03 de março de 2019

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Mulata e Negra

Incorrigível o ser que não sabe da sua estrutura.
O céu brilha apenas alguns dias.
Mas ele se escurece também.

Os bairros que não passa lamborghini
São onde o preço dela compra vidas.
O preto e mulato são que se vive aqui.

Não tampe minha boca assim como minha prosa
Que não se rima, mas que sai sentimentos!
Onde posso ver o capitalismo é para brancos!

Vagabundos aqui?!
Como o homem branco que me deu um tapa por ter questionado por que disso,
Seria a cor da nossa pele que vive nos suburgos!
Não vou devolver o tapa, mas minha poesia te atinge.

Não acredito em seu Deus! Mas canto suas musicas.
Para conversar com meu Deus que me acolhe quando você atira em meu colega desconhecido.
Um mata leão em mim não vai adiantar!
Apenas a morte que vai me calar!

Sou mulata, a famosa cor do pecado, disse minha professora de antropologia,
Ao mostrar o pré conceitos que carrego desde meu povo que foi trazido com correntes para o pais que vivo onde ela ensinou sobre repúdio de ser chamada de mulata.
Grito para mim mesma, por que meu bairro não é de luxo se meus pais trabalharam desde dez?
Sou filha de branca que veio também da pobreza! E filha de um negro que começou trabalhar aos sete anos!

Me ensinaram que não devo aceitar racismo!
No entanto, me disseram para não enfrentar um branco.
No momento apenas falo com pouca voz sobre historia do povo!
Enquanto meio salario vale nosso dia, mas um dia irá mudar!

Quando tivermos consciência de que o atual capitalismo nos mata.
E reinventaremos a realidade para virarmos potencia mundial.
E meu Brasil e sua população não morrerá de fome e nem seguro de vida será doação para nós do assassinato da carne barata como diz Elza Soares em sua canção A Carne!

— Mariana Aguiar.

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