Capítulo 6

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Coloquei mais um dos meus sorrisos falsos enquanto andava até à porta atrás dos alunos, e suspirei quando a fechei. Estava finalmente sozinha, finalmente.

Duramente devagar, andei até à minha secretaria e deixei-me cair na cadeira, cruzando os braços na madeira e deitando a minha cabeça. Eu definitivamente precisava de dormir, não apenas Deus, mas também os meus alunos começaram a notar.

Se ainda me restasse alguma força, eu provavelmente teria marchado até à sala do Louis e tê-la-ia posto a arder com ele lá dentro. Eu culpo-o pelo meu cansaço; o seu pedido tornou-se realidade, mesmo sem ele ter tentado.

Por dez dias seguidos, não apenas por ter andado a tentar evita-lo, pela terceira vez em um mês, mas também por não conseguir dormir de noite. Mas isso, não era o mesmo, não mesmo nada o mesmo. Normalmente eu teria rolado para cima do Ashton e abana-lo até acordar, e depois finalmente adormeceria nos seus braços. Era isso que eu tinha andado a fazer durante dois anos; eu não tinha tido nenhum problema com insónias há tempo.

E agora. Aquele filho da puta regressa para a minha vida e vira tudo de pernas para o ar. Tentei o meu melhor para ignora-lo e não deixa-lo arruinar tudo mas parece que ele nem é humano. Parece que ele é a porra de uma força que não consegue ser parada.

Primeiro, ele tentar interagir comigo no trabalho. Ok, somos colegas, trabalhamos juntos, por isso acho que está tudo bem. Depois ele oferecesse para me levar a casa e traz as minhas coisas quando me esqueço delas no trabalho. Tudo bem, penso que isso também esteja bem, mas não é apenas o facto de que ele fazer tudo isto que me incomoda.

Mas vir a minha casa e impressionar a porra dos meus pais, virando-os contra o meu noivo ainda mais? Alto e para o baile.

E como se isso não fosse de tudo suficiente, ele diz-me que quer que eu me arrependa por o ter deixado. Unf. Como se eu ainda não o tivesse feito. Como se eu nunca tivesse chorado até adormecer por causa dele, como se eu nunca tivesse passado horas ao lado do telemóvel, esperando uma chamada dele, uma mensagem, qualquer coisa.

Mas não, o idiota quer que eu, ahem, passe as minhas noites deitada ao lado do meu noivo, acordada enquanto ele dorme e a pensar nele e no quão burra fui por o ter deixado. Eu nem estava assim tão envergonhada por admitir que memorizei todo o seu discurso. Depois de tudo, era sobre isso que eu pensava quando estava acordada às 3:35h da madrugada; enquanto eu fazia exatamente aquilo que ele queria.

Era a única coisa por que eu me sentia culpada; de eu não conseguir dormir durante a noite, que eu pensava nele quando não devia, que as suas palavras tinham mesmo atingindo-me. Eu sempre estive verdadeiramente arrependida por ter pedido um tempo, mas eu nunca estive mais ciente disso que nos ultimo dez dias.

O que resultou nisto; eu tentar dormir uma sesta no meu local de trabalho. O único lugar onde eu não pensava no Louis o tempo todo porque tinha demasiadas coisas para distrair os meus pensamentos. Ou até podia ser pelo facto de ele estar aqui também e que eu o podia ver a qualquer altura.

Suspirei pesadamente ao pensar na possibilidade de voltar a sofrer de insónias nesta noite. Estava a deixar-me mentalmente louca, tanto Louis na minha mente. O Ashton sugeriu-me comprimidos para dormir na noite passada; ele começou a notar nisso também. Uma outra nota, eu talvez siga o seu conselho e dei-a um pouco de paz a mim mesma.

Assim que adormeci completamente, o meu telemóvel –que estava ao meu lado– tocou, causando-me quase uma tontura pela velocidade que me levantei. Com as mãos tremulas, peguei-o e clareei a garganta para que parecesse o mais consciente possível quando carreguei no botão verde.

“Olá?” Respondi à chamada, sem olhar para o ID do chamador.

“Lori onde raio é que andas?” Fiquei aliviada por ouvir a voz da Destiney, melhor que outra pessoa qualquer.

You again? (DC sequel) | PortuguêsOnde histórias criam vida. Descubra agora