Prólogo.

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Estou livre. Livre desse inferno. Livre dessa escola opressora de jovens inteligentes e criativos.

Faculdade aí vou eu! Ou não, não sei. Ainda falta dois meses, tenho dois meses de férias, e posso pensar se realmente quero fazer uma faculdade, ou não.

Minha família é composta por médicos de sucesso. Meus pais são cirurgiões... Ou eram... meu irmão está no penúltimo ano da faculdade de medicina.

E meu gêmeo não faz nada da vida. Ele é igual a mim -infelizmente- e vive implicando com um garoto da escola dele, apenas pelo fato dele não se encaixar nos padrões que a sociedade incide.

Qual foi! Já é o século vinte e um, até quando as pessoas vão se importa com a vida alheia? Elas querem que você seja um robozinho, casem com o sexo oposto e tenham filhos, seu corpo tem que ser magro ou cheio de músculos, aqueles mais gordinhos não tem vez em lugar nenhum.

Quanto hipocrisia do caralho.

Esse é um dos motivos que eu odeio as pessoas, porém, gosto de viajar. E eu sei que uma coisa não tem nada haver com a outra.

É isso que eu quero fazer da vida. Se pudesse, me jogava no mundão com apenas um mochilão nas costas, e viaja para todos os lugares.

Eu amo fazer isso.

Viajar me deixa leve, conhecer novos lugares me faz bem e... É isso que temos que fazer, viver enquanto respiramos. E não podemos ligar para o preconceito que muitas vezes as pessoas têm, eu sei que algumas vezes machucam muito. Mas temos que chutar a bola para frente e acertar o gol.

Ficar preso no passado, ou nas coisas já ditas não faz bem pra ninguém.

E aqui estou eu novamente, divagando sobre assuntos aleatórios e não me focalizei no que estava dizendo inicialmente.

Alexia, - que é a minha melhor amiga- quer fazer faculdade de medicina, uma ótima doutora. Ela gosta dessas coisas, já eu... Não ligo muito. Acho que a partir do momento que você cresce rodeada de médicos, acontece duas coisas na sua vida.

Uma, é que provavelmente você vai pegar gosto pela coisa, e vai querer seguir a mesma profissão daquelas pessoas que te rodeiam.

Ou...

Você vai pegar um nojo tão grande, que vai passar longe de qualquer coisa que envolva hospitais e coisas do tipo.

Eu me encaixo no segundo caso.

Saio de meus pensamentos com as unhas pintadas de preto de Alexia passeando pelo meu rosto, o vento da tarde chicoteava seus cabelos pretos, fazendo com quê ela quase engolisse seu próprio cabelo.

- Vamos sair hoje Charlotte?.- ela me perguntou sorridente, para quem quer ser uma médica de sucesso, ela é muito baladeira.

- Claro. A mesma balada de sempre?.- ter liberdade quando se mora com seus irmãos é ótimo. Todo final de semana passamos numa boate, a melhor da cidade, apenas para dar uma parada de todo o estresse semanal.

- Essa mesmo. Vamos? Robert vai estar lá.- Falou animada dando pulinhos pela rua, igual a uma adolescente apaixonada.

Espera! Mas não é isso que somos?

- Se não sair daí vai ser atropelada.- Falei puxando a mesma e rindo de sua doideira. Na verdade não sei nem como nunca fomos atropeladas, pelo jeito que andamos na rua.

- Então nos vemos mais tarde?.- Assenti com a cabeça e vi a mesma sair correndo em direção a sua casa, que não ficava muito longe de onde estudávamos.

Antes de seguir meu caminho, coloquei meus fones de ouvido, aqueles bem baratinhos, que quebram com duas semanas de uso, ele é roxo e um lado nem está mais funcionando.

Mas quem liga realmente?

Coloquei na playlist aleatória, e segui meu rumo, torcendo para não ganhar nenhuma bronca de Nicholas, já que era para eu estar em casa á uma hora atrás...

