E vamos com mais um capítulo da nossa estória. O caldeirão começa a ferver... e dará um caldo maravilhoso!
Desculpem a demora! ;)
beijos!!
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A voz dele ecoou pelo apartamento, parecia nitidamente irritado. Andei pela sala tentando achar meu auto-controle, queria entender o que estava acontecendo. Cheguei até a escrivaninha que ficava próxima à tv e percebi meu celular depositado ali em cima. Olhei no visor e detectei 20 ligações perdidas do Lucas: "merda! Esqueci meu celular em casa antes de sair". Voltei a olhar para ele repentinamente, logo após o susto que levei com o seu grito, que acusava a sua presença ali, na minha frente.
- Me responde, porra! Odeio essa tua indiferença, Lois!- ele falou, sacudindo os meus ombros. Isso me deixou tonta e ao mesmo tempo, confusa. Depois que terminamos ele nunca mais me havia chamado de Lois. Este apelido, que o "dito cujo" me deu, só era usado por ele nos momentos de carinho, "quando ele me amava", depois disso, nunca mais me havia tratado com tanta intimidade. Tentei responder o mais breve possível:
- Caramba, Lucas, eu sinto muito. Eu não vi suas ligações, dei uma "saidinha" e esqueci meu celular aqui. Sobre a droga do apartamento, não se preocupa, minhas malas já estão feitas e eu já estou de saída, merda. Faça bom proveito disso aqui. - ando a passos largos em direção ao quarto, para pegar minhas malas. Mas suas palavras me detém, deixando-me parada em frente à porta do quarto:
- Na verdade, eu só iria te dizer que pode ficar... até achar sua nova casa. - disse Lucas, a voz suave feito mel, o semblante sereno, calmo, estranho... revidei:
- Pois agora, quem não quer ficar sou eu. Não preciso da tua caridade, Lucas Petcovich. Pode ficar com essa porra de apartamento- alcancei minhas malas no quarto e arrastei até porta da sala:
- Adeus, Lucas. - disse, antes de bater a porta na sua cara.
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Desde aquele dia em que chutei o balde na cara do Lucas, não o vi mais. Minha vida aos poucos se estabilizava, foquei nas promessas que havia feito a mim mesma desde que ele havia me deixado. A semana foi bastante produtiva: no primeiro dia fora daquele apartamento, passei a noite na casa da Sabrina, como havíamos combinado. Após isso, cuidei logo de me instalar na "mansão", e como ela era MINHA, precisava ficar a minha cara. Por isso, dediquei meus primeiros dias à faxina e decoração da casa, bem como à compra do mobiliário, cuja esta última, consegui através do dinheiro que há tempo havia depositado em minha poupança, o mesmo que eu usaria para surpreender o Lucas com a compra do nosso "ninho de amor". Nem acreditei quando vi o meu saldo no caixa eletrônico: cerca de 80 mil reais. Chorei de alegria e parabenizei a mim mesma por "ter dado uma dentro." Era o dinheiro que eu precisava para alavancar o meu futuro: iria comprar as mobilias da casa, fazer algumas reformas e comprar a tão sonhada loja para eu poder vender as lingeries que confeccionaria, juntando o bom gosto ao conforto. E foi o que eu fiz na primeira semana.. com a ajuda DELAS, as cariocas mais lindas e importantes da minha vida.
Passada a primeira semana, coloquei em prática meu plano para emagrecer. Passei a correr três vezes na semana, das 6:00h às 7:00h am, confesso que "fiquei quebrada" nos primeiros dias, mas fui pegando gosto e jeito com o tempo. Nos dias restantes, cuidava da hortinha, do jardim e do pomar, e de vez em quando, aproveitava para "roubar" uma fruta daquelas árvores (senti até vontade de voltar à infância e construir uma casa na árvore, pensamento ridículo, confesso.) Nem percebia o quão feliz eu estava. À tarde fazia as lingeries e à noite aproveitava para escrever meu blog, relatando meu cotidiano e respondendo perguntas.
Tudo parecia se encaixar, menos uma coisa: o vizinho da casa ao lado. Tá, a casa dele não era bem ao lado, pois o terreno era grande e nossas casas eram separadas por um muro de altura mediana.
Não entendia o por quê, mas sempre que ele me via, parecia sorrir por dentro. Nunca o havia visto, antes da minha mudança para aquele bairro, talvez até estivesse pagado algum "mico" na sua frente, mas eu realmente não me lembrava.
Das vezes que o vi, estava fazendo minhas corridas diárias, e ele também. Não pude deixar de notar o seu porte alto, másculo e escultural. Aqueles olhos castanhos, enigmáticos, o cabelo liso-escuro caindo no rosto, de forma rebelde, aquela boca... como um homem tão bonito como ele podia ser tão... nojentinho!!!! 'Arghhh' aquele sorrisinho de canto que me dava sempre que passava por mim, acusando um ar de deboche, me irritava.
O mais impressionante é que diferentemente dele, seus pais foram super amáveis comigo. Chegaram até a me convidar para jantar em sua casa, como sinal da política da boa vizinhança. Eu por delicadeza, aceitei mas não o vi no jantar. "Aff, já chega de falar desse babaca, afinal, a manhã começou tão bonita..." então pra quê começar o dia falando de algo tão desprezível se eu posso aproveitá-lo bem com coisas mais prazerosas?!
Dou um pulo da cama e coloco a cabeça na janela, sentindo o suave perfume das flores que emanam do jardim. "MEU JARDIM, MEU LINDO JARDIM." Desço as escadas quase que cantarolando e me dirijo até o pomar para colher umas frutas frescas para o meu café da manhã. Colho algumas acerolas, jabuticabas, mamão, banana e mexericas. Volto para a casa, mas antes, dou uma bela olhada na MINHA lagoa. Sei que ainda está faltando algo nela: "um pedalinho!!!!!!" Se bem que levará todo o resto das minhas economias. Eu usei quase todo o meu dinheiro na reforma da casa, também pudera, estava tão empolgada que nem raciocinei direito. Porém, como já diz o ditado, "não se pode chorar pelo leite derramado", sendo assim, o que está feito, está feito. Além do mais, a casa ficou uma beleza. Mantive alguns cômodos (sala pra academia, piscina, ofurô, suíte) e retirei E transformei outras - sauna(retirada), sala de balé(transformada em ateliê)... no mais, o dinheiro foi bem empregado.
Chegando na cozinha, tratei logo de preparar meu "banquete": café, leite, torrada, ovos mexidos, bolo de milho, suco de acerola e salada de frutas com linhaça e mel. O relógio ainda marcava 7 e meia, então, achei melhor tomar um banho... "um bom banho!"
Entrei embaixo do chuveiro e fiquei horas me deliciando com a água quente. Aproveitei para hidratar cabelos, corpo e rosto, depilar e os "cambal a quatro." Saí de lá renovada, quase outra mulher. Durante três longas semanas ja havia perdido 5kg. Me encarei no espelho e gostei muito do que vi, muito embora continuava parecendo com a pocahontas.
- Preciso cortar o cabelo - pensei...
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Quando se perde uma Paixão
RomanceSinopse: Lorena Vallenzo é uma linda jovem que aos 21 anos de idade se vê abandonada por seu marido Lucas Petcovich e depois de sofrer tanto por ele, promete a si mesma que irá virar a página, e portanto, decide que quer mudar. Suas amigas Sabrina...