- Eu preciso te contar uma coisa... - falei incomodada. Percebi que Jake Will me olhava com olhos intensos e curiosos a cada palavra pronunciada. - Quando estávamos no refeitório percebi a presença de um homem suspeito, tenho quase certeza que vi um celular nas mãos dele e um flash. - falei.Jake Will mudou sua expressão para algo como pavor e levou as mãos a cabeça. Eu sabia que mais do que eu, ele ficaria completamente desesperado. E era tudo por minha culpa. Jake visava me proteger acima de qualquer coisa no mundo, mesmo que isso custasse sua vida.
- Eu preciso manter você segura. - falou num sussurro quase inaudível.
- O que vamos fazer? - Jake Will me olhou por alguns minutos como se pensasse em mil e uma maneiras de me responder. Ele não sabia o que fazer. - Vamos escrever para o papai, ele vai nos mandar uma solução. - falei nervosa por conta de sua reação.
- É uma boa ideia, mas enquanto a resposta não vier? Temos que ter um plano. Talvez... Fosse melhor te deixar longe da escola por um tempo. - disse apreensivo.
Suspirei, aquela era uma péssima alternativa. Mas era o que cabia ao momento.
- Eu não posso simplesmente deixar de frequentar a escola por nenhum motivo, Jake. - falei.
Jake Will balançou a cabeça em concordância.
- Eu sei, por isso mesmo que vamos arranjar alguma desculpa. Talvez forjar um atestado médico ou... Não sei. Eu vou pensar em algo, okay? Não se preocupa, eu vou...- disse rápido e eu o cortei.
- Jake Will, eu confio em você, mais que em mim mesma. Vai dar tudo certo. Nós dois vamos sair dessa juntos. - falei na ponta dos pés, para alcançá-lo, enquanto segurava sua cabeça entre minhas mãos.
Jake parecia assimilar tudo que estava acontecendo. Suas mãos seguravam minha cintura com firmeza para me estabilizar. Segundos após processar as informações, seus olhos cravaram nos meus e eu me senti incomodada com aquilo, porém hipnotizada, era como se uma corrente invisível nos puxasse um para o outro e quebrar o contato visual era quase impossível.
Notei que Jake Will estava com a respiração acelerada e parecia estar travando uma batalha com ele mesmo. O aperto de suas mãos se tornou mais firme e eu dei um passo a mais na distância, que já era precária, entre nós. Nenhum de nós falava nada, era cruciante.
Os olhos de Jake estava sobre meus lábios, ele os olhava como se necessitasse deles para viver. Eu também estava sentindo isso. Minha necessidade de Jake Will era quase insuportável e eu estava considerando beijá-lo ali mesmo, sem me importar nas consequências, como por exemplo abalar nossa amizade de anos. Um comportamento desses, vindo de Jake, era novo para mim. O mesmo sempre me enxergou como uma irmã mais nova que ele tinha a necessidade e o dever de proteger.
Jake se aproximou e levou o nariz a curvatura do meu pescoço e inspirou meu cheiro, necessitado. Suspirei e tentei me manter firme sob minhas pernas. Seu nariz e seus lábios passeavam por toda aquela região e ia subindo devagar, apreciando minha pele. Uma de suas mãos afrouxou o aperto em minha cintura e subiu para minha nuca, puxando meus cabelos com suavidade. Borboletas brincavam no meu estômago e eu senti um arrepio quando jake
Depositou o primeiro beijo na marca de minha mandíbula e um segundo no nódulo da minha orelha.Minhas pernas estavam moles e minha respiração se tornou falha, por instinto levei uma de minhas mãos ao seu ombro e o apertei levemente.
Jake Will suspirou e depositou um beijo molhado e demorado em minha testa. E, como se saísse de um transe, me puxou para um abraço apertado e afagou meus cabelos. Suspirei frustrada, eu gostaria de ter os lábios de Jake para mim, mas na realidade aquilo poderia ser trágico. E ele não o fez justamente por esse motivo.
Porém em uma fração de segundos suas mãos enroscaram-se aos meus cabelos, os puxando com leveza, seus olhos perfuraram os meus e Jake Will tomou meus lábios para si. Seus lábios eram macios e doces, como eu imaginava. O beijo era suave, meio recatado, como se ele tivesse medo de me quebrar, mas era visível o quanto Jake lutava contra o desejo ardente que possuía, o que pouco a pouco tornou o beijo mais intenso, era como se estivéssemos pegando fogo, ele me puxava contra si e apertava minha cintura com força, era impossível não sucumbir ao desejo. Por conta da falta de oxigênio tivemos de nos distanciar.
Jake Will mordia os lábios e me olhava apreensivo, apavorado talvez.
Eu queria mais.
- Me espere aqui, eu já volto. - falou com a voz rouca e abriu a porta, passando rapidamente pela mesma.
Baguncei meus cabelos e tentei não suspirar novamente como uma menininha apaixonada. Jake havia despertado emoções em mim que eu jurava estarem mortas. Eu sentia uma necessidade enorme de possuir seus lábios, ter Jake Will somente para mim.
O que era trágico e impossível.
Eu ainda não conseguia acreditar no que havia acontecido, era como se eu estivesse dormindo e tivesse sonhando. Levei as mãos aos lábios, eles ainda formigavam pelo contato das nossas bocas juntas. Reprimi um riso e revirei os olhos, eu era um tanto patética. Era apenas um beijo como qualquer outro e provavelmente não havia significado nada pra ele — mas ele me beijaria por nada?. Numa fração de segundos Jake Will adentrou a sala novamente.
- Falei com o diretor, disse que você não estava se sentindo bem e que estava com dor de cabeça, ele disse que você pode ir para casa. Nós dois no caso. Eu que não vou ficar aqui e ter 1h30 de química com aquele professor horrendo. - bufou, revirando os olhos.
- Jake... - pigarrei. - Temos prova daqui à 1 semana. - o relembrei.
- Eu posso pegar a matéria com alguém, fica tranquila. - deu de ombros e tirou o casaco que vestia para me entregar.
O olhei confusa.
- Veste - disse.
- Por que? - indaguei.
- Porque tá frio para um caramba lá fora, não quero que você fique doente, ruiva. Só deus sabe o quanto você fica chata quando está doente. - disse divertido.
- Ei! - revirei os olhos e Jake Will me ajudou a colocar seu casaco. Seus olhos pairaram sobre os meus novamente e eu engoli em seco.
- Me desculpa por aquilo, não sei o que deu em mim. - desviou o olhar, inquieto. - Eu prometo que não vai voltar a acontecer, não quero estragar nossa amizade, eu sei que você também não... - complementou com a voz trêmula e rouca, que era quase dança para os meus ouvidos.
- Hey, Jake Will. - pus o indicador sobre seus lábios e atraí seus olhos para os meus. - Está tudo bem. - falei simples.
Jake me olhou confuso e coçou a cabeça. O encarei por um milésimo de segundo e caminhei até a maçaneta da porta para abri-la.
- De qualquer forma, eu também queria. - falei por fim e saí da sala com as bochechas enrubecidas.
Hello! Essa foi a continuação do capítulo anterior, espero que tenham gostado.
Que fim será que vai dar essa relação do Jake Will e da nossa princesa?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Operação Princesa Escondida
Romance•Obra vencedora do Concurso Estrelas• Charlie é a princesa de Ilha Branca, uma pequena ilha localizada numa das partes mais distantes do oceano. Quando Ilha Branca é invadida por inimigos vizinhos, Charlie se vê obrigada pelos pais, que temiam em pe...