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O mensageiro do vento enviou uma melodia suave pela porta assim que um novo cliente chegou. O restaurante estava com um movimento calmo hoje, apenas algumas das muitas mesas estavam ocupadas. Os funcionários andavam pelo local fazendo pequenas atividades enquanto eu me debrucei sobre o balcão. Eu gostava de ajudar na cozinha ou com o que precisassem, mas hoje, nem aqui eu conseguia me distrair. 

—  Parece que está a ponto de chorar seus olhos pra fora. — Nana, uma das cozinheiras e minha amiga falou. Era uma senhora maravilhosa, sempre observadora demais.

— Alguns problemas na escola. — suspirei. — Onde está meu pai? Eu não o vejo desde hoje de manhã. Vim aqui ver ele, mas só achei meu irmão no caixa.

— O chefe está no leste da cidade já que descobriu um lugar que vende frutos do mar numa qualidade melhor que o atual. A senhorita deveria ir pra casa, eu posso lidar com as coisas por aqui.

— Não, tudo bem. Eu até quero mesmo—

Minha fala foi interrompida por um barulho estridente que parecia vir do fundo da loja. Nana me olhou alarmada. antes de ela ou as clientes pudessem dizer qualquer coisa estarei para o local. tudo parecia uma bagunça de gritos e no meio das vozes eu podia identificar a voz do meu irmão Jonnie. 

O cenário que eu encontrei, entretanto, era totalmente inesperado.

Jonnie tinha um cabo de vassoura na mão, enquanto a sua frente ninguém menos que Jéssica Nelson tinha uma criança que não aparentava ter mais que 10 anos, atrás de si. 

Os dois gritavam xingamentos que ficavam cada vez mais compreensíveis enquanto a criança segurava um saco preto  em mãos.

— EU NÃO ROUBEI TIA, EU JURO. — A menina segurou a sacola mais perto do corpo e Jéssica pareceu ainda mais protetora quando Jonnie ameaçou avançar. 

— Você acha que eu não estou te vendo aqui há mais de um mês correndo pelos fundos como se fosse um maldito rato?  Você ainda tem a capacidade de dizer que não roubou mesmo estando com uma sacola cheia de produtos do nosso estoque?

— Eu já te mandei calar a boca seu mauricinho de merda! — Jéssica vociferou. Nenhum deles tinha me notado ainda. — Acha que só porque é dono de um restaurantezinho pode sair por aí com seus olhos azuis acusando uma criança negra de roubo? 

— Você não se mete sua delinquente do caralho! Tá defendendo por que é da mesma raça que essa ladrazinha!

— EI EI o que tá acontecendo aqui? — fui obrigada a me meter me colocando entre Jonnie e Jéssica.

— O que você tá fazendo aqui, Patty? — Jesy cerrou os olhos, eu resisti a vontade de corrigí-la pois estava muito ocupada olhando como ela parecia sexy com aquele short e cropped, as tatuagens aparecendo por seu corpo. Os cabelos ruivos caindo pelo rosto.

FOCO, PERRIE.

— Meu pai é dono desse restaurante. Esse aqui é meu irmão, Jonnie.

— Oh, isso explica por que você é tão idiota. — ela revirou os olhos e eu nem consegui registrar sua acidez porque eu tinha notado que ela tinha duas tatuagens novas e uma estava na sua barriga, parcialmente coberta pelo short, mas parecia descer perigosamente perto da—

— Não se mete, Perrie! — Jonnie grunhiu. — Estou ligando pra polícia vir pegar essa ladra agora mesmo. 

— Hey, heeeeey. — ergui as mãos. As coisas estavam indo mal a cada segundo. — Por que não deixamos ela falar. O que você tem aí meu bem? Pode falar, eu não vou deixar ninguém chamar a polícia, mas precisamos das nossas coisas de volta. Qual seu nome?

they ask me why I love her ▶▶pesy Onde histórias criam vida. Descubra agora