05 de Janeiro de 2019

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O Espetáculo das Flores

Vozes brandas discorrem nas íntimas sensações
em movimentos meândricos primorosos que, de tão encantadores,
orquestram os prazeres irresistíveis
jamais consumidos nos
espetáculos etéreos, as desconhecidas coreografias insimuláveis.

Entre as luzes guiadoras dos sonhos, as rédeas dos júbilos em conquista,
resplandece estética das dançarinas que, insuperáveis em seu florescer,
despertam das gloriosas pétalas catárticas, libertando-se em intensos florais;
a purificação dos sofrimentos causados pelo algoz incompreensível.

Diante do alvorecer, as purificadas flores conduzem o salto das artistas
enquanto a melodia do majestoso buquê pervence o antigo palco de danças mestas.
Somente no valhacouto da euforia tão florido as dançarinas prosseguem libertas,
iluminadas, unicamente, pelas luzes de suas esperanças

Apresentando-se no palco florescente arremessam os encantos
dos doces aromas, longínquos das cortinas góticas, aquela pertencente
ao espetáculo carbonizado em lágrimas
e vestidos pairando em desesperoz,
a marca do espetáculo dos dançarinos vesanos.

Outrora periclitantes, no palco de transtornos, em seus rostos soturnos;
sapatilhas deslizavam de suas peles e batucavam dramaticamente,
os sorrissos ornamentados escureciam ao estremecer desesperador dos olhares,
impurezas fagedênicas nas granciosas sépalas intocadas.

Contudo, o equinócio hei de florescer em melodia
os saltos das dançarinas, exaurir as lágrimas provocadas pelos impuros.
Serão as lavandas os vestidos da liberdade, a presença prazerosa da melodia.
Jamais, portanto, vendarão as belas pétalas com o tecido gótico do espetáculo de outono.

— Rodrigo Maia Alves.

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