27 de Janeiro de 2019

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O Abjugado

Consumo carnal proviniente das sombras do domínio de mantos obsoletos,
abraço-vos em seu resplendor dominante nessas fogueiras escuras
as quais as faculdades jamais retornarão a escalar a suas compreensões
contidos nas salas profundas de onde os meus olhares,
tão imprudentes, desmancham em sangue.

Risadas ásperas testemunham minhas impurezas a aclamadas por vós,
os conceitos enigmáticoa entregues a mim jamais compreenderei, pois.
Em decadência de minha essência persisto fragmentado,
estilhaçado espelho de reflexões retrógradas descendentes
de um descanso repulsivo àqueles libertados em suas peregrinações.

Aqueles que em tempos de outrora segui devoto aos seus testemunhos,
os sacerdotes do nascedouro da lógica caótica das aniquilações desprezíveis!
Os peregrinos portadores da melancolia imperdoável aos homens,
os maestros das orquestras em rios de almas acusadas dos pecados jamais
consagrados nas nascentes da purificação prometida aos inocentes!

Culpo-vos, pois encontro-me, então, nos sermões do conselheiro ancião;
o eliminador destas frustações, angústias e mágoas uma vez
prometidas por vós, contudo negligenciadas em suas promessas.
A essa espúria evidente caminharei para as colinas e, finalmente,
libertar-me-ei da pústula implantada em mim enquanto ainda era servo!

Desejos meus atendidos serão distante do vale e calabouços
de suas ideias estapafúrdias, que tanto acreditei por causa de minhas lamentações
cujo sangue transformado em lágrimas discorriam em seus ombros crentes
da misericórdia e salvação tão almejada pelas esperanças enforcados
nessas cordas de farricocos impuros em suas procissões angelicais.

Serás do intangível e do incorpóreo em que semearei minha filosofia,
abjugado me tornarei no campo de purificadores dos mantos iluminados,
sibilando as razões póstumas da prolongação da fraqueza,
tateando a verdadeira escultura representante de minha filosofia,
pois seus destinos serão, portando, apenas o acaso nunca aceito por vós.

- Rodrigo Maia.

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