Capítulo 22.

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- Então meu amor, o que achou? - Matheus perguntou avaliando a sala do apartamento.

- Hum... - Rita resmungou roendo as unhas. Seus pensamentos viajavam para um local chamado Brooke Garcia. Já havia se passado um mês desde que soubera por esta que iria se mudar para o Brasil por alguns meses atrás dos pais biológicos e dependendo se a estadia fosse bem sucedida no país tropical permaneceria por mais algum tempo. O desejo dos irmãos latinos era o de conhecer suas origens e suas culturas. A moça ficou tão apreensiva que então ignorava qualquer coisa que não dissesse respeito a este fato. Temia que Brooke encontrasse uma sambista, ou uma funkeira e se apaixonasse loucamente por ela, esquecendo-se de que sua musa negra existia mofada no escritório da construtora no inverno rigoroso de Nova Iorque.

- Rita, meu bem! - Matheus insistiu.

- Ah, - ela levantou os olhos assustada com a voz alterada do rapaz. - é, ah... É lindo Matheus! Mas por que comprou esse apartamento? Pretende morar sozinho? -investigou por fim.

- Sim, sim. Em breve. Diga-me; agrada-te a mobília?

- Muito! - Rita passou a mão pelo vidro polido da mesa de jantar, admirando a paisagem da cidade exposta pela espetacular sacada.

- Ali fica a cozinha! - apontou um cômodo ao lado da copa, qual era dividida com a sala de recepção.

Rita conferiu o refeitório:

- É tão aconchegante! Eu poderia morar aqui! Não sabe quanto almejo profundamente minha liberdade Mat.

- Eu imagino linda - arriscou um beijo em sua testa, mas ela se esquivou.

- Mostre-me mais! - pediu entusiasmada sonhando em conquistar sua independência.

Matheus assentiu. Puxou-a pela mão e eles adentraram um corredor. O rapaz mostrou um quarto de hóspedes com um banheiro, uma sala de cinema, um escritório com uma modesta biblioteca, e enfim a suíte de casal.

- Aqui é onde irei dormir.

- É lindo, Mat! - Rita deslumbrou-se deitando na enorme cama. Alisou a colcha avistando o lavatório, qual havia uma banheira e um box duplo.

Matheus aproveitou para deitar ao lado dela e afagou os fios pretos da moça, que se manteve passiva pela primeira vez aos seus carinhos.

Os olhos de Rita fixaram os azuis expressivos de Matheus, no entanto, capturando um ponto indefinido. A primeira eliminatória do campeonato seria na próxima semana e a imagem de Brooke embarcando em um avião para a capital maravilhosa do planeta após as finais ilustrou-se neles.

Alheio às reflexões de Rita, Matheus ousou beijá-la suavemente nos lábios.
Só então ela retornou a realidade. Não o absteve como sempre fazia. Afinal, se Brooke fosse mesmo embora do Estado, seria quase impossível manter um relacionamento a distância.
E o casamento com o homem passaria a ser realmente inevitável. Não se via amando outra mulher além de Brooke e se tivesse que se envolver com um homem novamente, Matheus não era uma má opção.

A língua do moço foi parar dentro da boca dela num beijo ansioso e voraz. Rita correspondeu por alguns instantes, que se tornaram maçantes.

- Você gosta dos meus beijos, Rita? - questionou entre os lábios carnudos dela.

- Isto vem ao caso agora que nossas bocas estão encaixadas?

- Sim. Sempre que eu a beijava você me repelia, por que hoje está agindo diferente? Você terminou com a Brooke?

Ela meneou a cabeça:

- Não. Simplesmente quis, isso te incomoda?

- Absolutamente. Você está pensando nela, não é?

Almas Dançando ( LESBIAN)Onde histórias criam vida. Descubra agora