Capítulo 19.

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Brooke estava ali: na cama; com duas mulheres lindas, uma de cada lado de seu corpo seminu. Cristina e Jéssika beijavam-na enlouquecidas de tesão. Enquanto que, a mexicana explorava os lábios da b-girl, a língua da ruiva passeava por seu pescoço. As mãos das moças percorriam as curvas da latina capturando os mínimos detalhes.
Embevecida de desejo pelas garotas; Brooke não relutou em momento algum. Seria até um pecado rejeitar aquelas beldades. Ambas, sensuais e atraentes em cima de si, fissuradas por uma noite obscena.

A consciência dela começou a pesar de repente, sentindo pela primeira vez que estava sendo infiel, desleal a mulher que realmente amava. Nunca fora santa. Já se envolvera com mulheres comprometidas, e nunca lhe custara. Mas com Rita era diferente. Uma parte egoísta não admitia dividi-la ou perdê-la. No entanto, tinha que ceder a alguma delas. Estava confusa. Sua autoconfiança foi coberta de incertezas e temores, quais nem sequer imaginava que existiam. O coração era de fato o membro mais profundo do ser humano. Conhece-te, antes que as circunstâncias conduzam-lhe e não encontre mais o caminho de retorno para si mesmo. Ela passara tanto tempo, madrugadas e dias distantes do seu próprio eu, sendo arrastada pelos acontecimentos, pelos prazeres momentâneos que foi fugindo da verdadeira Brooke. Da mulher sensível e determinada, que ansiava apenas em amar e ser amada, de encontrar um porto seguro e descansar nele. Rita viera resgatar a outra parte esquecida, que foi sendo enterrada por uma forma impulsiva de agir sem pensar nas consequências. Se Francis pudesse vê-la naquela situação, e escutar seus pensamentos diria que ela era uma frouxa, por trocar a possibilidade de um sexo incrível em nome de um amor improvável a uma garota insegura.
Foi pescada novamente pela realidade, uma vez que Jéssika levou a mão em sua intimidade manipulando seu clitóris da forma que ela sabia bem como gostava.
Só então se deu conta da intensidade do instante, e não iria desperdiçá-lo imaginando o quão Rita amava-lhe ao ponto de se assumir, e se seu coração fosse mesmo dela como dizia. Ela deveria estar com Matheus, talvez, fazendo exatamente a mesma coisa. Aquilo começou a parecer-lhe tão abominável, que sentiu um desprezo instantâneo pela dançarina.

Cristina já havia arrancado a peça que cobria seus seios e levara a boca até eles, lambendo os mamilos. Sempre ouviu de Tom, e influenciada pela convivência terminou aprendendo com ele que arrependimento deveria ser somente do que não fizera. Pegara-se raciocinando novamente e isso travou-lhe. Sua consciência agora parecia um apito ensurdecedor. Não conseguia mais agir sem pensar na colheita de suas ações. Agora respeitava tudo que ia contra a natureza de suas vontades. Reagiu apenas para ir levemente com as mãos no rosto das garotas e induziu um beijo entre elas. Assim que os lábios rosados de Cristina encostou nos avermelhados de Jéssika o ato se revelou ardente. Ela teve certeza que o interesse maior provinha do casal e que não passava da pimenta na refeição.

Rita saiu do impala aos bufos, após estacioná-lo de uma brusca freada. Os pneus deixaram uma marca registrada no asfalto. Fechou a porta com tamanha força, que foi sorte não amassar a lataria do automóvel. Exigir as chaves de Becke e que ela e Misaki fossem embora de táxi ou carona com Nádia e Samantha, foi uma reação instintiva. Esquecera-se de Matheus. Abandonou o rapaz na festa sem nem ao menos se despedir. Brooke a deixara cega e surda. Passou os olhos por um carro que numa fugaz intuição deduziu ser o de Cristina, sem se preocupar em adivinhar o modelo e ganhou o mercado como quem corre uma maratona.

Brooke sentiu um misto de alívio e assombro quando a viu entrando em passos rudes; chispando ira pelos olhos negros.
A porta foi empurrada até alcançar a parede, fazendo com que a maçaneta arranhasse a pintura. O barulho chamou a atenção de Cristina e Jéssika.

- Sai de cima da minha mulher agora! - gritou dando ênfase em cada palavra. Aproximou-se delas e puxou-as pelos cabelos completando: - Essa é minha mulher e ninguém me toma! Vão arranjar uma pra vocês suas vadias!

Almas Dançando ( LESBIAN)Onde histórias criam vida. Descubra agora