Porém não é minha culpa se Alexia ficou tentando flertar com nosso professor de espanhol e perdeu as horas igual perdeu a noção.

- CHEGUEEEEEEY.- Falei gritando para os quatro ventos ouvirem, ou meu irmão no caso.

- Para de gritar sua retardada.- Falou me dando um tapa na testa. É nesses momentos da vida que eu me pergunto, porque não matei o imbecil com o cordão umbilical?

- começou...- murmurei, socando seu ombro com força.

Subi sorrateiramente as escadas em direção ao meu quarto. Se Nicholas me pegar chegando á essas horas eu posso me considerar uma jovem mulher morta.

Meus pais morreram a cinco anos atrás, num acidente de carro, nós morávamos em Los Angeles na época. Depois do acidente resolvemos nos mudar, para construir uma nova vida, e viemos parar aqui, no Brasil.

Meu banho foi muito rápido, tecnicamente um banho de gato. Ajeitei meus cabelos ruivos, penteando os fios lisos para que ficassem o mais baixos possíveis.

No meu rosto eu usei muita maquiagem, para esconder todas as minhas imperfeições, que se eu começar a falar de todas elas aqui, ficarei por pelo menos mais três horas falando, e falando e nunca terminaria.

Quando já estava devidamente arrumada, e prontinha para sair, peguei minha bolsa lateral marrom, e desci as escadas. Vou comer algo naquela balada mesmo, hoje é dia de frituras, e não coisas saudáveis que Nicholas nos obriga a comer todos os dias na semana.

Credo.

- Tô saindo.- Falei gritando para meus irmãos, em uma tentativa de sair depressa, sem que eles me encurralassem.

- Use camisinha.- Derek, meu gêmeo gritou da cozinha, com a boca cheia de comida. Revirei meus olhos e me apressei para colocar as mãos na maçaneta.

Por um minuto eu até achei que iria conseguir, mas uma parede de músculos duros se posicionou na minha frente, dei dois passos para trás e suspirei.

Tentativa de escapar sorrateiramente, falhada.

- Para onde vai senhorita? Não lembro de ter me pedido para deixar você sair.

– Eu também não me lembro do dia que você virou meu pai.- Falei rude e sai de casa.

Liguei para minha amiga e a mesma apareceu segundos depois no seu carro preto.

Nossa! Que gataa!.- Falou me olhando de cima a baixo.

Você também não está nada mal.- Provoquei.

Quando vi já estávamos na balada. E estava LOTADO de gente.

Alexia: Já vi meu gato da noite!.- Falou sorrindo para um garoto moreno.
Lotte: Melhor você não ir não amiga.
Alexia: Porque?
Lotte: Ele tem namorada.- Falei apontando para a garota que olhava para ele com a cara feia.
Alexia: Poxa.- Se lamentou.- Vamos beber então.

Pedimos duas vodkas para o barman. Alexia bebeu tudo de uma vez e saiu para dançar. Eu fiquei sentada no banco, queria encher a cara hoje.

Xx: O que uma dama tão bonita faz sozinha aqui?
Lotte: Digo o mesmo para o cavaleiro.- Falei rindo.
Xx: Arthur, prazer.
Lotte: Me chamo Charllote, satisfação. Porque prazer é só na cama.- Falei e ele abriu um sorriso lindo!
Arthur: Veio sozinha?.- Ficamos conversando sobre coisas aleatórias. Descobri que ele tem 23 anos. 5 Anos mais velho que eu. Descobri também que o sonho dele é virar policial. Sonho legal.

A minha noite foi assim, trocamos até número de celular... Ele é realmente muito bonito.

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Olaaaaaa povinhooooos! Tudo bem com vocês? Eu voltei. Com mais uma obra especialmente para vocês.

Essa obra vai contar a história de Charllote e Arthur. O que será que vai acontecer? Será que eles vão se apaixonar?

Essa é nossa querida Charllote!! Uma ruiva linda❤

Iludida.Onde histórias criam vida. Descubra agora