they ask me why I love her ▶▶pesy

07 ↙️

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A casa da Jesy era um pouco longe, então resolvi pegar um ônibus até lá só pra chegar mais rápido. No caminho, encostei a cabeça na janela molhada por fracos respingos de água. Eu não sei bem o que estava tocando nos fones já que não conseguia me concentrar.

Por que?

Bom, porque as vezes eu também me perguntava porque eu a amava.

E então eu tinha que ouvir uma lista de duas horas citada pela minha própria consciência que não me permitia duvidar disso. Esses motivos me faziam estar as 15h num ônibus a caminho de um bairro afastado do colégio, que não possuía lá a melhor das famas e não me importar com isso porque tudo que eu ouvia era meu coração dizendo que eu precisava proteger a garota que eu amava.

Desci no ponto final e com a folha na mão comecei a olhar as placas a procura do endereço. Não demorei a encontrar e hesitei por alguns minutos antes de tocar a campainha.

Parte de mim tinha esperança que uma Jesy muito irritada fosse aparecer na porta e reclamar que eu a estava atormentando e eu estaria feliz apenas por saber que ela está bem.

Mas longos minutos se passaram em silêncio e quando a porta finalmente abriu, não era Jesy quem estava lá.

— Hm, ola? — uma mulher de meia idade e longos cabelos pretos colocou a cabeça pra fora. Ela parecia ainda mais hesitante que eu e segurava a barra da própria blusa como se tentasse lidar com o nervosismo.

— Oi... Eu sou amiga da Jessica e eu...

— Ah, Jessica. — ela suspirou e abriu a porta por inteiro. —Entre e sente-se no sofá. Vou fazer um chá e...

—Hm senhora, não precisa se incomodar. Eu só estou preocupada já que ela sumiu do colégio. — ergui as mãos já que realmente não queria atrapalhar a mulher que deduzi ser sua mãe. Ela me olhou por alguns segundos e balançou a cabeça.

— Se sente. Podemos conversar.

Vencida, entrei devagar. A casa de Jesy tinha as paredes pintadas de um cinza sem falhas. Os móveis da sala, local em que me permiti ficar, eram brancos e  organizados de modo que pareciam não ser tirados sequer do lugar, quem dirá serem usados.

Tudo isso deveria me passar organização e calma, mas só conseguia sentir frio.

A mulher retornou com o chá e se sentou na poltrona a frente.

—Então...

— Perrie... -sorri fraco, segurando a xícara com mais força que necessária.

—Perrie... Jesy não tem vindo muito em casa também. Já tem uns três dias que ela sequer aparece. — me senti mal quando notei quão apreensiva a senhora parecia. —Eu desisti de procurá-la por aí, ela é rebelde demais e eu já não sei como lidar com ela. Mas sou mãe, fico preocupada, principalmente o pai dela que é muito... protetor. —foi tão rápido que não sei se posso chamar de hesitação, mas era nítido quão nervosa ela estava. Ela retirou um bloco de anotações e uma caneta do criado mudo e escreveu algo. — Aqui está o endereço de um lugar que ela costumava frequentar bastante, acredito que deva estar por lá. Peça a ela pra voltar pra casa. Tudo fica muito vazio sem ela por aqui e eu sinto muito sua falta. — senti algo parecido a um soco no estômago.  Não acreditava que Jesy pudesse deixar a mãe tão preocupada em casa.

—Vou procurar por ela. E vou dizer isso a ela sim. Eu... sinto muito. — não me sentia exatamente segura dizendo isso, mas sentia que precisava dizer algo.

— Ela sempre foi complicada... Minha mãe a chamava de problema ambulante, que Deus a tenha. — ela riu nervosa enquanto eu assentia bebendo o resto do meu chá. — Diga também que independente do que ela faz, eu a amo.

Me levantei, colocando a xícara na mesa de centro. Algo me fazia querer sair dali mais rápido possível.

—Obrigada e foi um prazer, dona...

—Janis. — ela apertou minha mão, a que não estava com o papel e sorri fraco mais uma vez. — igualmente, querida.

Dei as costas andando devagar até o ponto de ônibus. Não olhei pra trás. Fixei os olhos no papel.

“VittonClub.” Seguido por um endereço o qual eu só conhecia de nome. Meu celular começou a tocar e  o nome de Leigh apareceu na tela.

—Pezz, você tem as anotações de-

—Leigh, calada. Procure seu melhor vestido, vamos a uma boate hoje. E não conte ao Louis.

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Coisas vão acontecer. 
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/moonface/ jssksksksk