é só uma verdade.

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Ao mesmo tempo que foram tão longe, pareciam tão atrás.

Sentia-se como no início, quando fazia movimentos durante as reuniões e se sentia, vez ou outra, invisível para a diretoria da faculdade. Sabia que havia avançado, conquistado coisas que jamais imaginara quando aceitou o cargo de representante. Ele sabia que aquilo era como um sonho porque, no fundo, entendia que sua voz tinha vez e muita potência.

Então, lá estavam todos eles.

Taehyung observava a multidão que acompanhava a reunião no lado interno da diretoria com o coração na mão, a adrenalina na ponta dos dedos. Sabia que era um momento decisivo, principalmente porque se não fosse, então Junmi não teria proibido os alunos de entrarem e falarem o que desejavam. Se recordava de quando o diretor permitia o acesso deles e, mesmo que tentassem opinar, ninguém os escutava. Então, aquilo queria dizer que ele estava com medo; Jeon Junmi temia algo que eles não sabiam ao certo o que era, mas que estavam ansiosos para descobrir.

Já Yoongi estava com o celular em mãos, fitando as janelas à procura da figura de um dos seus namorados. Sabia que Taehyung estava próximo de Jimin e queria encontrar Hoseok, para ter certeza de que todos estavam bem e não precisava se preocupar. Isto é, Junmi ainda era o diretor da faculdade, então eles ainda tinham a chance de melhorar; contudo, era o suficiente saber que quem importava para si estava em segurança.

E Namjoon vinha correndo para poder acompanhar toda aquela situação. Estava atrasado, mas não deixaria de presenciar mais um dos épicos movimentos onde o antigo rosado era o líder e todas as pessoas atrás dele se uniam por um objetivo maior. Existiam estrangeiros, homens, mulheres, gays, héteros, lésbicas, transexuais e todos os tipos de pessoas unidas, deixando as pequenas (e grandes) diferenças de lado para que conseguissem atingir um objetivo importante.

Mais importante que eles mesmos.

Então, em cima do caixote e com o objeto que intensificava sua voz ainda mais, lá estava ele.

Aquele era Park Jimin.

Os fios castanhos puxados em uma espécie de topete chamavam a atenção por lembrarem o tom rosado que possuíam antes, mas não tanto quanto o megafone vermelho que carregava em mãos. Seus olhos pequenos estavam afiados como nunca, suas palavras de motivação fazendo a multidão atrás de si gritar em uma harmonia e sincronia tão perfeita que parecia surreal. Poderia até não ser o cara menos orgulhoso do campus ou o mais centrado nos últimos tempos, mas Park fazia seu trabalho como representante de minorias com muita determinação e garra.

Possuía a bochecha esquerda pintada com as cores da bandeira panssexual enquanto a direita tinha o símbolo da igualdade de gênero, a mão livre estava erguida em punho e só tinha olhares para as janelas grandes por onde podiam enxergar os participantes oficiais daquela reunião.

Queria tanto poder participar, Jimin queria muito ter lugar de fala naquela reunião que era tão importante para si e o futuro da instituição onde estudava. Isto é, se formaria ainda naquele ano, então ele poderia simplesmente deixar aquele assunto de lado até o fim do semestre, mas não. Park não queria ser aquele tipo de representante, ele queria os direitos e queria agora.

Voltou a repetir palavras de incentivo no megafone e sorriu quando viu Yoongi o fitando pouco antes de voltar a procurar por Hoseok.

Jung estava dentro do salão, mas não na sala de reuniões onde Junmi e os outros presidentes de faculdades estavam. Ele alternava seu foco entre Min e o celular, esperando receber qualquer sinal de vida do seu melhor amigo. Seu coração batia forte, afinal, a reunião já havia começado e o mais novo ainda não estava presente. Como poderiam concluir o plano se ele ao mesmo estava no local?

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