𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟎𝟒𝟑

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Voltou a abrir os olhos com pressa.

— Se eu pudesse voltar, teria feito mais isso...

— Você pode fazer, filha.

— Não mãe, eu não posso. — Dulce voltou a fechar os olhos com força. — Tenho que fazer as malas, cuidar de dezenas de coisas. — Suspirou. — Vai ser melhor assim. Deixar tudo pronto, esperar o que Rúbens tem a dizer. E caso ele me diga que eu não...

— Não diga isso — Blanca a interrompeu.

— Não há problema em se dizer essas coisas mãe. Já está feito. — Acariciou o rosto de Blanca. — Chega disso! — Sorriu, voltando os olhos para o corredor de sua casa. — Talvez isso jamais tenha sido realmente meu, de coração...

Dulce caminhou novamente pelo corredor, pegando sua bolsa.

— Venha mãe, quero que conheça o resto da casa e minha governanta, Dona Cida.

Blanca a seguiu pelos cômodos, fascinada com o sorriso que bailava nos lábios de Dulce a cada lugar que lhe mostrava, dizendo porque escolhera tais cores, que significado tinha para ela. Mostrou-lhe cada canto, explicou-lhe cada quadro, mostrou-lhe o quarto onde ficaria e arrancou uma expressão de surpresa de Blanca, ao encontrarem as malas de sua mãe ali, ao lado do armário.

— Pode utilizar o armário que quiser, aliás mãe, pode usar o quarto que quiser, essa casa é sua, tudo o que tenho é seu...

— Esse está ótimo para mim, acho que vou até me perder aqui dentro. — Dulce sorriu, fazendo uma leve careta para Blanca.

— Acho que quer tomar um banho. Aqui faz calor grande parte do tempo, é diferente de Priori.

— Sim, eu notei. Querida? — Dulce a mirou, parando na porta. — Não se esqueça que amanhã, nós...

— Eu sei mãe, mas o amanhã ainda está muito longe, preciso de um banho, outra roupa e irei direto para a Torredo. Quer vir comigo? Ficarei em reunião a maior parte do tempo, o que pode ser chato para você.

— Eu irei com você. Me dê apenas uma hora para me arrumar, sim? — Dulce concordou.

— Há toalhas no armário do banheiro, sabonetes, óleos e sais no armário do lado direito se quiser tomar banho de banheira, e há também... — Dulce apontou para o cômodo.

— Não se preocupe filha, eu posso me virar. — Dulce assentiu, sabendo o quanto àquela situação era dura, para ambas.

— Ok, então te espero lá em baixo, Dona Cida estará lá com o almoço.

Blanca voltou a assentir.

Dulce deixou o quarto de sua mãe. Encostou a porta caminhando pelo corredor até chegar em seu quarto. Abriu a porta, sentindo aquele cheiro tão particular de seu perfume preferido. Fechou os olhos por alguns segundos, apenas para...

— Qual é o nome? — Christopher perguntou, e Dulce se virou, completando a cena irresistível, o mirando nos olhos com os cabelos ainda sensualmente desordenados pelo vento. — Qual é o nome do seu perfume?

Voltou a abrir os mesmos com pressa, deixando os sapatos em um canto qualquer do quarto. Abriu a grande porta que a levaria até seu closet, ascendeu a luz tendo a visão daquele grande armário. Abriu a terceira porta, tendo acesso a milhares de cabides, com diferentes terninhos dos mais variados cortes, cores e tonalidades. Fechou os olhos por alguns instantes, passando a mão por àqueles tecidos tão macios e conhecido por seu corpo. Optou por um conjunto azul claro, por baixo uma camisa branca, sapato da mesma cor que a camisa. Não trocou de bolsa. No banho prendeu os cabelos no alto para não os molhar, entrou na banheira preparada por ela mesma com os sais de sua preferência.

Um Lindo HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora