Nathan Gutenberg: Bônus

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Mas o que foi que eu fiz??? Ainda estou perplexo com a sua reação... Estávamos tão bem em um dado momento, e de repente ela sai que nem uma louca em direção à sua casa... O rosto visivelmente vermelho de raiva e uma outra expressão que eu não consegui decifrar... Enquanto deixava o meu ardendo pelo tapa que foi depositado, inesperadamente,  por ela... Confuso, tento várias e várias vezes reformular meu pensamento, a fim de encontrar algum motivo que a levou a reagir daquela maneira... "Mas o quê???" o que eu posso ter feito ou dito para tê-la deixado assim tão nervosa e irritada?  Que eu me lembre, eu não a ofendi, muito pelo contrário, eu fiz foi muitos elogios a ela, tenho certeza disso.
"você é uma cadela muito gostosa"...
Puta. Que. Pariu! Será que??? Merda, ela entendeu tudo errado. "Meus parabéns, Nathan, você é um completo idiota..."
O que foi que me deu? Não consigo pensar direito. Quando volto a realidade, percebo que os meus atos foram insanos demais. Eu deveria imaginar que uma mulher como a Lorena não estava acostumada com este tipo de elogio... Na verdade eu nem deveria ter feito o que fiz, mas não pude evitar, foi mais forte do que eu...
E de uma hora para outra, eu havia me tornado um sádico, "não que eu já não fosse na verdade mas..." chegar ao ponto em que cheguei por causa de uma maldita mulher, ao ponto de... Ao ponto de pular o muro da casa dela? Ah, isso nunca havia me acontecido... "Foda-se!!!"
Olho no relógio e volto a minha frustração... São quase cinco da manhã e eu ainda estou acordado. E tudo isso por quê? Porque não consigo esquecer o maldito episódio que me ocorreu a aproximadamente cinco horas atrás... Aquela pele cor de  marfim roçando no meu peitoral, os sons de tigresa proferidos por ela, nossos corpos encaixados e suados... "Caralho, estou duro pela enésima vez..." Não estou conseguindo me entender, definitivamente isso não deveria ter acontecido.
Mas depois daquela trombada na academia, vê-la em sua versão mais natural possível, completamente nua E BEM na minha frente,  mostrando todas aquelas curvas e relevos sinuosos do seu corpo de sereia... Como ignorar uma visão como aquela? Como olhar  aqueles seios tão fartos e redondinhos, que aparentemente eram tão suculentos, macios e firmes,  e não desejar senti-los entumescendo em minhas mãos? ou de repente, levar um de seus mamilos rosados à minha boca e provar a sua doçura? E como olhar aqueles quadris tão perfeitos e não fantasia-los montados sobre os meus, cavalgando e batendo insistentemente, forte e rápido, contra eles? Puta que pariu! Que homem conseguiria dormir com uma imagem daquelas na cabeça? É mais do que evidente que a resposta é: NENHUM!
E outra, que culpa tenho eu se sou homem, porra? Se não posso evitar olhar pra uma gostosa do cacete da forma como veio ao mundo e não imaginá-la sobre os meus domínios, implorando por meu nome, querendo mais e mais de mim? Tem como NÃO ficar "animadinho" nestas circunstâncias? É óbvio que não, é  da minha natureza afinal, ainda mais em se tratando de Nathan Gutenberg: o comedor de panicats, como diriam meus amigos. Só sendo um cego mesmo ou um retardado qualquer para não sentir nada - sim porque o que os olhos não vêem o coração não sente, não é mesmo?- e eu não sou nem uma coisa nem outra.
Me sinto tão... Impotente! Bem que eu tentei fechar os olhos e sonhar com "carneirinhos" mas aí ela invadia a  minha mente e mandava eles irem pastar, acordando todo o meu corpo, incluindo especialmente um membro em particular, imponentemente INSANO. "Merda!"
Mas, cacete, eu tenho namorada... E não posso trair ela. "Até parece que você nunca fez isso, cara!" Embora eu não estivesse tão fora de forma assim no quesito "comedor por excelência", depois do meu namoro com a Aretta, meu título havia dado uma quebrada, saindo de cena por um tempo. Mas também pudera né? Ela não desgruda. Estamos sempre tão próximos e ela sempre afasta qualquer mulher que se atreva a atravessar o seu caminho... "Quer dizer, QUASE todas". Em certos momentos o bom e velho Nathan entrava em cena novamente, isso aconteceu  mais ou menos umas... Seis ou sete vezes... Isso porque eu sou um cara muito sagaz, outro em meu lugar nao teria a menor chance.
A minha vida toda girou em torno do desapego, nunca me prendi à ninguém, exceto à Aretta, já que ela é filha do sócio do meu pai. Os dois criaram e expandiram uma empresa de artigos femininos, dentre eles cosméticos, sapatos, jóias, roupas de grife e lingeries...O que sempre foi um negócio muito rentável para ambos, pois o público alvo é um tanto quanto... CONSUMISTA E MAIS UM POUCO... e logo, os dois dispunham de uma rede de lojas e filiais expandidas por todo o país. Desde que a LUXY WOMAN surgiu, minha vida foi prometida à de Aretta, o que era mais um contrato do que realmente um relacionamento. No início foi difícil de engolir a história, eu a conhecia desde criança e sinceramente, não a via como mulher, mas o tempo passou e ela cresceu e ficou muito gostosa, e eu aproveitei para tirar umas casquinhas.
