2. A FESTA

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Sophia sempre faz eu me arrepender de algumas atitudes. Essa festa, essas músicas nada disto combina comigo, nem sei por que realmente vim parar aqui se já tinha certeza que não iria gostar.

-Sophia vou lá fora tomar um pouco de ar, preciso respirar de tudo isso.

-Valentina não consigo entender por que você não estar se divertindo, uma festa maravilhosa dessa, não dá para ficar parada muito menos parar para respirar!

-Estou indo.

Aqui fora está bem melhor, calmo, tranquilo enfim em paz.

-Não estar gostando das músicas?

-O que?

-Eu perguntei se você não estar gostando das músicas.

-Quem é você?

-Desculpa, me chamo Lucas. Então vai responder minha pergunta ou não?

-Desculpa mais não costumo falar com gente estranha. Principalmente quem se esconde no escuro. -Do nada reviro meus olhos sem nem perceber.

-Por um acaso eu tenho cara de psicopata?

-Vou voltar para dentro!

-Espera, espera. Se minha presença te incomoda tanto assim eu saio, só estava tentando ser gentil.

-Tudo bem não precisa ir, me desculpe só estou com minha cabeça cheia de coisas.

-Ah entendo, então vai me falar seu nome ou não?

-Meu nome é Valentina.

-Que nome bonito, combina com a dona.

-Por favor, me poupe dessas suas cantadas sem graça.

Do nada ele começa a rir, e continua puxando assunto.

-Por que você saiu da festa?

-Só estava cansada, das bebidas, dos barulhos, e das pessoas. E você por que saiu?

-Estava cansado de segurar vela.

-E veio se esconder em um lugar onde não tem ninguém?

-Talvez com esperança de encontrar alguém!

-O que eu falei das cantadas?

-Desculpa é que eu sou meio idiota as vezes.

Aquela resposta me soou um pouco engraçada e dei um sorriso.

-Pelo menos eu fiz você rir.

Do nada escutei uma voz me chamando, depois percebo que é Sophia, estava me procurando e realmente já estava na hora de irmos embora. Talvez já fizesse um tempo que ela me procurava.

-Tenho que ir embora.

-Foi um prazer lhe conhecer Valentina.

E novamente sai um sorriso da minha face sem que eu percebesse. Olho para traz e vejo ele acenando e retribuo.

Eu ainda não estava conseguindo entender o que tinha acontecendo ali, eu nunca vi esse garoto na minha vida, e afinal por que a gente estava conversando sendo que essa é a primeira vez que vejo ele? Eu não estava assimilando nada, mais de certa forma eu me diverti com aquela conversa. Pelo menos algo me agradou nessa noite tão conturbada. Quando estávamos no caminho de volta para casa eu não tirava da cabeça aquela conversa. Aquela noite foi incomum para mim, nunca passei tanto tempo priorizando uma mera conversa com um estranho.

No dia seguinte o assunto principal na escola era a tal festa, todos falando algo incrível. E Sophia já veio para minha direção com seus longos questionamentos.

-Valentina afinal por que você saiu da festa? Não entendo como você não se divertiu a festa estava maravilhosa!

-Eu não estava me sentindo muito bem, e resolvi passar um tempo do lado de fora. E Sophia você me conhece, sabe que não sou muito chegada a muitas pessoas e barulhos.

-Você e suas esquisitice Valentina. Ahh agora que eu lembrei o motivo de você não ter querido continuar na festa, estava conversando com aquele menino lá fora! Hmm.

-Aff Sophia, eu só sai lá para fora por que eu estava cansada daquela festa, aí encontrei aquele cara lá fora. Até que ele era legal.

-Mas ele era um gatinho! Não rolou nada entre vocês não?

-Claro que não.

-Só você Valentina para deixar um gato daquele escapar.

-Vamos que a aula já vai começar.

-Vamos.

Meu Deus por que eu não conseguia tirar aquela conversa da minha cabeça, passei a aula toda lembrando de cada detalhe, cada riso bobo que eu dava quando ele falava alguma besteira, não me concentrei nenhum segundo durante a aula, aquilo realmente mexeu comigo. Até por que quais seriam as chances de eu reencontrar aquele garoto? tenho que deixar essas paranoias de lado isso sim.

Quando terminou a aula chamei Sophia para irmos até a biblioteca da cidade, esquecer um pouco sobre a tal festa. Quando íamos saindo eu estava tão apressada que esbarrei em um garoto ele estava de costas e do nada ele se vira e olha para mim... Eu fiquei paralisada completamente sem reação, a única coisa que conseguia pensar é que isso ali era coisa da minha cabeça.

-Valentina!

-Eu mesma. Lucas!

Naquele momento parecia que tudo tinha parado e no universo todo só existiam nos dois, depois de mais de um minuto trocando olhares. Lucas me pergunta algo:

-Valentina você mora por aqui?

-Não a minha escola que é próxima daqui.

-Serio? Estou de mudança vou vim morar aqui e estudar em uma escola bem próxima daqui.

-Serio haha, que legal, a escola mais próxima daqui é a que eu estudo.

-Que bom, já tenho alguém para me apresentar a escola e as pessoas.

Por uns minutos tinha esquecido que Sophia estava comigo, os apresentei, e do nada ela começa com suas inúmeras perguntas e insinuações:

-Vocês se conhecem desde quando? Não me diga que esse é o carinha da festa?

Depois daquela pergunta tive vontade de enfiar minha cabeça em um buraco.

-Pelo visto nossa conversa lhe agradou né Valentina, você até comentou sobre ela né?

- Ah porfavor, ela estar falando isso por que era ela a pessoa que estava atrás de mim. Deve ter te reconhecido.

Depois daquilo, aquela conversa já tinha dado para mim, naquele momento eu estava com tanta vergonha que meu destino seria somente minha casa.

-Sophia agente precisa ir ainda vamos na biblioteca, se não vamos chegar muito tarde em casa, meu pai vai ficar preocupado.

-Mais a gente precisa conversar mais com seu amigo Valentina!

-Sophia precisamos ir!

-Então vamos.

Quando nos despedirmos de Lucas foi um alivio, se não a Sophia iria me constranger ainda mais.

-Por que você não quer ficar com ele? Ele parece ser tão legal, você não tem nada com outro.

-Não viaja Sophia, por favor nós não temos nada haver.

-Eu só fico preocupada contigo, depois daquele lance com Caleb você não teve mais nada com ninguém.

Nas entrelinhas do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora