Capítulo 23.

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Não se pode ter tudo. Você sempre irá se deparar com dois caminhos e terá que escolher seguir apenas um deles.

Querendo ou não, tendo consciência disso ou não, um dia perceberá que a vida compõe-se de sacrifícios. De uma forma sutil e por vezes natural, a gente vai deixando certas coisas, situações e pessoas para trás; um amigo que teve que se mudar para outra cidade, ou país, alguém que amávamos muito e a lei implacável da natureza veio-lhe ceifar a existência, um irmão que foi fazer intercâmbio na Inglaterra, ou apenas optou por uma estrada diferente da nossa. Alguém que acreditávamos nos amar verdadeiramente e não passava de pura ilusão ou uma amizade falsa. Mas quando a própria família nos expulsa de seu seio acolhedor olvidando o dever máximo do amor incondicional e nos obriga a amadurecer distante do seu amparo, só então enfim, você compreende que é preciso crescer, firmar a sua individualidade e independência, seja ela econômica ou emocional, qual era um chamamento impossível de ignorar. Que a dor não é nada mais que um impulso que nos conduz adiante, que num momento vamos sorrir e noutro chorar, mas que o importante nessa assimilação é a maneira que lidamos com o sofrimento, e se iremos aproveitar todas as oportunidades que fizemos nessa escolha e extrair todos os ensinamentos. Pois o futuro não irá passar como um filme por nossos olhos nos antecipando o final da jornada, o essencial é selecionar quem permanecerá ao seu lado e percorrê-la sem arrependimentos. Afinal, situações difíceis são feitas para serem superadas e tudo que nos estaciona, limita e fere, deve ser deixado para trás sem quaisquer ressentimentos, desapegando das coisas e sentimentos ruins para que os bons possam finalmente vir.

Rita comparava-se a uma menina partilhando experiências com o diário. A vida era o papel em branco, em que ela escrevia sua história, e o lápis era simplesmente o poder de escolha. Criptografava cada linha na alma. Sentia-se livre pela primeira vez e acostumou facilmente com a sensação.

A reação de Brooke foi de virá-la e abrir o zíper do vestido da negra com extrema delicadeza, como se a namorada fosse feita de cristal.

Rita não se moveu, pois aguardava ansiosamente por um carinho, qual aquele. Em segundos infinitos, a bailarina ficou apenas de íntimas. Brooke analisou a coluna dela semelhante a uma peça de arte, aspirou o perfume adocicado que sua nuca exalava e teve um arrepio como resposta. Num suspiro de satisfação; a conduziu e deitou-a na cama.

A negra mantinha-se passível aos atos cautelosos da latina, que retirou suas sandálias sob uma pancada de beijos nos pés. Ela se divertiu com a umidade dos lábios no toque, proporcionando-lhe deliciosas cócegas.

O próximo passo de Brooke foi retirar as próprias roupas, exibir os músculos apenas na boxer e deitar sobre Rita buscando sua boca para selar um novo beijo emocionado. A paixão tocava uma canção silenciosa naquele quarto na penumbra da noite.

Suas almas haviam se casado em um segredo que correspondia somente a elas.

A latina percorria cada centímetro do corpo negro, seminu, de Rita, compelida por uma excitação devastadora. Seus lábios capturavam a mínima partícula de suor que escapava pelos poros dilatados da moça. E, ela só esboçava o prazer de satisfazer àquela boca sedenta.

Continuar mais tempo nas preliminares foi tão custoso, que a b-girl dispensou a calcinha úmida de Rita e em seguida o sutiã para explorar a intimidade da mulher em movimentos intensamente lentos. Os seios dela logo foram parar na língua atrevida de Brooke e enquanto a penetrava sussurrou no ouvido:

- Você é m-i-n-h-a... É minha Rita.

Rita abriu um riso ofegado pelos gemidos, uma vez que sua vagina contorcia com a exultação. Ficou grata por Brooke lembrá-la que era inteiramente dela, demarcando seu território como  uma tatuagem na pele.

Almas Dançando ( LESBIAN)Onde histórias criam vida. Descubra agora