A melhor sensação da minha vida.Estudar em uma escola comum estava sendo meu passatempo favorito. Todos os dias eu acordava antes do alarme, que era bem cedo, por conta da ansiedade. Já fazia uma semana que eu frequentava a escola, todo dia eu descobria algo novo nela. Era surpreendente. Eu ainda estava me acostumando com os imensos corredores e salas. Jake também estava gostando bastante da escola, mas odiava o fato de acordar cedo para ir à mesma. Todos os dias ele estava com a mesma cara de zombie. Era como se ele não dormisse há dias. Jake, estranhamente, vem passado muito tempo no sótão da casa em seu notebook, ele não me diz nada do que faz, o que me deixa intrigada, visto que sempre contamos tudo um para o outro.
Eu agora participo de um clube de escrita na escola: The living words. É algo fantástico para mim, já que a escrita faz parte da minha vida. Quando criança, meu pai lia toda noite histórias para mim, isso me motivou desde nova a escrever. Escrevia historinhas e poemas pelas paredes, mamãe ficava furiosa, Papai, como sempre, servia de cúmplice para meus delitos.
- Alunos, atenção. - Falou a professora de Francês sem muito interesse. - Temos um novo aluno entre nós, Sebastian Conner - Falou e um garoto de estatura alta e cabelos castanhos levantou-se. Eu não conseguia ver seu rosto, o mesmo estava de costas para mim. - Apresente-se - Falou com cara de poucos amigos e sentou-se.
- Como a senhora mencionou, me chamo Sebastian, tenho 18 anos. Eu morava no Kansas, mas mudei pra cá. - Deu de ombros. Ele, de maneira breve, virou-se para ter uma visão geral da turma.
Nesse momento seus olhos, estranhamente e perigosamente, se fixaram em mim. Minhas bochechas doíam de tão quentes. Sebastian era um tanto avantajado em beleza, ouso dizer. Seu rosto possuía traços firmes, e ao mesmo tempo meigos (Admito que o mesmo era um tanto fofo), seus olhos eram castanhos claros e cintilavam com a luz.
- Obrigada, pode se sentar Sebastian. Abram o livro na página 56. - Prosseguiu com a aula.
Estava na hora do intervalo, eu estava em meu armário guardando os materiais que eu havia utilizado na aula de francês, na qual eu conhecera o tal menino, Conner. Eu nunca havia sentido algo assim, referente à garotos. Com exceção da vez em que eu achara sentir algo além de amizade por Jake, o que eu descobri ser a maior das idiotices. Eu até cheguei a falar para Jake de meus "supostos sentimentos", mas acabamos rindo de tudo isso e prosseguido com a amizade. Hilário.
Sebastian era um tanto estranho, pensei.
- Oi! - Falou uma voz atrás de mim, logo tratei de virar-me, dei de cara com um Sebastian sorrindo de orelha a orelha.
- Oi. - falei simples, com as bochechas em chamas.
- É... Eu sou novo aqui. Será que poderia me mostrar a escola? - Falou enfiando as mãos nos bolsos do moletom cinza que usava.
- Você escolheu uma péssima pessoa, eu entrei na escola na segunda passada, tecnicamente não conheço muita coisa. - falei rápido.
- Tecnicamente você sabe mais coisas que eu, então vai ser de serventia. - disse com um meio sorriso. Ajeitou os óculos, que julgo serem de leitura.
- Tecnicamente falando, não. - Tratei de responder.
Desista logo.
- Tecnicamente, seus "tecnicamentes" não vão te ajudar a se livrar de mim. Me deve um tour moça. - sorriu (e que sorriso). - Qual seu nome? - Perguntou.
- Não lhe interessa. Agora vaza. - Falou Jake, caminhando em minha direção e tratando de pôr o braço direito ao redor de meus ombros.
- Foi mal, não sabia que você era comprometida. - coçou a nuca envergonhado.
- Eu não... - comecei, mas fui cortada por um Jake sem amor a vida.
Ele morreria em breve.
- Pois é, ela é uma garota muito comprometida. - falou rude. Sebastian ficou espantado.
- Desculpa, tchau. - disse rápido e partiu pelo corredor.
A raiva que eu sentia de Jake nesse momento era descomunal, meus punhos estavam cerrados para socá-lo, de fato eu o fiz, soquei-o com força no ombro, o mesmo nem se abalou, só me olhou com cara de tédio.
- Sem relações amorosas, ruiva. - começou. - Você não vai querer se envolver com ninguém, acredite. É para o seu próprio bem. - engoliu em seco e beijou meus cabelos.
- Você não tem o direito. - Falei com raiva.
- Sem show. Droga! - Massageou as têmporas.
- Nem vem, você sabe que eu odeio isso, não se meta nos meus assuntos da mesma forma que eu não me meto nos seus. - Falei de uma vez. Jake estava insuportável ultimamente.
- O quê? - franziu o cenho em dúvida.
- Eu não encho seu saco por você ficar me escondendo coisas. Você acha que não te vejo todos os dias enfurnado dentro do sótão, fazendo sabe-se lá o que? Você sempre me contava tudo, mas passou a esconder coisas de mim. - Desabafei por fim.
Suspirei.
Brigar com Jake era algo horrível. Em todo os anos que estamos juntos só devemos ter brigado umas cinco vezes ao máximo, não brigávamos muito, mas sempre fazíamos as pazes rapidamente. Nunca ficamos brigados por mais de alguns minutos. Primeiro, não conseguíamos, e segundo, papai nunca deixava. Quando ele ficava sabendo de alguma briga nossa nos trancava em um quarto e éramos obrigados a fazermos as pazes. Sempre funcionava.
- Eu não posso envolver você nisso, é algo secreto. - disse simples e virou-se para ir embora.
- Droga, você é insuportável. - falei com lágrimas nos olhos.
- Você que é, cabelo de fogo. - Disse e virou, logo tratou de me abraçar.
- Eu te amo, minha pequena. Me preocupo com você, não quero que esses otários te machuquem. - Falou me apertando mais. - Eu prometo, quando for a hora certa te conto o que eu estou fazendo. - falou e estendeu o dedinho mindinho como símbolo de uma promessa. Fiz o mesmo e juntamos os dedos.- Eu te amo Jake, seu idiota - falei baixo e ele afagou meus cabelos.
Era impossível ficar brigada com ele.
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Operação Princesa Escondida
Romance•Obra vencedora do Concurso Estrelas• Charlie é a princesa de Ilha Branca, uma pequena ilha localizada numa das partes mais distantes do oceano. Quando Ilha Branca é invadida por inimigos vizinhos, Charlie se vê obrigada pelos pais, que temiam em pe...