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Jesy veio a escola hoje. Fiquei tão feliz que a persegui por todos os períodos, sem exatamente saber como iniciar uma conversa.

— Nós… Não somos amigas, certo? — Questionei, incerta a garota de cabelos castanhos ao meu lado. Ela não hesitou em rir alto.

— D e f i n i t i v a m e n t e, não.

— JADE! — empurrei-a para os armários, de onde ela desviou sem qualquer dificuldade.

— Ótimo… — Leigh-Anne ajustou os óculos. — Quem sabe com a delinquente n°2 falando, você se toque que isso é loucura da sua cabeça.

— O que? Eu nunca disse que ela deveria parar de correr atrás da Jesy como um cachorrinho. — Jade ergueu um dedo. — Eu disse que ela não está tendo nenhum sucesso. 

— Ela já quase acertou meu nome anteontem. — sustentei um sorriso largo. Era verdade, Paris era perto o suficiente. 

— Você é doente—

— Shhhh. — puxei as duas pra trás da escada que dava no pátio. Jesy estava debruçada sobre o muro que dava vista a todo o bairro abaixo. 

Quem olhasse de fora com certeza precisaria olhar duas vezes. Leigh-Anne, a presidente do conselho, Perrie, a melhor aluna do período e Jade, uma das piores alunas do colégio, atrás de uma escada, observando Jéssica Louise, a pior aluna do colégio. Era pelo menos confuso o suficiente.

— Dá pra vocês três pararem de me seguir? É fodidamente bizarro. — a voz rouca de Jesy se sobressaiu ao vento. Antes que eu olhasse pra trás, Jade já tinha dado o fora e Leigh estava estática, provavelmente achando que Jesy nos mataria ( e eu não posso garantir que não).

Sai detrás da escada, acenando pra que Leigh-Anne fosse embora. Ela não precisa de outro incentivo.

— Fiquei muito feliz de te ver hoje, mas não sabia como falar com você.

— Com a boca e usando palavras é uma boa ideia. — ela não se virou, mas eu podia sentir seu olhar debochado. Não que eu já não tivesse acostumada, claro.

— Lucy agradeceu muito por tudo. Ela pediu pra dizer que você é legal e forte. — ela juraria que não, mas tenho certeza que pode ver o sinal de um sorriso em seu rosto.

— Você é estranha, Blondie. — alguns segundos em silêncio se seguiram. Tive medo de falar qualquer coisa e acabar afastando suas palavras. — Eu pensei que você era só mais uma garotinha curiosa sobre a "vida selvagem" — ela riu de si mesma, talvez lembrando de algo. — Mas você é realmente uma completa idiota de coração de gelatina e métodos duvidosos.

— Ah! Como se você pudesse falar sobre métodos duvidosos! — coloquei a mão no peito como se estivesse ofendida.

— Meus métodos não são duvidosos. São comprovadamente os piores. Mas você não se importa com isso né? — Ela finalmente me olhou. Seus olhos estavam vermelhos e eu tenho certeza ela que não estava chapada. — Ficar perto de você me queima, sabia? As vezes eu só quero te forçar a me deixar em paz e viver a porra da sua vida com futuro brilhante. Sua amiga nerd está certa. 

Virei de costas, apoiando os cotovelos no parapeito. O vento fazia a folhas já alaranjadas balançarem e se soltar.

— Estou cansada de todo mundo achando que sabe o melhor para mim.

— Ter pessoas que se preocupem o suficiente para querer determinar o que é melhor pra você, é a porra de um privilégio enorme.

Fique em silêncio por alguns segundos, considerando o que ela falava. Lutando pra decidir se eu concordava ou não. 

Algo me atingiu.

— Jesy, você está forçando suas repetências de propósito? Por que… O que você pretende com isso? E o seu futuro…?

— Eu quero que se foda. Só estou aqui ainda por causa do auxílio, você sabe. Esse não é o meu lugar. Eu queria… poder escolher. Nem que fosse escolher onde fracassar. — Seus olhos verdes cintilavam com uma ferocidade que eu não consigo decidir se me assustou ou excitou.

Talvez os dois. E era nessa sensação que eu estava viciada.

Quando ela não falou nada nos próximos cinco minutos, achei que novamente eu tinha estragado tudo e nos distanciado ainda mais.

Entretanto, ela acendeu um cigarro e se virou para a mesma posição que eu.

— Amanhã a noite eu vou cantar numa boate chamada Cyberia. — ela se abaixou a minha posição e deixou o cigarro entre os dedos. Seu rosto se aproximou do meu, fumaça saindo aos poucos de seus lábios. Um cartão foi colocado no vão do meu decote. 

Ela deu as costas e saiu, as palavras ficaram no ar, assim como os resíduos da sua fumaça.

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Oiii amoressss
Há quanto tempo hein?
Como estão nessa quarentena? Tudo muito difícil, certo?
Eu tô com o PV aberto se alguém quiser conversar. Esses dias são ainda mais difíceis que o normal. Eu mesma sou prova disso.

Anyway, espero que gostem
Xoxo

they ask me why I love her ▶▶pesy Onde histórias criam vida. Descubra agora