é só uma conversa.

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Sentia-se angustiado.

— Ele não vai aparecer, Jeon...

Hoseok tentava, pela terceira vez, fazer seu amigo desistir de esperar por Park Jimin durante a reunião. Já era o quarto encontro que faziam entre conselho e os representantes que, de forma não tão estranha, Jimin faltou. Estava óbvio para o Jung: o rosado estava puto, magoado e, no fim, havia mesmo desistido de Jeongguk.

Desde a discussão que aconteceu na porta do quarto de Yoongi as coisas estavam diferentes. Park andava muito mais quieto que o normal e, quando estava com os amigos, ficava carente. Já Jeon apenas parecia cada vez mais confuso. Estava agitado, perdido, agoniado e tentava, o máximo que conseguia, ajeitar as coisas.

Mas era impossível ajustar aquilo tudo.

Até porque ele tentava ajeitar sozinho, sem conversar com ninguém, sem contar tudo o que acontecia dentro de si nem para Hoseok. E uma prova perfeita de que não estava funcionando era aquela reunião onde Jimin não compareceu. Ele estava muito mais ausente na vida de Jungkook do que ele esperava e até mesmo queria. Não via as madeixas rosas em lugar nenhum, os protestos haviam diminuído de quantidade e pareciam escondidos... As coisas estavam realmente bizarras.

Contudo, para não soar injusto, o moreno havia sim conseguido conversar com Jimin. Por um período curtíssimo de tempo, mas havia. Porém, não era como se tivesse adiantado muito, afinal, o representante quase não o respondia e, quando o fazia, era curto e grosso. Jeongguk tentou conversar sobre o jantar, queria mostrar seu lado e tentar fazer Jimin entender que não havia feito por mal, de fato, mas não conseguia.

Jimin mal o olhava e isso estava o deixando extremamente angustiado.

— Quem disse que eu tô esperando ele, Hoseok? — respondeu seu amigo após um tempo pensativo. — Eu só... Estava pensando em algumas coisas.

— Pensando no fato de você estar sendo chato e invasivo. — concluiu, irritado. — Ele não quer saber de você e você, desde sempre, não queria saber dele também. Qual é a diferença agora?

Jeongguk bufou, revirando os olhos antes de se levantar, colocando as mãos no bolso.

— Eu só quero provar que não estou errado. — deu de ombros. — Naquela noite, no jantar, eu não pude fazer nada. Você sabe. O que aconteceria se eu tivesse me manifestado?

O outro apenas girou na cadeira onde estava sentado, o semblante levemente sério ao mesmo tempo com que fitava o amigo.

— Talvez você não estivesse tão confuso quanto agora. Talvez as coisas estivessem mais claras pra você... — respondeu com um leve (muito leve mesmo) sorriso. — E talvez ele...

— Tanto faz, hyung. — interrompeu-o. — Eu vou para o meu escritório, então...

Além de tudo, Jeon estava desanimado.

Quando começou a acreditar que tudo estava se encaminhando, as coisas desandaram novamente.

E ele sabia que possuía certa parcela de culpa nisso, mas não era como se as coisas fossem mudar e, do dia para a noite, tudo ficasse bem. Jeongguk, ao longos das últimas semanas próximo de Jimin, percebeu que aquela situação era muito pior do que aparentava ser. Isto é, alguém teria de sacrificar-se para que ele e o Park pudessem ficar em paz.

Sim, aquela mesma paz que tiveram durante a festa do Belas Artes.

Jogou-se em sua cadeira confortável e suspirou alto, frustrado. Não queria aquela paz, ao menos queria Jimin. Aquilo tudo estava sendo muito pior do que esperava... Além de que, após tudo o que estava passando, Jeongguk começar a travar uma batalha interna. Não havia parado para refletir sobre o assunto ainda, mas sua mente insistia em pensar nos fios rosados e no fato de estarem brigados, o que era péssimo. Não queria pensar naquilo, não queria ao menos se importar.

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