Trinta e Três

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6 de julho de 2018

Raquel

Ontem chegámos a Santorini por volta das quatro e meia da tarde, mas ainda demorámos mais algum tempo até nos instalarmos no local onde vamos ficar durante estes dias – que é um daqueles hotéis que têm todo o estilo tipicamente grego que vemos na Internet e nos filmes e que nos deixam completamente apaixonados – por isso não tivemos muito tempo para ir passear ou assim, simplesmente decidimos ir jantar fora e voltar para o hotel porque foi um dia bastante cansativo. Assim, hoje combinámos que íamos todos acordar razoavelmente cedo para irmos dar uma volta e conhecer alguns pontos mais turísticos da ilha.

Não sei se é por estar num sitio pouco familiar, mas eu acordei bastante mais cedo do que o previsto, por isso aproveitei para me sentar na varanda do quarto que partilho com o André a apreciar a magnifica paisagem e a ler um livro. Como já passou algum tempo desde que acordei e eu já começo a ouvir algum barulho no quarto ao lado, onde ficaram o Santiago e o Afonso, eu decido acordá-lo.

- Bom dia, dorminhoco. – eu sussurro ao ouvido do André, sentando-me ao seu lado na cama.

- Hum, que horas são? – ele murmura num tom de voz bastante sonolento.

- Nove e meia. Eu acho que o Afonso e o Santiago já acordaram. – afirmo, beijando a sua bochecha – E eu estou acordada há, pelo menos, uma hora e meia.

- Porquê? – ele pergunta, finalmente abrindo os olhos.

- Porque acordei cedo e não tinha sono. Aproveitei para ler e desfrutar do paraíso que é este sítio. – sorrio.

- Podias ter-me acordado. – o André diz e eu reviro os olhos – O que foi?

- Claramente que eu te ia acordar às oito da manhã porque eu não tinha sono. Aposto que ias ficar de mau humor o dia todo. – eu comento e ele ri-se.

- Possivelmente. – ele concorda – Não te estás a esquecer de nada?

- Estou? – pergunto, levantando a sobrancelha.

- O meu beijo de bons dias? – ele pergunta.

- Não sei... - encolho os ombros, tentando esconder o sorriso que teima em querer fugir – Mas se calhar tens de vir cá buscar, porque ele parece que não quer ir até aí.

O André lança-me um sorriso atrevido que me faz rir alto e eu mal tenho tempo de fugir antes de ele me agarrar e me arrastar para a cama de novo. Os seus lábios colam-se aos meus e eu sinto-me no paraíso. Honestamente, ele é o paraíso para mim. É aquele pedaço de céu onde ninguém me pode perturbar, onde tudo é perfeito e não há mais nada além de nós os dois. Ele é literalmente tudo o que eu preciso para me sentir bem, estável, calma.

- Amo-te, sabias? – murmuro contra os seus lábios.

- Sabia, mas sabe sempre bem ouvir-te dizê-lo. – ele admite, beijando-me de novo.

Um literalmente dou um salto quando ouço a porta do quarto abrir e ouço o Santiago chamar por mim. Eu sabia que ia ser uma péssima ideia haver uma porta direta entre o quarto deles e o nosso – só não esperava que fosse pela parte do meu filho! Felizmente, eu acho que ele não vê nada que não deva ver, mas não deixo de me sentir um autêntico tomate de tão corada que estou. O André está a tentar esconder o riso e eu estou mais envergonhada do que alguma vez estive na vida.

Acasos Felizes | André Silva ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora