Trinta e Cinco

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Não me matem no fim deste capítulo, por favor - lembrem-se de que vos prometi uma 2ªtemporada (espero que isso acalme a vossa raiva). Mal posso esperar por ler os vossos comentários! (Believe it or not, mas estou super ansiosa ao publicar este capítulo)


10 de julho de 2017

- André... - eu chamo-o.

- Diz. – ele responde, como se tivesse voltado a si após uma longa viagem até à Lua.

- O que é que tens? – pergunto, tentando ignorar o desconforto no meu peito.

- Nada, estou só cansado. – ele diz, fingindo um sorriso que não me deixa nem um pouco convencida. Eu sei que ele me está a mentir e a esconder algo.

- Eu conheço-te, André. O que é que tens? – repito.

- Não é o momento certo para falarmos disto, Raquel. Tivemos um dia incrível e eu não quero estragá-lo, está bem? Falamos disto amanhã ou outro dia, com mais calma. – ele responde, encolhendo os ombros e desvalorizando a situação.

- O que é o isto que vai estragar o nosso dia, André? Quero dizer, claramente é algo importante e não me parece que adiá-lo seja uma boa opção. – afirmo, tendo cada vez mais certezas de que o aperto no meu peito tem alguma razão de ser. Apesar dessa sensação, tento manter-me calma e tento ouvi-lo com atenção.

- Raquel... - ele murmura, desviando o seu olhar do meu.

- André! – eu exclamo, um bocado irritada – Achava que não havia segredos entre nós! Pensava que podíamos falar de tudo um com o outro.

- É claro que podemos, só não me parece que seja agora o momento certo. – ele argumenta.

- É um momento tão bom como qualquer outro. Aliás, estamos aqui apenas nós os dois, por isso até me parece um momento bastante bom para conversarmos sobre o que quer que seja. – contrargumento, cruzando os braços à espera de uma boa resposta.

- É uma conversa séria e... - ele balbucia.

- Para com essas desculpas e fala de uma vez, André! – interrompo-o, deixando transparecer o meu nervosismo e a minha irritação – Estás a deixar-me nervosa e irritada.

- Okay, então queres mesmo ter esta conversa agora? – ele pergunta e eu preciso de respirar fundo para não me passar completamente.

- Não é como se eu soubesse que conversa é, mas sim, quero. – respondo prontamente.

O André levanta-se e caminha pelo pequeno pedaço de areia que existe junto às rochas onde estamos sentados. Ele mexe as mãos nervosamente, mexe no cabelo, respira fundo e não para quieto – o que não só me deixa cada vez mais irritada como também preocupada. Eu sei que há algo de muito errado aqui e tenho medo de descobrir o que é.

- Eu já sei qual vai ser o meu futuro enquanto futebolista. – ele diz, após alguns momentos silenciosos e de inquietação da parte do André, e eu percebo que ele se refere à escolha do novo clube.

- E então? – eu pergunto curiosa e assustada ao mesmo tempo, porque sei que seja qual for a resposta ela não será Portugal.

- Eu vou jogar para o AC Milan. – é a resposta dele, curta e rápida.

Acasos Felizes | André Silva ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora