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Quando abri os olhos havia uma luz ofuscante em minha direção.
Parecia o clichê da luz no fim do túnel, mas era apenas a luz da televisão enorme de Perrie, onde passava um jogo de basquete. Eu estava deitada numa superfície confortável, porém irregular.
Logo, um líquido frio fez minha testa arder.
— A pequena borboleta acordou, mas pode ficar parada, a não ser que queira explicar essas contusões no hospital.
— Que? Quem é voc—? — ela continuou a esfregar o algodão em um corte na minha testa.
— Meu nome é Deborah Edwards. — ela apertou uma gaze no meu pescoço sem muita vontade de explicar qualquer coisa.
— Também conhecida como minha mãe Debbie. — Perrie surgiu na sala, carregando três tigelas que emanavam um cheiro maravilhoso. Mas ainda assim minha cabeça palpitava e eu precisava de tempo pra distinguir sua imagem.
— Sou grata a deus por você ter herdado os dons de culinária do seu pai, se não eu iria morrer de fome desde que nos separamos. — Deborah não hesitou em me deixar no sofá e sentar-se na poltrona, aumentando a televisão e comendo vigorosamente da tigela.
— Foi minha mãe quem apareceu aquela hora. Seu pai infelizmente fugiu — ela sussurrou essa parte, me entregando a outra tigela— e você desmaiou logo em seguida. — Perrie colocou uma mão em meu rosto, provavelmente sob um hematoma. Vi a sugestão de lágrimas surgindo em seus olhos, as quais ela rapidamente secou. — Eu sinto muito por não ter percebido.
— Nah, tá tudo bem, eu escondi muito bem mesmo. — tentei amenizar o clima, falando com deboche, mas tudo que consegui foi que minha cabeça doesse mais. Tomei a sopa devagar, e me senti no céu. —Não me lembro de já ter comido algo tão gostoso em toda minha vida. Eu posso te dar atenção em troca de você me alimentar, Paula.
— Ah, vai se foder. — ela mesma bebeu direto da tigela, enquanto eu ria.
— Mas que PORRA VOCÊ FEZ ESSE PASSE COM O RABO? — Deborah gritou, quebrando qualquer clima que poderia existir.
— MÃE! Eu e a Jesy estamos comendo, a senhora poderia não gritar?
— É culpa do Anton J. , Perrie. Ele perdeu a chance perfeita de uma cesta!!!
— Bom, se continuar gritando desse jeito, eu tenho certeza que ele vai te ouvir. — antes que pudesse ver, eu já havia falado.
— Ah, é, você está aí. — ela pausou a televisão e fiquei um pouco abismada de saber que era um jogo gravado desde o começo. — Olha, eu deveria te dar um sermão sobre ser uma má influência pra minha filhinha, mas na real eu só quero saber de uma coisa: quem é o cara? Preciso saber pra dar continuidade a denuncia.
Denuncia? Senti cada gota do meu sangue gelar neste exato momento.
eu não poderia sequer dizer o quanto estava grata pela mãe de Perrie ter aparecido para nos ajudar, entretanto denunciar meu pai era algo fora de cogitação. se eu fizesse isso seria como assinar uma sentença de morte para minha mãe e até mesmo para mim, embora eu já não saiba se eu realmente me importava.
Minha cabeça maquinou o mais rápido possível.
— Eu não sei, senhora Edwards. — Perrie me olhou de canto, estranhando que estivesse falando tão formalmente com alguém. — Vim trazer sua filha em casa e acho que ele deve ter no seguido. — Apertei minhas mãos juntas, eu havia aprendido a ser uma ótima mentirosa, mas parece que essa mulher poderia olhar dentro da minha alma.
Deborah olhou entre Perrie e eu. Bebeu novamente de sua tigela e fincou os olhos em mim, batendo com o pé no chão.
— Eu só vou fingir que acredito nisso porque estou com muito sono para debater. Querida, estou subindo para o quarto, cuide de sua amiga e não deixe que ela saia até que eu possa "interrogá-la" amanhã. — Deborah deu alguns passos até a escada e parou. — Jéssica, certo? Eu não sei a quem você está tentando proteger, é realmente uma atitude muito nobre. Também não sei o que ele te disse, mas você não pode ficar apanhando sob a garantia de que ele vai cumprir com a palavra dele, conheço bem esse tipo, e, spoiler: ele não vai. Você precisa tomar uma atitude. Tenho certeza que já percebeu que não está sozinha.
