez 15, 2020. ATENÇÃO: TODOS OS CRÉDITOS PARA A MANDY, DO ORKUT. ESSA OBRA É APENAS UMA REPOSTAG...