Bagunça

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Praia de Copacabana. A brisa batia em meu rosto e me trazia um falsa alegria, até eu me lembrar de tudo. "Como eu pude chegar a tanto?"
Minha vida se tornara uma bagunça. Eu me sentia como se estivesse surfando em meio às ondas que quebravam à minha frente. "Detalhe, eu não sei surfar!" Por isso mesmo é que me sentia assim, afundando, me afogando e perdendo o controle da minha vida.
Não dava pra acreditar em mais ninguém. O que eu havia feito em outras vidas para estar merecendo isso, agora??? Suspirei, meus pensamentos me levaríam longe demais se eu continuasse me martirizando daquele jeito.
Eu precisava por a cabeça pra pensar. "Preciso pensar como um jogador de pôquer!"
Não iria perder o jogo! Não mesmo!
Era uma bela manhã de sábado. Minhas amigas me olhavam de soslaio da barraquinha de água de coco. Elas estavam tão perplexas quanto eu, mas também pudera, a festa havia deixado todas com a vida de cabeça para baixo.
Catarina tinha o pensamento longe, com certeza pensava em seu noivo cafajeste, Bia chegou me falando que tinha medo de que seu namoro pudesse não passar de uma farsa, dado os fatos de que os caras aparentemente não deveriam ser assim tão confiáveis como já havíamos percebido, até mesmo Alice olhava de cinco em cinco minutos no seu celular como se estivesse esperando alguma ligação, de certo uma ligação de algum cara, o que era estranho pra alguém que nunca esteve nem aí pra homem algum, e Sabrina... bem... essa tomava água de coco tranquilamente, como se nada estivesse acontecendo. "Como ela pode? O que será que ela tem no lugar do coração?"
Nós estávamos no mesmo barco e precisávamos mais do que nunca romper aquela barreira e nos reerguer.
Apesar de toda a confusão, eu estava feliz por estar com elas. Botei as mãos na massa e me meti no meio das minhas amigas. "Xô deprê!!!"
Então começamos a contar piadas, a rir sem parar e aproveitar aquele sabadão ensolarado.
Almoçamos na Praia, disputamos corrida, tomamos sol, entramos no mar... tudo estava perfeito. Meu celular tocou. Era minha mãe ligando.

- Mãe? Tá tudo bem???

- Por que não me contou do divórcio, Lorena? Quando eu chegar na tua casa nós vamos ter uma conversa muito séria.

Como foi que ela ficou sabendo disso???

Droga! Ei... espera aí... ela disse: "chegar na tua casa???"

- Como assim chegar em casa, mãe??? Me explique isso direito!

- Tô chegando no Rio. - ouviu-se um barulho de coisas se chocando. A ligação havia caído.

- Mãe? Mãe? Mãe, fala comigo!!! Mãããããee!!! - retornei a ligação, desesperada. Nada. Minha mãe não atendia.

Minha aflição só piorou. A tardinha começava a cair. Precisava saber o que havia acontecido, mas não tinha nenhuma pista de onde minha mãe estava. Eu tinha que ter fé e paciência, eu iria esperar minha mãe em casa, ela chegaria e eu saberia que tudo estaria bem. Me despedi das meninas e fui pra casa.
Anoiteceu. Minha mãe não chegou. Eu precisava de respostas, meus nervos tinham dado um nó. Minha campainha tocou. "Graças a Deus!!!"
Mas era Nathan e não minha mãe:

- Lorena, você vai ter que me ouvir. Querendo ou não!

- Vai embora! Eu não quero falar com você - caminhei de volta pra casa, mas ele me seguia de longe.

- Não, eu não vou sair daqui até você parar pra me ouvir. Eu não vou desistir de ter você Lorena, tá me ouvindo? Não. Vou. Desistir!!! - e entrou atrás de mim, em casa.

- Some daqui!!! Desaparece! Da minha casa. Da minha vida! Eu não te quero mais!!! - eu precisava resistir, mesmo com o coração doendo.

Meu celular tocou. "Agora é minha mãe!"

Quando se perde uma PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora