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Arizona Robbins.

Tentei disfarçar o máximo que eu eu conseguia mas meu olhar sempre se voltava para Callie, a forma como ela parecia não estar nem aí me deixava ainda mais interessada por ela. O fato de ela ser casada era para ter me incomodado, certo? Errado, aquilo não me incomodou, talvez pelo falo de ela estar com um homem e me fazer querer ainda mais mostrar para ela o que era bom de verdade. Depois que a doutora Torres ficar comigo ela não vai nem pensar em voltar para ele. Vê-la todos os dias naquele hospital facilitava tanto a minha vida, eu só precisava fazê-la se interessar por mim.

Acordei com algo vibrando de baixo do meu travesseiro, xinguei umas mil vezes irritada por estarem me acordando. O nome de Callie apareceu na telinha do meu page e eu me levantei assustada, olhei a hora e eu estava mega atrasada. Tomei um banho de três minutos e me arrumei o mais rápido de pude.

Cheguei no hospital correndo e tropeçando, ela me chamava sem parar e eu ao menos tinha como responder. Sabia que ela iria ficar brava comigo e se ela não fosse o amor da minha vida, eu não ligaria. Mas como ela é, eu torcia para alcalma-la com uma explicação.

— Seu page está com algum problema? Perdi a conta de quantas vezes te bipei. – tomei um susto com a voz de Callie e dei um pulinho colocando a mão no peito, eu estava terminando de colocar meu jaleco quando ela chamou minha atenção, ela estava claramente muito irritada.

— Não, nenhum problema. Me desculpe doutora, eu apenas me atrasei. – falei totalmente sem graça pela forma como ela havia sido grossa comigo.

— Não sei onde você trabalhava mas aqui no Seattle Grace você precisa chegar na hora certa ou vai perder seu emprego. – ela bufou revirando os olhos.

— Certo, me desculpe, doutora. Isso não vai acontecer novamente. – balancei a cabeça lentamente e saí da sala em que estava. – Onde precisa de mim?

— Não preciso mais. A criança morreu. – me assustei com aquelas palavras, ela deu os ombros se afastando.

— Não foi sua culpa, ela não tinha chances. – uma das enfermeiras que estava ouvindo tudo me tranquilizou.

Eu sei que estava errada, estava atrasada a mais de duas horas, mas o que custava ela ser compreensiva? Não esperava que ela fosse tão idiota e grossa, não era necessário tanta ignorância. Me ocupei em atender meus pacientes e passar bem longe da ortopedia, tratei de entrar em cirurgias longas e tomar todo o meu dia. Assim, eu não teria tempo para pensar nela e nem no quanto eu estava triste.

__________

Eu estava prestes a ir embora, estava de cabeça baixa andando em direção ao elevador quando senti alguém esbarrando com toda força em mim, me assustei e acabei de desequilibrando, cai no chão. Estava tão sensível que meus olhos encheram de lágrimas, haviam muitas pessoas olhando o que me deixou com ainda mais vergonha. Escondi meu rosto, senti o líquido quente escorrendo pelo meu nariz. É o meu terceiro dia nesse hospital e eu já caí duas vezes, se continuar assim, no final do mês não vai ter mais Arizona, apenas machucados.

— Robbins? Tá chorando? – ela Callie, fiquei com raiva quando ouvi a voz dela, de novo ela me derrubou e me machucou.

— Não! Não estou! – respondi grossa, ela levantou meu rosto e o sangue desceu pelo meu queixo. Bati na mão dela para que ela me soltasse. – Não toca em mim. – me levantei rápido me afastando.

Eu estava com raiva, claro. Pensei que eu fosse o neném dela e que ela não teria a capacidade de me tratar mal, mas, se ela podia eu também podia.

Saí andando até o banheiro com a mão no nariz tentando controlar o sangue, falava sozinha e xingava Callie de todos os nomes possíveis. Qual o problema que ela tinha de olhar por onde andava? E porque só eu me machuco? Ela não tinha nem um arranhão, já eu, não podia dizer o mesmo. Ainda tinha um curativo na testa e uma casquinha na boca do tombo passado, agora mais esse. Nervosa, eu socava papel no meu nariz tentando fazer parar de sangrar, mas meu corpo estava quente e seria bem difícil daquilo acontecer.

A porta do banheiro foi aberta e quando vi Callie pelo espelho não consegui segurar a revirada de olho. Ela entrou lentamente e parou da minha frente, ela tinha algodões, uma tala e um curativo. Sem dizer nada ela começou a me ajudar, e eu nem ousei recusar.

— Impressão minha ou você está brava? – ela sussurrou concentrada. Olhou nos meus olhos e voltou a olhar para o meu nariz, minha boca ficou seca, eu não consegui responder, apenas fechei a cara e virei o olho. – Preciso me desculpar por hoje de manhã.

— Ok. – sussurrei fingindo não me importar, ela pressionava o algodão no meu nariz enquanto me encarava, o olhar dela era intimidador, ainda mais de tão perto.

Se ela ficar mais cinco segundos tão perto assim de mim eu juro que beijo a boca dela. Pra minha sorte ou azar ela se afastou de mim, o sangramento já havia dado uma trégua e ela já estava em uma distância segura pra eu não perder o controle. Não havia quebrado nada, apenas rompido uma veia. Ela colocou uma gase e prendeu com fita para não se soltar, caso o sangramento voltasse.

— E então? – ela iniciou. – Você me desculpa? Prometo que não trato você mal nunca mais. – como ficar com raiva de uma pessoa que amolece a gente desse jeito?

— Tudo bem. Mas você não pode descumprir essa promessa. – ela concordou sorrindo, e em um piscar de olhos, a minha raiva havia ido embora. Tava pra nascer alguém que tivesse tanto domínio sobre mim como ela tinha.

Quando ela sorriu para mim e meus olhos caíram até boca dela, eu senti um incomodo na boca do estômago, ela tinha uma boca fascinante e eu não tinha nem ideia do quanto eu daria para ter ela para mim. Saímos do banheiro em seguida e ela entrou no elevador junto comigo.

— Preciso ir embora. – murmurei, mesmo que fosse contra o nosso distanciamento.

— O que vai fazer a noite? – ela perguntou.

— Não tenho planos. – dei os ombros.

— Agora você tem! O que acha de jantar na minha casa?

— Com você e Hunt? – perguntei sorrateiramente torcendo para que fosse só nós duas.

— Owen vai estar de plantão, só eu e você. – vi um sorriso nos lábios dela, impressão minha ou ela tinha a mesma intenção que eu?

— Posso pensar. – me fiz de difícil.

— Robbins, por favor! – ela fez uma carinha de cachorro que caiu da mudança, e acabou me convencendo só com o olhar. – Te espero as oito e meia, ok? – fingi pensar um pouco, é claro que eu iria.

— Tudo bem, Torres. – falei por fim, ela sorriu animada.

— Apenas Callie. – me corrigiu pela terceira vez me fazendo revirar os olhos.

— Apenas Arizona. – aproveitei para corrigi-la também.

— Justo. – me deu um aperto de mão.

Eu tinha planos, eu tinha desejos. Queria que ela lêsse meus pensamentos e me esperasse toda nua. Eu só queria foder Callie tão forte e tão gostoso, que ela se esqueceria quem é Owen Hunt e o único nome que passasse pela mente dela fosse o meu. Não só o nome, mas que as cenas se repetissem a cada segundo, cada vez que eu a fiz gemer e gozar bem gostoso gritando o meu nome.

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Com amor, Robbins. ~ Em Revisão ~Onde histórias criam vida. Descubra agora