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"Skinny Love" - Birdy || "Take me Home" - Jess Glynne || "River of Tears" - Alessia Cara || "Stone Cold" - Demi Lovato

(https://www.youtube.com/watch?v=59nAovgXpVk&index=20&list=PLntBYVB6xuzB_uhaVSD_5oqj0pE4NgMWt&t=0s)

À medida que os dias passavam sem qualquer sinal de Jimin, Lia ficava cada vez mais frustrada. Perguntava-se diariamente se aquele encontro tinha sido real e a sua mente fazia-a acreditar que tinha sido tudo imaginação sua, para depois se deixar novamente iludir, a cada vez que olhava o casaco de cabedal preto exposto na cadeira que tinha no quarto, caindo mais uma vez na ideia de que, sim, tinha acontecido.

Os seus dias mantinham a correria habitual, bem como as preocupações dignas de alguém que queria desesperadamente fazer a sua vida avançar num novo lugar. Porém, recheavam-se também de inúmeros olhares discretos para o telemóvel à procura de uma mensagem e momentos já comuns de abstração em que se perdia nas recordações da noite em que ele tinha aparecido à sua frente.

Além disso, amaldiçoava-o a cada 2 minutos, por ter aparecido justamente no seu local de trabalho, pois nunca mais fora capaz de ir trabalhar sem a pequena esperança de que o poderia ver de novo, quando atasse os laços da porta da venda de rua.

Porém, por mais que Lia desejasse vê-lo de novo, o seu lado racional começava a pedir-lhe que se focasse nos seus problemas reais e admitisse, de uma vez por todas, que ele não voltaria a contactá-la depois de tudo o que ela disse.

"Mas que parva que fui..."

Pensava Lia, enquanto servia mais uma mesa, condenando-se pelas atitudes que tivera com Jimin, para logo em seguida mudar de ideias e pensar em como não se ia arrepender do que tinha dito, pois tinha sido o correto a fazer.

"Foi o mais correto... Não foi? Não podia apenas fingir que ia acreditar em tudo o que ele me dizia... Mas será que pode ser verdade?"

- Ahgassi!! Mais uma garrafa!

Lia sobressaltou-se ao ser puxada rapidamente para a realidade pela voz de um homem enfatiotado que bebia junto a mais dois homens igualmente vestidos formalmente, o que lhe indicava que deviam ter saído dos seus empregos diretos para aquela mesa.

- O teu coração anda ocupado nestes dias Lídia? - Perguntou a Ahjumma que, naquela noite de maior movimento, ajudava Lia a atender os clientes.

Sempre com um ar carinhoso, ela percebia as expressões de Lia com facilidade e dava-lhe as palavras de incentivo que ela precisava de ouvir, insistindo em usar o seu nome verdadeiro e não uma alcunha.

- Como é que sabe Ahjumma? - Lia detestava mentir-lhe, pois gostava dela como se fosse a sua mãe, naquele lugar ao qual sentia que não pertencia.

- Todos sabemos reconhecer uma alma apaixonada... Os teus olhos brilhantes, os teus suspiros e a forma como olhas para o horizonte pensativa... Não enganas ninguém...

Lia sorriu, envergonhada por ser tão transparente. Porém, na verdade, ainda não tinha admitido para si própria que estava apaixonada. A pessoa que ela viu, apenas por duas vezes, não parecia suficientemente real para que Lia admitisse quaisquer sentimentos que pudesse ter. Nem a sua frustração parecia ser adequada, pois parecia direcionada a algo e alguém que não existia.

- E esse sorriso triste quer dizer que o que quer que seja que está a acontecer, não está a correr bem... - Insistiu, enquanto limpava um copo de soju com cuidado.

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