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Cyberia era uma boate enorme localizada em um dos bairros de luxo da cidade. Tinha cinco andares ao todo e só deus sabia oque acontecia nos dois últimos 

Ah, também era uma boate apenas para mulheres.

Eu tinha certeza que uma das seguranças iriam me barrar, o vestido preto curto, as botas de salto e o sobretudo não conseguiram me fazer parecer maior de idade de qualquer forma. Quando ela estendeu a mão, sem hesitar coloquei o cartão que Jesy me dera ali. Ela verificou cada pedaço, sem dizer mais nada, prendeu uma pulseira no meu braço.

— Terceiro andar. — e abriu passagem.

Quando entrei, fui tomada por ondas de diferentes fragâncias: perfumes diversos, essências de narguilé, o que parecia ser maconha e talvez ao fundo o cheiro de Malboro. Havia uma luz violeta cobrindo o ambiente música extremamente alta e mulheres com menos roupa do que eu tenho certeza que era indicado nessa noite fria.

Subi até o terceiro andar, não sem algumas ofertas, ãhn, incisivas. Mas nada realmente desconfortável. 

Não demorou nada para que o som estrondoso fosse deixado pra trás e meus ouvidos fossem tomados pela voz rouca e melódica de Jéssica.

Ela estava cantando Ride of Your Life da Tinashe e eu quase parei qualquer pessoa pra me trazer uma plaquinha de piso molhado.

Era… Deslumbrante.

Vestia um conjunto de sutiã e calcinha box, ambos ornamentados com pequenas pedras, meia rastão e saltos. Ainda assim possuía um casaco até a altura dos joelhos, que provavelmente a deixava confortável pra mostrar só até onde queria (ela já tinha 18 anos sim, mas ainda estudava comigo, ok?)

Seu cabelo ruivo selvagem, alguns fios grudados no rosto, enquanto seus lábios vermelhos conversavam com o microfone.

O palco circular tinha uma plateia de pelo menos trinta mulheres tão impactadas quanto eu. 

Pela primeira vez, nossos olhos se encontraram ao mesmo tempo. Não foi como da outra vez em que ela olhou pra mim por acaso. Parecia que ela estava me procurando. 

Um sorriso ladino apareceu em seus lábios. 

Ela me chamou com o dedo, como mágica, as mulheres se dividiram, olhando em minha direção e abrindo passagem. 

Sem hesitar, fui até ela. Jéssica pegou minha mão e me puxou pra cima do palco. Não tive tempo para me preocupar em ser o centro das atenções, quando ela estava no palco, parecia uma divindade que me atraia para sua órbita. 

Nós dançamos juntas, ela nunca parou de cantar e em algum momento alguém colocou um banco no centro do palco. Não desviamos olhares. Ela me empurrou para sentar no banco, seu dedo correu pelo meu decote, ela puxou e soltou o busto do vestido, piscou pra mim, se virando de costas. 

Ela já não tinha o casaco. Mordi o lábio inferior quando ela começou a rebolar ao som da nossa música que cantava. 

Eu sabia que as regras eram que eu não podia toca-la, mas eu daria qualquer coisa pra poder rasgar aquelas meias e tocar cada parte de seu corpo agora mesmo.

Eu sei o que ela está fazendo. Ela está jogando sujo. Os piores métodos, como ela mesma disse. 

Só que ela não iria ganhar.

Jéssica caminhou até mim. Quando se sentou no meu colo, a plateia ovacionou. 

— Se divertindo? — ela aproveitou pra falar durante a pausa da música. Olhos verdes frenéticos. Ela sabia que eu sabia.

Passei a língua nos lábios. 

— Eu imaginei que o paraíso seria apenas um pouco menos vermelho florescente. — uma gargalhada se seguiu. Os próximos versos da música foram cantados com apenas o microfone separando nossos lábios. Ela não parava se dançar no meu colo, a plateia não parava de gritar. 

Meu coração tinha parado de bater.

Ela tirou o microfone durante a segunda pausa da música. Tensão crescente.

Coloquei um dedo entre nossos lábios.

— Não. — sussurrei. — Eu não quero aqui.

Seu olhar encontrou o meu novamente. Como se o tempo tivesse parado. Ela perdeu a entrada da música, mas as mulheres a frente não parecem as importar, as que não estão se pegando estão bêbadas demais pra brigar.

Um sorriso iluminou seu rosto. Este evoluiu para uma risada.

— Você realmente é algo incomparável, né?

Com essas palavras ela se levantou, fazendo o encerramento da música. Uma nova começou a tocar, mas ela não parecia mais disposta a fazer qualquer performance.

Vestiu seu casaco. Olhou pra mim por cima do ombro.

Desceu as escadas com um cigarro entre os dedos.

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Por enquanto é isso, estou taaaao atolada em trabalhos da faculdade hahahahsjsksksjdjd mas já tá consideravelmente perto do fim, então espero conseguir terminar logo
Xoxo 😍

they ask me why I love her ▶▶pesy Onde histórias criam vida. Descubra agora