9 de abril de 2019

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Néctar Erótico

Aromas cintilantes expelidos dos sabores carnais floridos
nas eminências de profundos arremessos
dos prazerosos poros audíveis
em meio as saideiras maliciosas,
tão persuasivas em seus encantos singulares.

Cantos agudos banhando as pétalas
que se agarram na armadura de desígnios ardentes,
sentindo o florescer efervescente
entre suas folhas seduzidas,
cobertas das gotas de seus prazeres.

Paradisíaco eufórico em intensos júbilos sensíveis,
cujas sépalas dilatam-se no verticilo a libertar
maliciosos festejos com o pedúnculo floral
e agarrá-lo com cortesia e, destarte,
vislumbrar as carícias no delicado botão de amores.

Desvendado por olhares sedutores,
afagadas por pares de patas coletoras,
cromatizada em uma aquarela de pólen nectáreos,
alisa o estigma e o observa estremecer em gemidos
enquanto se esvazia o doce da corbícula méleo de ledice.

Agitações noturnas - resquícios pecaminosos -,
Sussurros paradisíacos, aqueles longínquos de desdém;
murmúrios cravados no delicado caule a aclamar
pelos movimentos excitantes do cantarolar de asas;
e consumir as essências dos adoráveis pecados.

No centro do orquidário, em uma amálgama afrodisíaca,
os suntuosos eventos do discricionário ensaio dos prazeres
permeiam entre as liberdades,
convocando-as para além da sensibilidade conhecida
na tez da singularidade dos seus caules.

Somente arrastando os acúleos, os cilícios do martírio
contra seus impulsos, receberá os sabores do
néctar omisso durante os solstícios.
Alembrar, em lucidez norturna, a orquestra
produzida enquanto movimentos floridos pereciam.

Às folhas integérrimas, deslizam os pólens
além dos encantos desejados, pois das pétalas,
acariciadas e afagadas, distantes das ostracizações
por efetuar aos constantes encontros carnais,
e reencontrar com o erotismo nectáreo.

— Rodrigo Maia

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