Capítulo 23

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23 - Clarice

Fiquei rolando na cama, pensando em Miguel e no nosso beijo, sonhando acordada. Nem sei quando dormi ou até mesmo que horas acordei. Só sei que já preparei o café, tomei banho, me arrumei e estou esperando a hora para acordar Gael.

Não sei como será o dia de hoje, não sei como Miguel vai me tratar. Estou nervosa, ansiosa, com aquele frio na barriga que há tempos não sentia.

Erika foi embora ontem mesmo, na verdade acho que foi se encontrar com um certo peão.

Acordo Gael, o ajudo a se vestir e aviso para tomar café da manhã enquanto eu vou fazer o café do Miguel.

Abro a porta e braços me puxam para um peito forte e acolhedor.

— Estava com saudade. — Cobre minha boca com a sua.

— Miguel — sussurro entre os beijos.

Sinto seu gosto, seu toque. Esperei a noite inteira para isso, como aquelas adolescentes com o seu primeiro namorado. Não sei o que eu e Miguel somos, ainda é cedo para nominar, mas no momento só quero aproveitar ao máximo o que ele tem para me dar.

— Mamãe! — Gael chama, fazendo Miguel e eu nos separarmos rapidamente.

Olho para trás e não o vejo. Dou graças a Deus por ele não nos pegar de agarramento na porta de casa.

— O que foi, Gael? — grito de volta.

Ele aparece no corredor e me olha intrigado.

— A senhora não ia fazer o café do Miguel, escutei um barulho estranho.

Acabo me dando conta que pelo visto Miguel eu e somos escandalosos, ontem foi a Erika e hoje Gael. Erika está certa, fazemos muito barulho, isso só com o beijo imagine o resto.

— Eu ia filho, mas olhe só — dou espaço e Miguel entra pela porta —, encontrei o Miguel aqui na porta de casa — explico.

Bom, isso é verdade, só a parte que nós estávamos nos pegando que omiti. Gael é uma criança e quero deixá-lo fora disso. Caso isso que está acontecendo comigo e com Miguel dure, eu conto que estamos juntos. Mas, por enquanto, o melhor é poupar essa informação.

— Vim tomar café da manhã com vocês — Miguel diz sorridente.

— De novo? — Gael questiona, fazendo o sorriso de Miguel murchar.

— É — Miguel afirma sem graça o coça a cabeça. — Depois vou levar você na escola. — Dá um sorriso amarelo.

— Eba! — Gael se anima, corre até Miguel e pega na sua mão. — Vamos tomar café, eu gosto de ir para a escola de carro, é melhor que de ônibus. Quando morava na cidade ia a pé, era ruim ir para escola a pé. — Gael e Miguel se se sentam à mesa. — Minha mãe não sabe dirigir e não tem carro, na cidade não tem ônibus, então só tinha como ir a pé.

— Sua mãe vai aprender a dirigir — Miguel informa a Gael de forma natural, enquanto toma café. — Cadê a Erika? — Miguel me questiona.

— Ela saiu mais cedo — omito que na verdade ela saiu ontem mesmo.

— Como minha mãe vai aprender a dirigir? — Gael questiona, mudando a atenção da conversa.

Sento-me à mesa e começo a tomar meu café. Deixo os dois conversarem.

— Ela vai fazer aula, vai ter um instrutor para ensinar ela — Miguel explica.

— Igual um professor?

REFÚGIO:  Você irá encontrar a paz e o amor no improvável.Onde histórias criam vida. Descubra agora