“Mais chá?” Perguntei pela segunda vez.
“Mm.” Ele murmurou quando esvaziou o seu segundo copo de chá. “Na verdade…”
Ele deixou pairar quando eu intencionalmente tossi e snifei, fazendo com que ele olhasse para mim. Pestanejei umas quantas vezes quando os nossos olhos se encontraram, depois de alguns segundos a encarar-me ele suspirou.
“Claro.” Ele sorriu e estendeu-me o copo, lentamente e um pouco hesitante.
Levantei-me do sofá, tentando esconder o facto de ainda estar a tremer, e andei atá à cozinha. Olhei para o Louis pela porta e tive de conter uma gargalhada quando o vi todo deitado, obviamente a tentar dormir um bocado. Eu não podia culpa-lo, eram 2:15 da madrugada e ele estava com dois copos quentes de chá. Como comprimidos para dormir em forma de… bem, não na forma medicinal.
O meu sorriso lentamente desapareceu quando me relembrei do porquê de ele estar assim. Que eu lhe liguei a meio da noite e tive a audácia de pedir para ele vir cá. Estava feliz que ele aqui estivesse mas quando penso melhor era um pouco embaraçoso isto tudo.
Carreguei o seu copo de chá de volta à sala, decidindo que eu já tinha tido chá suficiente esta noite. E pelos próximos cinco meses, para ser justa.
Cuidadosamente sentei-me ao seu lado, tentando não acorda-lo mas pelos vistos ele nem estava a dormir; Louis imediatamente se sentou e fingiu que não fazia ideia nenhum do porquê de lhe estar a lançar um olhar estranho.
“Que foi?” Ele disse, dando-me um olhar estranho também. “Eu só estava… a descansar os olhos.”
Aquilo foi uma péssima mentira e ambos sabíamos disso. Dei-lhe um leve aceno enquanto lhe dava o copo de chá, o qual ele pegou sem dizer nada. Por uns segundos, apenas fiquei sentanda a observa-lo, sem me aperceber do que estava a fazer, quando ele interrompeu os meus pensamentos.
“Então, hum… chamaste-me para olhares para mim ou…” Ele deixou pairar e deu-me um pequeno sorriso quando eu dei um risinho. “Ou porque precisavas de um amigo para um chá a meio da noite ou assim?”
Ri novamente, fazendo com que o seu sorriso alargasse. Isto durou apenas por uns segundos antes do silêncio nos rodear, e encarei o meu colo.
“Hum… bem, deves mais estar a perguntar o porquê de aqui estares.” Mentalmente revirei os olhos para mim própria.
“Seria bom saber isso, sim.” Louis disse, obviamente a tentar não deixar a atmosfera estranha, agora que estávamos a falar a sério, mas não estava a funcionar para mim.
“Bem… eu acho que devias, hum, devias de saber uma coisa primeiro, uh…” Deixei no ar, sem me atrever a olhar para ele. Não era a primeira vez que as minhas mãos eram a coisa mais interessante no mundo para mim.
“Estou a ouvir.” Ele disse calmamente, e eu podia jurar que notei a sua mão a vir para a minha perna mas ele decidiu mante-la na dele. Era porque ele pensava que ia ser inapropriado. Porque ele ainda pensa que estás noiva.
Puxei os pensamentos desnecessários para o fundo da minha mente e concentrei-me em finalmente dizer-lhe o que tinha acontecido um pouco antes de ele entrar no meu apartamento. “Ashton, ele foi… ele foi-se.”
Silencio. Por uns segundos demasiados longos. “O que é que queres dizer com, foi-se?” Ele perguntou, a sua voz alta. Finalmente olhei para ele, um bocado confusa com o seu tom e a sua expressão. Ele quase que parecia estar a passar-se.
“Ele está… morto?”
E depois bati-lhe. “Não, não! Deus, não. Absolutamente não. Ou se ele está, acho que é um zombie que me deu um fora mais cedo.” Tentei sorrir quando lhe disse sobre a separação mas não funcionou muito bem. O meu estupido sorriso desapareceu imediatamente com a imagem do Ashton a ir-se embora.
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You again? (DC sequel) | Português
Novela JuvenilQuais são as possibilidades de encontrares um antigo amor depois de dois anos? Não tão pequenas, de facto. Mas e se tiveres de partilhar o mesmo local de trabalho que ele?