A Voz
Olhe ao seu redor,
você é o único paralisado
observando as pessoas,
o isolado procurando algo.Avançai cinco passos e
saberá, talvez, o que procura.
Perdido persistirá distante
por preferir o meu silêncio.Ouça todos os sons e
escolha aquele que te atrair
por trazer o tal conforto agradável,
as sensações da liberdade perdida.Permanece sem saber o que
realmente procura ou realiza
solitariamente sem que um ser sequer
susurre em sua consciência isolada.O seu interior é dependente de mim.
Nenhum pode ouvir-te, sentir-te e olhar-te,
pois é agora a inexistência tão desejada
pela mórbida voz amada.Obedecerá o meu som inquestionável
para que, finalmente, possa guiá-lo
na recuperação de seu destino retirado
por um ser vil em si mesmo.Inútil será de mim embelezar os meus umbrais
e o encontrar como um manto negro ancião
protegendo-se contra o frio dos desafortunados
a quem tanto se escondes.Suas escolhas pedregosas o transformaram
naquele cujos os mantos desprezam
por recusar a tão bela oferenda de se
reencontrar com a sua máscara.Todos os rejeitam em apunhaladas
em seus aceitos de tanta ilusão.
Apenas resiste e assim persiste sem
suplicar por mim.Sou eu a quem tanto recusou permitir,
a quem tanto rejeitou negligentemente,
o auxiliar mórbido e missionário de si,
o intangível que tanto almejou.— Rodrigo Maia Alves
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365
PoetryParte 01 - 365 vem com a intenção de fazer exatas 365 poesias, uma a cada dia. Então, sente-se, pegue seu café e delicie uma por dia.