Até que o sexo é bom, mas nunca foi o suficiente pra mim. De qualquer forma, por outro lado, gosto da minha namorada, apesar de ser uma garota marrentinha e mimada, ela é uma boa pessoa e por traz de todas aquelas roupas e luxos, ainda tem sido a única que consegue me fazer sorrir... " e em acréscimo, gosta da minha irmãzinha Alissa, então isso me basta..."
"Preciso queimar energia"
Só me restava correr para acalmar os nervos. Eu sempre ficava relaxado com minhas corridas afinal, mas desta vez pelo visto, foi uma péssima idéia. Passar em frente à casa "dela" me fez sentir um frio estranho na barriga, uma leve aceleração em meu peito - talvez pela prática recente do exercício - e uma ligeira vontade de "me desculpar", e de repente, eu havia percebido que pegara pesado demais com ela na academia. Eu sei que aquele era um horário impróprio demais para o que eu pretendia fazer, e que eu poderia muito bem falar com ela no campus, mas e daí? Aquilo não poderia esperar: sim, porque... Ela merecia um pedido de desculpas COM URGÊNCIA e... Não, eu não queria só me desculpar. "MERDA DUPLA!!!''
Senti aquele muro me chamando. Fazia tanto tempo que eu não escalava um, desde o fundamental na verdade, época em que vivia chegando atrasado ao colégio. "Vamos ver se ainda tenho prática. Só pra testar minhas habilidades mesmo." e então, quando dei por mim, já estava "sutilmente" me agarrando aquele muro, escalando-o e... Sem nenhuma dificuldade, logo me encontrava do lado de dentro da casa dela. "Yeah! Ainda sou o melhor, rápido como um gato. Não tem pra ninguém!" No entanto, minha comemoração durou apenas alguns segundos antes de eu... AMARELAR!!! Um frio estranho percorreu minha espinha e eu simplesmente congelei, como se há pouco tivesse perdido todos os movimentos...
Tá bom, esquece essa história de "se desculpar", foi um pensamento tolo achar que eu poderia sair por aí como um solteiro qualquer e me enfiar em calcinhas de vadias, e quer saber, ela nem vale todo esse esforço. Acabou, vou voltar pra casa e dormir... Não adiantou. Não movi um único músculo para ir embora, o meu corpo só queria ficar e eu já estava perdendo a paciência com tudo isso.
Tentei, juro, convencer a mim mesmo de que não devia, mas o meu amigao não era tão fácil assim de convencer, e por mais que eu tentasse, ele continuava acordado e... Duro.
- acho que não vai ter jeito... agora é só procurá-la e... - Suspirei, em exasperação - e dar a ela a impressão de que além de invasor eu também sou uma espécie de... Assassino de divorciadas... Merda. - Passando as mãos em meus cabelos, analisei minhas ações e logo admiti a mim mesmo que havia ido longe demais
- Hunf, eu nem deveria estar aqui... "Caralho!" Aquilo estava fora de cogitação... "Não posso fazer isso. Eu... Não posso... Não posso fazer isso!!! Droga, o que há de errado comigo? - Sem saber o que fazer, decidi que precisava desabafar com alguém, alguém que só me ouvisse, sem fazer insinuações ou julgamentos, alguém que guardasse sigilo depois, talvez isso me ajudasse um pouco, já que minhas opções estavam se tornando beeem escassas. "Mas quem? Quem seria capaz de me ouvir sem chegar ao ponto de deduzir que havia uma pequena probabilidade de eu estar me apaixonando por aquela encrenca em corpo de mulher?",  não que eu pensasse nisso, era óbvio, eu JAMAIS poderia, eu simplesmente a odeio... Mas conhecendo os bastardos dos meus amigos, sei que essa seria a primeira coisa que os imbecis iriam dizer... Só por provocação... Voltei meus olhos em direção ao céu, buscando um resquício de sanidade, e deparei-me com aquela bola prateada que refletia um brilho imponentemente lindo, como uma rainha coroando a noite... Não me importei em conversar com a Lua, ela nunca contaria pra ninguém mesmo, nem ficaria tirando sarro com a minha cara. E esse mico de garoto carente eu guardaria apenas para mim mesmo...
"Não posso dormir assim, Lua. Tô tentando de todas as formas esquecer aquela pele branca, ainda molhada, como a vi no vestiário. Tô travando uma batalha interna que nem eu mesmo consegui compreender, tentando não cometer nenhuma besteira, mas não dá, meu... Tô fodido... O que você acha que eu devo fazer? Preciso me refrescar..."
E foi aí que eu cometi o maior  erro da noite: caminhar até o lago e... Tudo o que NÃO podia acontecer naquele momento aconteceu, explodindi do meu corpo feito um vulcão em completa atividade.
Meus pensamentos se esvairam de repente, ao perceber que agora seguro a camisola que ela havia abandonado minutos depois do nosso sexo selvagem... A louca saiu correndo completamente nua, me deixando como lembrança a calcinha de renda preta, que agora se encontrava bem guardada em minha gaveta, e o melhor dos prêmios: aquela camisola, que era a maior prova de que eu a havia tocado em todas as intensidades possíveis. Seu cheiro ainda estava ali, me despertando lembranças do sexo mais intenso e gostoso da minha vida... E já que eu não a tinha em meus braços, naquele momento, pra tentar dormir, só me restava apelar pra minha mão e lembrar de seu traseiro incrível chacoalhando contra meu quadril....

Quando se perde uma PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora