Capítulo Um - Emboscada

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"No coração do homem existem dois lobos que vivem brigando. Um é o amor e o outro é o ódio. Quem ganha? O que você alimentar mais..."

Desbravadores.

Victor Villanueva

—É só isso que temos para tratar?

—Não acabamos ainda, senhor Villanueva.

Victor Villanueva suspirou. Percebia que eles não iriam deixá-lo sair tão cedo daquele lugar.

—Prossigam. – resmungou ele, impaciente. Tudo o que queria era ir para casa. Para sua casa, seu refúgio. Estava cansado de lidar com aquele tipo de humanos. Só precisava retornar ao seu país, relaxar. O que não fazia há dias.

Victor é um rapaz de vinte e cinco anos. Mas quem o via, não lhe dava essa idade. Não por que parecia velho, pelo contrário. O homem era um exemplo de espécime perfeito. Alto, com músculos desenhando em seu peito e braços, sem falar em suas coxas. Incrivelmente belo – olhos castanhos esverdeados e cabelos pretos. Tinha o rosto simpático, mas não se deixe enganar. Ele emanava perigo. Por trás daquela aparência simpática e calma existia um homem frio e determinado.

Villanueva nascera na Colômbia e vivia até hoje em seu país de origem. Era o principal inimigo das Forças Armadas da Colômbia – FARC – e o braço direito dos Estados Unidos em seus combates, guerras, segurança... – era Victor que conseguia o armamento pesado, além de ser a maioria de seus homens no campo de batalha. Também ajudava os outros países contras às guerras no Oriente – além do Iraque é claro. Victor tinha tanta liberdade nesses países que se quisesse, teria todas as principais agencias de segurança aos seus pés na hora em um estalar de dedos.

Além disso, Villanueva era conhecido em todo o mundo como o Líder dos Rebeldes Colombianos. Mas sendo uma figura tão importante, com certeza também teria grandes inimigos. Por isso o homem era sempre visto com diversos guarda-costas, mesmo a contra gosto, que estavam preparados para qualquer coisa.

Mas Victor também era querido e respeitado por todos os seus empregados. Eles dariam a própria vida por seu líder, comandante, amigo...

E naquela tarde do mês novembro, Victor encontrava-se em reunião em um dos maiores prédios de Los Angeles com os quatro homens mais importantes da cidade. Estava acompanhado por três seguranças armados até os dentes.

—Bom Senhor Villanueva, como sabe, precisamos desse pedido para daqui a três dias. – avisou o mais gordo dos quatro homens.

—O pedido é muito grande. – respondeu Victor, sem se alterar. Para esse tipo de pessoa, que lidava quase todos os dias, ele costumava ser arrogante e direto – Ficará pronto em cinco dias. E não adianta reclamarem! Vocês sabem que eu não gosto de ser pressionado. Farão do meu jeito ou terão de arranjar outro fornecedor.

—Por favor, senhor Villanueva, não nos entenda mal. – murmurou o outro, de maneira suave – Estamos muito nervosos com tudo que está acontecendo.

—E eu não? – perguntou ele com um sorrido desdenhoso – Meus homens estão morrendo naquela maldita guerra! Uma guerra que não é nossa! Se Mackenzie  decidisse retirar as tropas do Campo de Batalha, seria bom para ambos os lados.

—Com todo o respeito, Victor, mas por que você então não manda seus homens voltarem? – perguntou o outro.

Ele abriu um sorriso, que poderia ser classificado como irônico ou até mesmo cínico.

—Se eu fizesse isso, só ficariam as tropas inimigas no campo de batalha.

—Porque você está nos ajudando então? – perguntou o que ainda não falara – Como você mesmo disse essa guerra não é sua.

Matilha Villanueva - Para Sempre MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora