Capítulo 7

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Quase que ignorei o Tom quando saí do carro, dando-lhe apenas um sorriso educado. O Ashton precisava do carro para alguma coisa, o que fazia com que eu tivesse de apanhar um táxi para o trabalho. Planeava apanhar outro também para casa mas o Tom ‘gentilmente’ ofereceu-se para me dar boleia; cheguei à conclusão que a sua fase-escola-secundaria nunca acabou.

“Vejo-te amanha no trabalho, sim?” Ele sorriu, dando-me um brilhante sorriso.

“Claro.” Pressionei os meus lábios em uma fina linha e sorri também, fechando a porta antes que ele conseguisse dizer mais alguma coisa. Fingia estar à procura de alguma coisa na mala enquanto andava até ao prédio, e suspirei de alívio quando ouvi o motor a trabalhar, indicando que ele estava a ir embora, finalmente. O meu alívio logo acabou quando comecei a subir as escadas para o meu apartamento.

Fiquei surpresa por não ter tropeçado nos meus proprios pés como pensei; o trabalho era o meu principal problema, claro. Não o Tom, ou os meus pais, ou o Ashton, nem mesmo um certo colega que me deixou bastante confusa depois de uma discussão há três semanas atrás, se podiam comparar ao quanto mal-humorada estava por causa dos meus alunos; eu tenho começado a perceber o porquê da Maria se estar a passar quando toda a sua turma falhou no teste.

Destranquei a porta e entrei, vim o tempo toda a murmuar insultos. O pensamento de ter de corrigir a outra metade dos testes estava a deixar-me doente; um B. Houve apenas um B na primeira metade, o resto foi tudo D’s ou F’s. Eu não percebia, estas crianças não sabiam Inglês? Sou uma má professora? Sou-

“Babe? Babe!” Eu quase que cai enquanto tirava os meus sapatos, ficando ainda mais irritada quando ouvi a voz do Ashton. Ele escolheu mesmo o momento perfeito para me assustar para caralho.

“O que foi?” Estalei, andando até ao quarto, onde ele estava em pé a mudar de camisola.

“Aw, tiveste um dia mau?” Ele franziu as sobrancelhas para mim, logo seguida por um largo sorriso, o mesmo que o Tom me deu. Abanei a cabeça enquanto ele andava até mim; porque raio é que o Tom estava na minha mente?

Fui apanhada de desprevenida quando o Ashton envolveu os seus braços a volta de mim; eu também estava surpresa quando não senti necessidade de o afastar. A nossa relação nem sempre foi boa e isso aumentou depois da visita dos meus pais e da minha discussão com o Louis. Alem de ser tudo confortável à noite, era como se já não fossemos tão próximos, por isso ele segurar-me quando estamos ambos bem cientes… eu gosto.

Respirei fundo e abracei-o de volta, envolvendo os meus braços o seu tronco. “Sim.” Murmurei contra o seu peito, respondendo à sua pergunta. “Os miúdos fizeram um teste no outro dia e… bem, eles estiveram mesmo mal, e agora eu apenas estou…”

Eu não acabei a frase; ele sabia o quê é que eu estava a pensar. “Vai correr bem.” Ele murmurou contra o meu cabelo, afagando as minhas costas enquanto lentamente afastava os seus braços de mim. “Além disso, tenho excelentes notícias.”

Antes de conseguir registar as suas palavras, ele largou-me completamente, e começou a andar até à sala. Encarei a parede à minha frente por uns segundos antes de segui-lo.

“O que aconteceu?” Rapidamente perguntei assim que entrei na sala, vi o Ashton a mexer em alguns papéis. “O que é que se está a passar? Porquê é que estás em casa e não no trabalho?” Continuei a perguntar, rapidamente consciente de que eram 4 da tarde e que ele deviria de estar no estúdio de tatuagens dois horas antes.

“Despedi-me.” Ele disse simplesmente com um sorriso feliz. Arregalei os meus olhos por um segundo e senti o meu coração acelerar com as suas palavras.

“O que é que queres dizer, despediste-te?” Eu sabia que estava irritada com ele por o ter feito e não me ter dito nada sobre isso mas eu estava demasiado ansiosa para me focar nisso.

You again? (DC sequel) | PortuguêsOnde histórias criam vida. Descubra agora