[18]Pequeno Mundo Invertido

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 Havia adormecido em cima do Flynn. Me levantei e fui até a janela ajeitando as minhas calças Jeans que permaneciam ali desde as aulas. Rapidamente olhei no relógio e vi que já estava tarde, então tratei de pegar o meu celular e responder as mensagens do meu pai. A enfermeira entrou no quarto me avisando que meu pai estava me esperando na frente do quarto, agradeci e larguei o celular afim de conversar com ele pessoalmente. Prendi meus cabelos curtos e ondulados num rabo de cavalo e comecei a levantar até que senti um toque familiar. 

—Flynn!—falei alto fazendo com que ele me pedisse silêncio, me desculpei e abri um sorriso de orelha á orelha— Como se sente?

—Péssimo, minhas costelas doem mais do que tudo!—ele disse calmamente, sua voz estava fraca e baixa—aonde estão meus pais?

—Devem estar na sala de espera, vou chamá-los para você—disse me levantando e indo em direção a porta.

—Emma.

Me virei calmamente. Não havia como esconder, os meus olhos diziam que eu me culpava por tudo aquilo, Flynn me conhecia tão bem que eu não seria capaz de mentir para ele.

—Sim?

—A culpa não é sua, ok?—ele disse analisando a enfermeira posicionar a bandeja com comida sobre ele.

Assenti e sai do quarto com lágrimas nos olhos. Se esses caras queriam me atingir, conseguiram com êxito. Fui rapidamente no banheiro lavar o meu rosto e logo depois avisei aos pais dele que ele havia acordado.

—Filha.—ouvi uma voz familiar no corredor e me virei avistando meu pai, ele me abraçou tão apertado que arregalei os olhos.—Desculpe, eu sai correndo do trabalho quando vi sua mensagem...achei que tinha acontecido algo com você também.

—Eu fui bem especifica na mensagem, não?

—Sim, mas você têm essa coisa de ocultar detalhes importantes...—ele sorriu parecendo um garoto, ele realmente estava feliz em me ver. Não pude evitar o sorriso que surgiu rapidamente em meus lábios ao vê-lo passar uma das mãos no cabelo.

—Essa felicidade toda por me ver?—eu perguntei e ele me pareceu nervoso ao colocar o braço sobre o meu ombro. 

—Não vamos falar sobre isso agora...

Ele começou e eu fiquei ainda mais desconfiada. Soltei o seu braço e fui buscar notícias sobre o Flynn, a médica havia dito que receberia alta daqui algumas horas e ouvi uma enfermeira comentando sobre garotos terem feito um estrago num menino loiro, imaginei que estivesse falando do Flynn me sentindo satisfeita com aquela desculpa, assim ninguém desconfiaria de nada. Entrei no elevador ao lado do meu pai e me deparei com o Derik ao meu lado. Meu coração começou a acelerar rapidamente e Derik parecia intacto com aquele encontro repentino, parecia planejado ainda mais quando ele começou a falar com o meu pai e logo estavam fechando um compromisso.

—Próxima semana vai acontecer um jogo de Beisebol em Netherfield, tenho um ingresso sobrando se você quiser ir..

—Ele vai estar ocupado pai, melhor não.—falei tentando me livrar de mais um dia com ele.

Um sorriso ainda maior surgiu em seus lábios.

—Seria um prazer, quem sabe eu não aprendo um pouco mais dos esportes daqui.—ele disse e acrescentou baixinho certificando que meu pai não escutaria.—Pode acreditar, eu não quero ser sua babá mas recebi ordens e não vou desapontá-lo.

 Logo o elevador se abriu e eu pude me afastar do Derik. Fomos para casa e pedimos comida o que me deixou muito contente por não ter que cozinhar para nós dois. Minha cabeça estava uma bagunça e tinha bastante certeza de que os próximos dias seriam longos.

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