Capítulo 4.

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- Pena que não posso dizer o mesmo - Brooke rebateu o fulminando.

- Ei! Qual é seu problema garota? Preferiu pedir arrego para aquela assistente enxerida do que procurar o seu mano? Sabia que ia te encontrar aqui!

- Vá embora, Francis. Não quero nada com você, nem com o Tom.

- É nesse "Tom" que se dirige ao nosso pai?

- Tom não é meu pai. Nem você é meu irmão.

- Ele nos tirou da rua, cuidou da gente, nos abrigou. Não seja ingrata! Arrume suas coisas e volta comigo pra SUA casa. Ele vai gostar de te ver.

- Eu já disse que não! Será que é tão idiota que ainda não entendeu? Não foi à toa que não fui atrás de você, mas sim porque não quero mais nada que me ligue ao que fiz no passado.

- É, o garoto tinha razão. Você está mudada - concluiu aborrecido.

- Sony? - se interessou.

- Sim.

- Por que não deixa ele em paz também? Mas que merda, Francis! Sony é só um garoto!

- Eu não obrigo ninguém a trabalhar pra mim. Se ele está nessa é porque quer. Aliás, foi graças a você que ficou esperto. Ensinou-o muito bem.

- Chega! - Brooke revirou os olhos nervosa e esgotada do assunto. - Eu vou tirar ele dessa vida assim que resolver a minha. Enquanto isso vou ficar de olho nele. Então, me faça o favor de manter distância de mim!

- O campeonato está quase aí. Seu lugar no grupo está intacto. Bora arrasar nessa budega!

- Eu não danço mais, Francis. Já disse e repito; APAGUEI MEU PASSADO, ELE NÃO EXISTE!

- Não tem como simplesmente apagar o que viveu. A borracha ainda deixa marcas.

- Deixe-me em paz. Não volte mais aqui. Não quero saber de você incomodando a Melina.

- Ok, ok. Vai rolar um duelo no sábado a noite, apareça lá caso mude de ideia - finalizou entrando no carro e dirigindo velozmente, deixando no ar apenas o som do motor roncando.

Não teve jeito para o que Brooke se comprometera a não fazer. Apanhou o cigarro no bolso da calça jeans larga e o isqueiro. Mesmo que gastasse todas as suas forças, os esforços seriam vãos, pois quanto mais pensava em fugir, o passado lhe encarcerava quando menos esperava.

Sentou na calçada e tragou com violência. Francis tinha o poder de irritá-la. Ele era a última pessoa que desejava encontrar em sua medíocre vida.

Quando se sentiu mais calma, entrou na casa, tomou um banho demorado e se deitou. Seus pensamentos não foram mais intensos que o cansaço e graças a este, dormiu logo em seguida.

Ao alvorecer não conseguiu ficar na cama por muito tempo depois de acordar. Se remexeu várias vezes no colchão, até que decidiu se levantar e se arrumar para ir trabalhar, antes do que Peter havia previsto. Estava muito ansiosa para ficar parada. Precisava se exercitar.

Escutou leves batidas na porta quando estava se trocando.

- Pode entrar - avisou vestindo a camiseta branca, ficando apenas de boxer.

Melina obedeceu.

- Bom dia Mel.

A negra não respondeu de imediato, foi inevitável não analisar o belo par de pernas de Brooke. As coxas dela pareciam ainda mais musculosas do que se lembrava da última vez que esteve com ela intimamente.

- Está afim? - Brooke abriu um sorriso envaidecido.

Melina meneou a cabeça:

- Andou se exercitando na prisão?

Almas Dançando ( LESBIAN)Onde histórias criam vida. Descubra agora