Com amor, Robbins. ~ Em Revisão ~

•20•

Callie Torres.

Três meses de namoro é tempo mais que suficiente pra perceber que é um relacionamento sério e queremos manter a relação por muito tempo ou seja, hora de conhecer os pais. Pelo menos é o que eu acho.

A última pessoa que apresentei aos meus pais era um baita idiota que me traia bem na minha cara, não que eu fosse santa e não tenha traído mas eu pelo menos me esforcei pra esconder, tanto que até hoje ele nem ninguém sabe sobre eu estar com Arizona bem antes do nosso término. Mas dessa vez era diferente, eu podia sentir que com ela era completamente diferente e agora eu me sinto totalmente confortável em apresentá-la ao meu pai que vez ou outra pergunta sobre meus relacionamentos e quando vai conhecer "o genro", talvez eu tenha dito sobre estar apaixonada por alguém do hospital, mas nunca mencionei ser uma garota.

O que me incomoda mesmo é o fato de Arizona não estar nem aí pra isso, eu já até comentei duas ou três vezes sobre como meu pai é engraçado e ela nunca fez questão nenhuma de pedir pra conhece-lo, eu estou apressando as coisas ou ela que está indo devagar demais? Espero que seja a segunda opção, porque eu já marquei um jantar com os Sr. e Sra. Torres.

Passei o dia evitando Arizona, não sabia o que dizer, não podia chegar e falar "hoje você vai conhecer meus pais", nem sabia qual era o opinião dela sobre isso, e até lá eu pensava em uma forma de convencê-la a entrar de cabeça na minha vida. E ainda tinha o segundo fato que é, meus pais não fazem ideia da minha sexualidade, até onde eles sabem eu sou hetero, fui casada com um homem e nunca em toda minha vida me relacionei com uma mulher.

— Ei, linda – ouvi a voz dela atrás de mim, ela parece um ímã, quanto mais eu fujo, mais perto dela fica.

— Tô muito ocupada. – me desvencilhei dos braços dela indo até a porta de saída da sala dos cirurgiões.

— Você está correndo de mim o dia todo, por favor, baby. Conversa comigo. – ela era esperta demais, sempre percebia quando tinha algo errado.

— Ok – respirei fundo e sem pensar duas vezes eu fiz uma pergunta. – O que acha de conhecer meus pais?

Ela ficou calada por uns instantes e eu já estava me preparando psicologicamente para mandar uma mensagem e desmarcar aquele jantar ridículo que pra mim tinha uma importância fora do comum. Mas ela abriu um sorriso, e não era de deboche nem desacreditado, era aquele sorriso mágico

— Eu acho ótimo, meu amor. – respondeu simples.

— Ah, que bom! Hoje às 20h30 na minha casa. Por favor, Ari, se puder chegar um pouco antes eu te agradeço.

— O que? Espera amor, eu nem tenho o que vestir e eu nem me preparei mentalmente pra isso.

— Você é incrível, é só ser você mesma e eles vão adorar, meu amor. – ela revirou os olhos.

— É só por esse motivo que você tá estranha e correndo de mim o dia todo? Porra, Callie, eu pensei que estava me traindo. – ela brigou me arrancando um sorriso.

— Nem se fosse isso eu estaria tão nervosa.

— Idiota. – riu.

— Mas não é tão simples assim, não se esqueça que eles não sabem que vão conhecer uma mulher ao invés de um homem.