Acho que posso ficar por alguns minutos, ele disse. Alguns minutos.
Se for possível contar 90 como alguns, então eu acho que se pode dizer que ele foi exato. Mas para mim… não tanto.
Eu devia de ter ficado enfurecida. Eu devia ter começado uma discussão cinco minutos depois de ele cá estar. Por uma vez na vida, eu não devia de o ter deixado ir em frente com tudo.
Mas apesar dos pensamentos que estão a passar pela minha cabeça, aqui estava eu, uma hora e meia depois de ele ter batido à minha porta, observando ele e o meu pai a falarem como se tivessem sido melhores amigos a vida toda.
Até a minha mãe estava a gostar disto tudo. Ela estava definitivamente mais entusiasmada que eu sobre o facto de ele cá estar, mas eu podia ver culpa nos seus olhos. Eu podia ver que ela se estava a sentir mal por causa deles os dois estarem a esforçar-se mais para interagir com o meu ex namorado do que com o meu atual noivo.
Se o Ashton soubesse que ele aqui estava. Oh meu.
Eu pensei mesmo em ligar-lhe, várias vezes, e dizer-lhe sobre a atual situação. Mas isso significava que ele ia descobrir que eu trabalhava com o Louis, o que o ia levar a descobrir que eu passava os meus dias de trabalho com ele, e finalmente o facto de que eu falava e passava tempo com o meu ex namorado. O que era mesmo algo que eu definitivamente queria que não fosse descoberto.
“E depois…” Louis começou. “O pai dele foi à escola e ofereceu-me dois bilhetes para a Lana Del Rey, só para que eu desse uma nota para o seu filho passar. O homem estava mesmo pronto para fazer qualquer coisa.”
“Aceitaste-os?” O meu pai perguntou, dando um gole na sua terceira cerveja.
“Não.” Ele disse, franzindo o sobrolho enquanto abanava a cabeça. “Eu não me ia vender por bilhetes para um concerto. Todos naquela família eram malucos.”
“Fizeste bem.” O pai aprovou, quase fazendo-me rir sem acreditar. No entanto, depois de uma hora e meia, podia surpreender-me. “Além disse, Lana Del Rey… quem é que ainda ouve disso?”
“Nuh-uh.” O Louis imediatamente desconcordou quando deu um gole do seu café. O seu segundo café. “Eu adoro Lana Del Rey, é uma questão de moral.”
O meu olhar tornou-se ainda mais triste quando o meu pai encolheu os ombros, uns segundos depois da declaração do Louis. “Bem, tu sabes… cada um tem o seu gosto musical.”
Isto também foi algo que me chocou ao ponto de não conseguir ultrapassa-lo; o meu pai e o Louis era duas pessoas completamente diferentes, dois mundos completamente diferentes. Ele não apenas discordavam no que tocava à música; eles não concordavam em literalmente nada.
E mesmo assim, eles falavam um com o outro como se tivessem a mesma maneira de ver as coisas em tudo, a mesma maneira de ver a vida. As suas conversas começavam como se fossem discutir, mas depois, de alguma maneira, eles encontravam chão comum.
Talvez tenha sido porque- ok, não talvez, mas definitivamente porque o Louis se impunha e opinava sobre tudo e o meu pai parecia apreciar bastante isso. Ele iria apenas deixar tudo de lado e dizer algo como ‘nós somos diferentes’ ou assim.
Até a um certo ponto, eu compreendia o porquê de ele não gostar do Ashton. Ele estava puramente assustado por conhecer os meus pais; e quando isso aconteceu, foi como se o gato lhe tivesse comido a língua. Mas eu pensei que ele fosse perceber isso, quer dizer, que rapaz é que não estaria nervoso por conhecer os pais da sua namorada? Era a única coisa com que eu estava mesmo irritada; a sua falta de compreensão.
Mas eu acho que tudo isso foi deitado ao rio.
“Oh… Jesus.” Louis murmurou quando olhou para o seu relógio. Poderá ser…? “Não tinha reparado que já era tão tarde… eu tenho de ir andado.”
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You again? (DC sequel) | Português
Teen FictionQuais são as possibilidades de encontrares um antigo amor depois de dois anos? Não tão pequenas, de facto. Mas e se tiveres de partilhar o mesmo local de trabalho que ele?