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Arizona Robbins.

Era o meu primeiro dia naquele hospital, eu estava nervosa, com medo e insegura quando Callie esbarrou em mim. E eu... Estava perdidamente... Não sei ao certo, mas eu estava praticamente apaixonada. Era a única explicação para todo aquele nervosismo.

Ela me derrubou no corredor e ainda me machucou, mas eu não me importei. Isso, só porque eu conheci ela, dona de um corpo e um sorriso maravilhoso, eu tinha que dar parabéns por ela ser um espetáculo de mulher. Ela foi tão... Educada e gentil, ela sorria tanto, fez meus curativos com o maior carinho e dedicação, eu confesso que não queria que ela terminasse nunca com aquilo, queria que ela ficasse ali e ficasse bem perto de mim. Eu queria poder ter mais tempo para admirar aquela mulher.

— E aí, meu amor? – ouvi a voz de Carina, ela me tirou daqueles pensamentos. – Como foi o seu primeiro dia?

— Incrível. Eu amei aquele lugar. – na verdade, eu amei uma certa morena desastrada. – Conheci pessoas novas e acho que fiz uma amiga. – contei sorrindo.

— Que bom! Estava torcendo para que desse certo! – ela sorriu me dando um beijo no rosto.

Conheci Carina em Tacoma, eu estava em um caso extremamente delicado, tinha uma garotinha com metástase linfática corporal, ela tinha apenas quatro anos e eu estava tão sensível e abalada, tentava de todas as formas salvar a vida dela. E aí eu conheci Carina, ela foi a minha rede de apoio quando a menina morreu e eu me culpei, eu achei que poderia ter feito mais, poderia ter pesquisado mais e ter usado mais recursos. Me fez ver e acreditar que não era minha culpa, fazia parte de nosso trabalho perder pessoas e eu sempre fazia o meu melhor. Eu me apaixonei pela forma como ela me segurou, e cuidou de mim. Aquela foi a primeira vez que eu me apaixonei de verdade, eu nunca fui de me apegar, sempre me relacionei com várias mulheres mas nunca coloquei coleira para nenhuma, com ela foi diferente. No começo ela tudo diferente, era novo e ela intenso. Mas com o passar dos anos foi esfriando, pelo menos a minha parte esfriou, eu não amo Carina da mesma forma que amava a três anos atrás. Houve um tempo em que eu tive certeza que ela era o amor da minha vida, era o meu único lugar no mundo, hoje eu já não acreditava nessa história. Não vou dizer que não a amo, seria uma grande mentira dizer isso, eu digo que temos sentimentos iguais com intenções diferentes, ela me ama como mulher, namorada e esposa. E eu a amo como melhor amiga, como a pessoa que me ajudou e que eu sempre seria grata, mas apenas isso. Apesar de estar empurrando com a barriga a nossa relação, eu a respeitava, mais do que tudo. Não olhava torto para nenhuma mulher na rua, não ficava de conversinha nada do tipo. Ela não me deixava faltar nada, eu não tinha necessidade de procurar na rua, e até hoje, nenhuma outra mulher tinha chamado a minha atenção. Até hoje, pois Callie havia conseguido chamar a minha atenção, ela havia feito eu começar a rever meus conceitos.

É estúpido, eu estava interessada por algum que havia conhecido há menos de doze horas. Estava jogando três anos de fidelidade no lixo por alguém que eu nem sei se vale a pena. Poderia ser apenas uma atração, um olhar, claro que sim. Mas eu estava pagando para ver onde iria dar.

Não consegui dormir a noite, eu pensava e ensaiava cada passo que daria naquela cirurgia, eu mentalizava que não iria ficar nervosa, nem tremer e nem suar. Eu teria que ficar neutra perto dela, não poderia demonstrar que ela me fazia perder a consciência.

O dia amaneceu mais rápido que o normal e mesmo que eu tenha ficado a noite toda em claro pensando e repensando naqueles cabelos escuros e extremamente cheirosos, consegui me atrasar. Estava tão ansiosa que até perdi a hora.

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— Está atrasada. – Callie murmurou de braços cruzados, já na sala de cirurgia. Tremi mas disfarcei.

Com amor, Robbins. ~ Em Revisão ~Onde histórias criam vida. Descubra agora