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Dessa vez não falei nada sobre as marcas em sua pele. Estavam meio cobertas por maquiagem, mas eram perceptíveis se você soubesse que elas estavam lá.

Pegamos um ônibus de volta pra casa. Minha casa eu digo. Jéssica instituiu em me levar em casa. Eu acho que ela estava se sentindo culpada por ficar me testando, principalmente considerando que eu ainda tenho dezessete e uma facilidade de arrumar problemas. 

Mas pelo tanto que eu sou cadelinha dessa mulher, eu acho que ela poderia me fazer de trouxa o quanto quisesse e eu não reclamaria.

— Por que você fica me encarando? — ela cobriu a boca com a mão, olhando pro lado. Jéssica estava… corada?

— É que você é muito linda. — disse com convicção, a fazendo praticamente saltar.

— Sua tarada.

Tudo o que eu consegui fazer foi sorrir abertamente. Eu nunca pensei que estaria nessa situação com Jesy. Quer dizer, sempre sonhei, mas assim como Leigh costumava dizer, não passava de devaneios da minha cabeça. 

— Eu sempre estive te observando de longe…

— Não tão de longe assim, todo mundo do colégio sabe que você é doida por mim.

Cruzei os braços, tentando parecer ofendida, mas na real era uma conquista e tanto.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, o que foi o suficiente para que eu me lembrasse de algo que minha ansiedade não me deixava esquecer. 

— Jesy... Me desculpe aquela vez que insinuei que você deixava sua mãe preocupada intencionalmente. Foi… insensível e imbecil.

Agora fui eu quem cruzou os braços, olhando pro lado. Pareceu ficar muito frio.

Quando voltei a olhar pra ela, seus olhos de oliva pareciam novamente estudar minha alma. Era uma sensação invasiva, entretanto, viciante.

— Eu não fiquei brava com aquilo. Não por muito tempo. — ela segurou minha mão, brincando despretensiosamente com os dedos. — Eu sei o quanto ela pode ser manipuladora. — sua voz pareceu falhar, mas foi tão rápido que me questionei se realmente aconteceu. Eu senti que estava perto de algo, me inclinei, nossos olhos se encontraram.

— Jesy, tem algo que—

— Olha, Perrie. — ela se ergueu, apertando o botão. — Nossa parada. 

Ela piscou, descendo sem olhar pra trás novamente. Sem outra opção, eu a segui.

O ponto era na esquina da minha casa, então não era uma caminhada longa, mas a noite tinha esfriado e assim que descemos, Jesy e eu nos encolhemos devido ao vento gelado.

Contrário a qualquer uma das minhas expectativas, ela colocou um braço em volta da minha cintura, juntando nossos corpos. Senti cada gota do meu sangue percorrer meu corpo com o triplo da velocidade. 

Será que ela ainda estava me testando ou algo assim?

— Não precisa surtar, é que eu tô com frio e você parecia… quente. — ela riu descaradamente e eu não pensei que logo eu PERRIE EDWARDS, ficaria sem saber onde enfiar a cara. 

Eu queria estar perto dela. Queria que ela fizesse parte da minha vida. Queria saber mais sobre ela—

Bom, esse último, parecia que o destino havia atendido de uma forma cínica.

Quando estávamos há apenas alguns metros do portão da minha casa, Jéssica parou abruptamente. Seus olhos desfocaram e seus lábios agora vermelho-desbotado, tremiam.

Busquei com os olhos para entender o que havia causado tanto medo a pessoa que imaginei não sentir medo de nada.

De pé, na calçada da minha casa, havia um homem. Alto, branco, os mesmos olhos verdes que outrora me pareciam os mais lindos, agora acompanhavam um sorriso perverso, direcionado a nós duas.

— Mas isso são horas de minha amada filha ainda estar na rua? — a voz parecia carregada de malícia. Apenas a menção dele se aproximando, me fez querer vomitar.

Jéssica me apertou mais próxima a si.

Do modo como ela tremia, muitas peças começavam a se encaixar.

— Fique atrás de mim. — De algum lugar de dentro daquela criança assustada, minha Jéssica sussurrou.

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HahahsjsjJjah não falo nada

Gente quero dizer que estou ignorando todas minhas atividades da faculdade pra escrever fanfic. E não me arrependo

Xoxo ❤️

they ask me why I love her ▶▶pesy Onde histórias criam vida. Descubra agora