é só Jeon Junmi.

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Seokjin praticamente hiperventilava dentro do seu escritório.

Ele e Jeongguk estavam juntos, ali, sem trocar palavra alguma. Apenas um desconforto imenso entre eles e muitos pensamentos bagunçados. Isto é, não era para menos, afinal, aquela situação era catastrófica.

Jeongguk? Gay?

Como não percebeu antes? Estava tão óbvio, droga! O modo como ele e Jimin se aproximaram, a aparição do rosado durante o jantar... O discurso de seu primo, a música, o jeito como ele estava diferente. Era tudo tão fodidamente óbvio que o loiro realmente se sentia mal por não ter percebido antes. Poderia ter evitado. Teria afastado os dois antes que... Antes que Jeongguk cometesse o mesmo erro que ele cometeu.

Antes que ele ficasse com outro homem.

— Como você pôde? — perguntou, quase rosnando de puro ódio da situação. — Jeongguk, Jimin é outro homem...

Os olhos escuros do mais novo se ergueram na sua direção, Jeon parecia tão assustado que, céus, era até estranho. Entretanto, não enxergava confusão nele.

— Você não pode contar ao meu pai, Jin... — meio que pediu, falando com um tom de voz manso. — Eu... Isso não é errado. Você sabe disso... Melhor do que ninguém, você me entende, hyung.

Os olhos do loiro finalmente fitaram seu primo diretamente, um semblante sério, um pouco surpreso e principalmente confuso. Do que ele estava falando?

— O que você quer dizer, Jeon? Eu não sou como você.

O moreno, por sua vez, precisou engolir em seco e respirar fundo. Era a primeira vez que enfrentava seu primo, era tão estranho e... Surreal. Meses atrás não se imaginaria ali, enfrentando-o como se não fosse nada. Como se Jeongguk realmente tivesse voz dentro daquela sala tão espaçosa para apenas duas pessoas assustadas.

— Eu sei de tudo, hyung... Sei do Namjoon. — disse, tentando manter a calma. Tinha medo de olhar para seu primo, mas Jin logo o fitou ainda mais profundamente. — Ele me contou e ele está sofrendo, sei que você sofre também. Você não precisa contar ao meu pai, hyung, nós podemos resolver isso juntos, sabe? Você não vai precisar esconder mais e...

Não só o seu coração como o de seu primo também ficou acelerado. Batiam como loucos dentro dos peitos, demonstrando o quão arriscada era aquela conversa. Mais pareciam dois soldados cegos em um campo repleto de minas e, por deus, Jungkook nunca sentiu tanto medo de pisar em um lugar como aquele.

— Pare de falar isso, pare! Eu não sou uma aberração, Jeongguk, não sou nada disso! — bateu na mesa, respirando fundo e logo massageando as têmporas. Precisava manter a calma, mas era tão difícil com um assunto tão delicado. Por que ele estava falando disso? Como ele sabia da existência daquele assunto? — Olha... Eu vou contar ao Junmi. Ele precisa saber o que você está fazendo com ele, comigo, com a faculdade.

Apoiou-se na mesa, respirando fundo. Estava irritado, mas precisava manter a calma e pensar no que faria para não perder nada. Isto é, Jeongguk já seria uma perda grande o suficiente.

Porque faria de tudo para tirá-lo dali.

Em contrapartida, Jeongguk sentia-se magoado. Tudo bem, não esperava que seu primo ou pai entendessem sua situação quando a contasse para eles (caso contasse). Contudo, era certamente decepcionante ver como Jin, no mínimo, não se importava nem um pouco com o que ele sentia por dentro, com a sua confusão e o modo corajoso como estava enfrentando aquilo.

Ele só conseguia se preocupar com dinheiro, faculdade, renome, status...

— E eu, hyung? Eu ao menos sou importante pra vocês?

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