Ela voltou a subir a escada, apertei minhas mãos ainda mais forte, pois há muito tempo já não sabia como era segurar tão forte a vontade de chorar.
Senti a mão de Perrie em minhas costas. Perdi a fome.
Me levantei rápido, o mundo inteiro girou e eu precisei me sentar novamente. Perrie se alarmou, vindo em minha direção, mas não deixei que ela me parasse e novamente me levantei, indo até a porta.
Mas a porra da porta estava fechada.
— Jesy, não adianta, minha mãe trancou tudo e escondeu as chaves até de mim. Ela realmente quer conversar com você. Vamos para o meu quarto, você precisa descansar. — ainda que eu estivesse irritada não perdi a chance de fazer uma gracinha.
— Não, Perrie, eu não vou transar com você hoje, pode ir desistindo. — ergui uma sobrancelha esperando uma resposta ácida, entretanto ela ficou realmente corada. Isso me pegou de surpresa.
— Não seja engraçadinha, eu estou realmente preocupada.
Subimos a escada devagar, queria está mais lúcida para poder prestar atenção em todos os detalhes da sua casa.
E então fiquei realmente surpresa por estar me importando com os detalhes da sua casa. Acho que a verdade era que nenhuma outra pessoa tinha me visto em uma situação tão íntima e dolorosa, nem mesmo Jade.
Tudo aconteceu muito rápido, num piscar de olhos eu estava com um conjunto moletom rosa bebê que era de Perrie e ela estava penteando meus cabelos molhados, sentada ao meu lado na cama.
Eu não me lembrava da última vez que me senti assim tão acolhida e algo quente começou a escorrer pelos meus olhos.
Seus dedos esguios passavam pela minha cabeça e eu agradeci muito silenciosamente quando ela ligou o secador, já que o barulho acobertou meus soluços.
Ela desligou o secador e abraçou minhas costas, tentei abafar qualquer barulho, mais um ou outro grunhido escapava.
Eu me virei e quando encostei nossas testas algo como um enorme alarme vermelho soou em minha mente.
Eu estava cruzando uma linha, estava deixando alguém entrar, como se todos os cadeados fossem feitos de areia.
Perrie colocou uma mão em meu rosto e eu entrei lá ser meus dedos em seus fios Dourados.
Nossos lábios se tocaram e o frio que estava na minha barriga logo se transformou numa explosão de borboletas. Parecia que era meu primeiro beijo e talvez fosse mesmo, o primeiro que importava. Mesmo com todas as brincadeiras pervertidas, senti como o beijo que Perrie me entregava era repleto de apenas carinho, cuidado e algum sentimento avassalador que nesse momento eu não sabia diferenciar se vinha de mim ou dela.
Nossas respirações faltaram, e quando nos separamos nenhuma palavra foi dita. Não acho que precisava de qualquer forma.
—Minha mãe estava certa sobre uma coisa: você não está mais sozinha. Não precisa estar.
Não respondi nada, eu sabia que tanto ela quanto sua mãe estavam sendo sinceras. Por isso mesmo não consegui deixar de sentir o peso da culpa por não conseguir tirar os olhos da janela aberta.
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Eu sei que eu demorei ahshshs
Mas gente, é bloqueio mesmo
Tenho tendência a achar que tudo que eu escrevo é horrível e perceber a queda de público da fic é uma droga, sabePor favor, não deixei de votar, não custa nada, pelo tanto de views, chega a ser injusto o tanto de votos
Anyway, posso apenas estar sensível tbm devido ao meu período ahshsshhahsAté logo, a fic já está chegando no fim
Kissus (ノ🌼◕ ヮ ◕) ノ *: ・ ゚ ✧
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they ask me why I love her ▶▶pesy
FanfictionEu sei que eles a odeiam Eles me perguntam por que eu a amo Eu poderia dar um milhão de motivos (e um pouco mais)