"Cansada de ser uma marioneta nas suas mãos, decidi que estava na altura de o jogo ser a dois."
Depois de se deparar com o olhar mais intenso que alguma vez tinha visto, a aventura que Lia procurava, começou e era muito mais do que alguma vez poderi...
Semanas passaram, enquanto Lia criava uma rotina. Cumpria as suas aulas, sem faltar, sentindo-se orgulhosa pelos avanços que fazia. Cumpria também as lições de Sunny, mas com mais faltas, o que lhe permitiu, sempre que ela não estava em casa e não existiam restos de comida, substituir as taças de cereais por refeições mais consistentes. Também mantinha a procura de emprego, sendo esse o assunto que mais a preocupava.
Envolta nos seus pensamentos e nas suas preocupações, Lia deixou o apartamento e passeou pelas ruas. Sunny iria passar a noite na empresa pelo que, estando sozinha e sentindo-se inquieta, decidiu sair de casa para sentir a brisa fria da noite.
No caminho para a paragem de autocarro, existia um parque infantil, onde Lia parou. Sentou-se no baloiço e suspirou.
"O que é que vou fazer sem dinheiro?"
Sentiu o telemóvel tremer e viu uma mensagem da sua irmã aparecer no ecrã.
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Lia sentia-se mal por mentir à sua família, porém era incapaz de lhes dizer a verdade. Como é que podia justificar a sua saída de casa, se elas soubessem que, após tanto tempo, ainda não tinha encontrado sequer um único part-time?
Escreveu algo genérico, sem pormenores, e perguntou como estava a sua mãe. A resposta demoraria a chegar. Sentia que trocava cartas, cada vez que falava com a sua irmã.
Levantou-se e caminhou de volta para casa, porém enquanto colocava o código na porta, sentiu o telemóvel tremer.
Espantada com a rapidez com que recebera uma resposta, retirou o telemóvel do bolso das suas jeans o mais depressa que conseguiu. Porém, ficou paralisada, enquanto tentava compreender que tipo de mensagem aparecia no seu ecrã.
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Uma frase tão directa e simples, de um número que Lia não sabia que estava guardado no seu telemóvel. Seria a pessoa em quem ela estava a pensar?
